O pernambucano Luciano Amorim se encontrou na gastronomia. Após se aventurar no turismo, hotelaria e eventos, ele descobriu o encantamento proporcionado pela união de panelas, ingredientes e temperos. E não parou mais. Conhecimento, especializações e networking foram essenciais na jornada do chef, que também atua como consultor e empreendedor.

 

A pandemia mundial o desafiou. Mas foi diante das dificuldades que Amorim abriu as asas e se jogou em um voo ousado: a abertura do projeto gastronômico No Meu Quintal, um restaurante, com mesas ao ar livre e ambiente acolhedor, que atrai cada vez mais pessoas interessadas em conhecer as criações gastronômicas assinadas pelo chef, um talentoso representante da cozinha brasileira e nordestina, que aposta na autenticidade dos sabores para conquistar o público.

 

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Por trás do chef

 

Luciano Amorim se descreve como uma pessoa bastante comunicativa, movida por desafios. Inclusive, segundo o próprio, ele fala pelos cotovelos. Longe das caçarolas e do salão, o chef também mantém uma rotina agitada. “Nas horas vagas, sou jogador de vôlei e praticante de crossfit”, conta ele, que nasceu em Jaboatão dos Guararapes, uma cidade da Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco, e aos 20 anos saiu da sua terra natal para ganhar o mundo através do turismo e da hotelaria. “Nesse período, morei em algumas cidades do Nordeste, em Portugal e na Espanha, uma experiência que me deu a oportunidade de conhecer mais de seis países europeus”.

 

 

Viajar, inclusive, é uma das principais paixões da vida de Luciano, que divide a casa, a vida e a rotina com outra grande paixão: os animais.

 

Relação com a gastronomia

 

Amorim conta que, como gestor de resort, indiretamente, sempre teve contato com a cozinha. “Já atuei como cliente interno e como auditor de qualidade. Minha última experiência como subgerente geral de operações foi no maior all inclusive de Porto de Galinhas, o Enotel Resort & Spa”.

 

Apesar de, nos momentos de lazer, Luciano sempre recorrer às comidas e bebidas como forma de diversão, sua atuação como executor da culinária veio um pouco mais tarde. “Após anos de hotelaria, virei empreendedor na área de eventos. Com isso, prestei serviço para alguns resorts e hotéis de luxo da região, como o Nannai Porto de Galinhas e o Salinas de Maragogi”, relembra.

 

 

O chef conta que nesse período começou a observar mais atentamente as montagens dos buffets, bebidas, serviços, cardápios e muito mais. “Nos eventos, eu comecei a entender verdadeiramente o que era gastronomia”.

 

O passo seguinte foi dizer sim a esse universo entrando para a faculdade de gastronomia. “Fui um aluno esforçado e destaque durante o período acadêmico. Nessa época, também comecei a investir em cursos livres, fora da faculdade, e criei laços com os melhores chefs do Recife. A partir disso, decidi que queria ser um deles”.

 

Trajetória

 

Como dito acima, Luciano se formou em gastronomia e, paralelamente, fez várias especializações com grandes chefs, entre eles, nomes como Laurent Suaudeau e Onildo Rocha. “Não posso esquecer também do meu primeiro estágio, com a Mirna Gomes (ex-MasterChef), e do meu primeiro trabalho profissional, com a chef Jace Sousa, que considero ser minha madrinha na gastronomia por me deixar trabalhar com ela no meu primeiro evento profissional e me dar total autonomia na minha primeira montagem”, relembra Amorim.

 

Daí para frente, o chef decidiu unir dois talentos: a gastronomia e o empreendedorismo. “Criei força e coragem para investir nessa união”.

 

Chef e empreendedor

 

A pandemia da Covid-19 trouxe dificuldades para a vida profissional de Luciano, como para a de muitos outros, já que o setor de bares, restaurantes e eventos foi um dos mais atingidos pelas restrições. Nesse período, ele decidiu investir 100% na gastronomia tirando do papel o projeto do restaurante No Meu Quintal. “Assim que tudo ficou mais flexível e seguro, comecei a receber pessoas”, explica o chef.

 

 

No mesmo período da abertura do restaurante, Luciano participou de um concurso gastronômico em Maragogi, destino turístico de Alagoas, que reforçou seu potencial como chef. “Participei do Festival da Lagosta e me consagrei campeão do evento, vencendo vários chefs locais”, conta ele sobre a conquista.

 

O restaurante No Meu Quintal segue em atividade desde então, funcionando de sexta a domingo, no horário do almoço e atraindo cada vez mais pessoas interessadas em conhecer os pratos assinados pelo chef Luciano. “É um projeto gastronômico que funciona no quintal da minha casa, onde recebo mais de 500 pessoas por mês, funcionando apenas três dias da semana, e apenas no almoço”, diz ele, orgulhoso.

 

“O projeto começou como uma necessidade de sobrevivência no período da pandemia e é incrível ver como foi crescendo, crescendo… No início, eram 12 lugares, depois foi para 16 e hoje tenho capacidade para atender 40 pessoas sentadas simultaneamente”.

 

 

Para viabilizar o projeto, Luciano optou por trabalhar com um cardápio enxuto na casa. Assim, atualmente, são seis opções de entradinhas, cinco pratos principais e uma sobremesa fixa. Também há drinques e outras bebidas alcoólicas e não alcoólicas.

 

“Não costumo dizer que tenho um restaurante, sinto que tenho um projeto de gastronomia com comida simples e saborosa, entregue ao cliente com uma apresentação carinhosa”, conta ele, que se declara um cozinheiro de cozinha brasileira. Entre os destaques da casa, Luciano elege a galinhada e o arrumadinho. “São releituras de pratos clássicos com minha assinatura, feitos com ingredientes regionais”, completa.

 

Rotina, planos e projetos

 

Atualmente, o chef Luciano divide seu tempo entre o No Meu Quintal, nos finais de semana, e consultorias a outros restaurantes durante os dias úteis. “Vivo verdadeiramente a expressão o ‘chef não para’. É uma rotina bem agitada”, diz ele.

 

Apesar de gostar de atender outros estabelecimentos, os planos de Amorim para o futuro profissional têm como grande protagonista o No Meu Quintal. “Meu objetivo é viver do meu projeto gastronômico, aumentando os dias de funcionamento e implantando um cardápio com mais opções”, adianta ele para a Rede Food Service.

 

Visão de mercado

 

“Enxergo o mercado gastronômico brasileiro como um setor muito promissor, desde que você seja esperto e não perca o que está acontecendo no momento. Sempre vamos ter que nos adaptar às novas tendências e mudanças culturais”, dá o recado.

 

Dica do chef

 

Para quem pretende se aventurar no mundo da gastronomia, o chef Luciano Amorim recomenda: “Entre nisso de cabeça, se jogue, não perca o foco, interaja. Ninguém vence só. Antes de ser um bom profissional, seja uma boa pessoa. Acredite em você e no seu potencial para seguir em frente”, dá o recado.

 

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