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Vinho laranja: uma boa pedida para diferenciar o seu negócio de food service

Com maior complexidade de aromas, bebida que é produzida com a presença das cascas durante todo processo de fermentação ainda é considera uma novidade para os consumidores brasileiros

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Você sabia que mais de 50 milhões de brasileiros, ou aproximadamente 36% da população adulta do nosso país, consomem vinho regularmente, o que é uma proporção equivalente à dos Estados Unidos?

Pois é!

 

Esse dado é fruto de uma pesquisa realizada pela Wine Intelligence e, de acordo com estudos da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), o mercado brasileiro de vinhos está passando por uma mudança de perfil do consumo dessa bebida, sendo que, em 2021, pela primeira vez, houve o registro do aumento na procura por vinhos de maior qualidade, com a comercialização de 217 milhões de litros de rótulos finos.

 

Já conforme um levantamento do clube de assinaturas Wine, intitulado de ‘Mercado de Vinhos’, a frequência na apreciação de vinho dos brasileiros durante a pandemia de Covid-19 aumentou para 28%, com 20% dos brasileiros passando a ingeri-lo em ocasiões diferentes e 15% sozinhos.

 

Nesse contexto, em que, de acordo com dados da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS), o atual consumo médio per capita de vinho no Brasil é de cerca de 2 litros por ano, hoje, nós da Rede Food Service temos duas perguntas para você:

 

  • O CARDÁPIO DO SEU NEGÓCIO FOOD SERVICE TEM VINHO?
  • E VINHO LARANJA?

 

Se a sua resposta for sim e não, respectivamente, já te adiantamos que você pode estar perdendo venda. E isso porque, segundo Naiana Argenta, de 40 anos, sócia proprietária da Valparaiso Vinhos e Vinhedos, “hoje, o vinho laranja é consumido mais fortemente no nicho fine dining, mas vem chamando a atenção de restaurantes, winebars e até mesmo padarias artesanais. E, aos poucos, está se popularizando. E o processo ancestral de vinificação está voltando com força total, tendo iniciado o movimento de resgate desta tradição por volta de 2000, mais precisamente na região de Firuli, com o italiano Josko Gravner, que popularizou o estilo, sendo considerado o Papa do novo vinho laranja. A Valparaiso Vinhos e Vinhedos é produtora de vinhos naturais na Serra Gaúcha, no município de Barão. Um projeto que iniciou em 2006, pelas mãos do Engenheiro Agrônomo Arnaldo Argenta, meu pai, que sempre teve o sonho de produzir seu vinhedo de maneira sustentável e vinificar como seus pais, também viticultores e que produziam o seu vinho artesanalmente. Em seus sete hectares de vinhedos cobertos, temos uma propriedade modelo no Brasil na produção de uvas, sendo a pioneira no Sistema de Produção Protegido (uvas cobertas) para uvas viníferas, o que permite a drástica redução de doenças fúngicas e, por consequência, a utilização de agroquímicos. Em sua vinificação livre de correções enológicas, a única maneira de produzir vinhos com fermentação espontânea (leveduras selvagens) é macerando com as cascas, onde se encontra a maior fonte de leveduras, já que não são utilizadas artificiais inoculadas em laboratório. Sendo assim, o estilo laranja faz parte do DNA da Valparaiso, que possui as seguintes castas neste conceito: Torrontés, Moscato Alexandria, Chardonnay, Garganega e Pinot Grigio”, explica.

 

Naiana Argenta, sócia proprietária da Valparaiso Vinhos e Vinhedos – Divulgação

 

Cibele Siqueira, de 36 anos, Sommelière Chefe da Wine, complementa que “o mercado de vinho laranja está em expansão. Em experiências que eu tive nas feiras ao longo deste ano de 2023, por exemplo, como na Vinitaly, em Verona, na Itália, quanto nas feiras brasileiras, pude perceber que os produtores buscam menos intervenção na hora de fazer vinhos e, assim, evidenciam a sustentabilidade. Além disso, querem trazer novas regiões, uvas e estilos para expandir o mercado. No entanto, entendo que o vinho laranja continua sendo um vinho nichado, mas já existem muitos movimentos e produtores trazendo esse produto em evidência. O principal é ser um vinho mais acessível para os consumidores”, relata.

 

Jonas Segóvia Martins, de 40 anos, Gerente Comercial da MMV Importadora, endossa que, “hoje, tem tido bastante curiosidade sobre o vinho laranja, que, para muitos, é novidade. Então, vivemos em um momento de expansão. Eu, por exemplo, conheci os vinhos laranja quando ainda era estudante de Agronomia, em 2007, e fazia estágio na área dos vinhos. Sou apaixonado por vinhos mais frescos e consumo muito mais vinhos brancos e rosés do que tintos. Portanto, o vinho laranja caiu no meu gosto muito rápido. À época, era muito difícil encontrar algo para beber, já que as regiões que produziam em maior quantidade eram as tradicionais no estilo, como Eslovênia e Georgia, e não chegavam ao Brasil. Mas, de cinco a seis anos para cá, o negócio mudou e a oferta aumentou muito. Atualmente, a enologia mundial passa por um resgate de técnicas ancestrais e também por uma revisão em várias coisas que, por muito tempo, foram verdade absolutas, como o uso da madeira nova em exagero, por exemplo, além de uma busca por novidades e também mudança de postura dos vinhos em relação ao consumidor. O vinho, que era coisa tradicional de gente mais velha, tem procurado o jovem descolado para começar a apreciar mais cedo. Então, hoje é legal que existem várias opções no mercado, o que mostra a diversidade desse estilo a todos”, afirma.

 

Jonas Martins, Gerente Comercial da MMV Importadora – Divulgação

 

Martins alerta ainda que a aceitação do vinho laranja no atual mercado food service varia bastante, já que “muitos empresários ainda não dão a devida atenção ao tema e, por não entenderam e não conhecerem, acabam ignorando a oportunidade e perdem dinheiro no final das contas.  Com isso, a minha avaliação é sobre o profissionalismo do setor, que deixa muito a desejar na minha opinião. Hoje em dia, o empresário deveria sempre estar um passo a frente do cliente, antecipando tendências e até as criando. E o vinho laranja, o vinho rosé, os vinhos doces de colheita tardia, são muito mal utilizados e trabalhados pelos restaurantes em geral. E isso mesmo sendo vinhos bem aceitos pelo público, que, nas poucas oportunidades que possuem de conhecer, sempre adora.  Mas, por falta de oferta, acaba caindo no esquecimento”, realça.

 

POR ISSO QUE TAL CONHECER MAIS SOBRE O VINHO LARANJA?

 

É só, na sequência, conferir:

 

  • O QUE É O VINHO LARANJA?
  • QUAL É A ORIGEM DO VINHO LARANJA?
  • QUAIS SÃO OS DIFERENCIAIS DO VINHO LARANJA?
  • POR QUE OFERTAR VINHO LARANJA EM NEGÓCIOS FOOD SERVICE?

 

 O QUE É O VINHO LARANJA?

 

Você já entendeu sobre a importância em também apostar no vinho laranja, mas não sabe o que é exatamente essa bebida?

 

Portanto, saiba que, segundo Martins, da MMV Importadora, o vinho laranja, “de maneira simples e direta, é um vinho produzido com uvas brancas, mas feito como se faz vinho tinto, com a presença das cascas durante todo processo de fermentação”, resume.

 

Valparaiso Vinhos e Vinhedos – Divulgação

 

Siqueira, da Wine, alega que “vinho laranja é um vinho elaborado com uvas brancas que, no momento de sua vinificação, ficam um tempo com as cascas agregando sabores, taninos e cor. Reforçando: ele não é um vinho feito de laranja, mas terá uma cor mais alaranjada. Portanto, podemos dizer que o vinho laranja é um vinho branco vinificado como um tinto”, define.

 

Argenta, da Valparaiso Vinhos e Vinhedos, por sua vez, esclarece que “o vinho laranja é aquele produzido a partir de uvas brancas, onde, durante o processo de vinificação, as cascas não são retiradas durante o processo de fermentação, ficando em contato com o mosto, que é a maceração peculiar, durante determinado tempo, o que confere uma coloração mais acentuada, geralmente, atingindo uma coloração laranja ou âmbar, além de conferir outras características ao vinho”, ensina.

 

QUAL É A ORIGEM DO VINHO LARANJA?

 

Já sobre a origem do vinho laranja, Martins, da MMV Importadora, relata que “o vinho laranja remonta à origem da bebida em si, quando as técnicas de fermentação ainda não haviam sido explicadas e só se sabia que armazenar certa quantidade de uvas em um recipiente te daria uma bebida tempos depois. Historiadores creem que onde, hoje, é a Georgia seja a origem dessa bebida, onde também descobriram que enterrar os ambientes de fermentação, já que na época usavam ânforas de barro, ajuda na qualidade do produto, que tinha temperatura controlada e também não havia quebra das ânforas devido à pressão da fermentação. Assim, estima-se que os vinhos laranjas são produzidos há mais de 7.000 anos”, relata.

 

Valparaiso Vinhos e Vinhedos – Divulgação

 

Siqueira, da Wine, conta que “o vinho Laranja nasceu na Geórgia, onde os vinhos eram fermentados em grandes ânforas chamadas de ‘qvevri’. O mosto era fermentado com as cascas e sendo esse um método ancestral. Depois de um tempo, esse preparo foi aprimorado e, durante a fermentação, as cascas eram retiradas. Mas, esse método sempre perdurou em outras regiões, como em Friuli, na Itália. Por isso, o vinho laranja é um estilo antigo e, ao mesmo tempo novo, pois outros produtores estão resgatando essa forma de elaborar vinhos. O processo do vinho laranja foi popularizado na Itália, pelo enólogo Josko Gravner, que experimentou pela primeira vez um vinho laranja em 1997”, contextualiza.

 

Argenta, da Valparaiso Vinhos e Vinhedos, acrescenta que “o estilo de vinificação laranja é muito antigo, sendo produzido há cerca de 8 mil anos atrás, tendo surgido na Georgia, sendo que os vinhos eram armazenados em recipientes de cerâmica chamados Qvevri, uma espécie de ânfora de argila”, ressalta.

 

QUAIS SÃO OS DIFERENCIAIS DO VINHO LARANJA?

 

Quando questionados em relação aos diferenciais do vinho laranja, Martins, da MMV Importadora, argumenta com o fato de ser “um vinho branco com mais estrutura e corpo que o vinho branco padrão, com a cor mais escura, que é devida à presença das cascas durante o processo de fermentação. A casca também entrega taninos ao vinho, o que confere mais peso e certa adstringência a bebida. Na minha opinião, a grande diferença está no perfil aromático, mesmo uvas conhecidas do grande público, como Chardonnay e Moscatel, quando fermentadas na técnica de vinho laranja, ganham um perfil diferente, com maior complexidade de aromas e maior quantidade de aromas diferentes também. Quanto as suas interferências ao meio ambiente, não há nada de diferente. O que acontece é que muitos produtores que fazem o vinho laranja o fazem em busca de um vinho mais ancestral, buscam uvas perdidas com o tempo na região e acabam também seguindo filosofias de produção orgânica e biodinâmica, que enxergam a produção de uvas como parte da natureza e fazem a interação dessas produções com outros cultivos ou rebanhos de animais. Mas, não necessariamente, todo vinho laranja é ‘natureba’ ou respeita mais a natureza por apenas ser laranja”, pondera.

 

Valparaiso Vinhos e Vinhedos – Divulgação

 

Siqueira, da Wine, assinala que “o grande diferencial do vinho laranja é trazer um novo estilo, um vinho que é considerado ‘food’ pelos italianos exatamente por ser mais encorpado e robusto em boca do que um vinho branco. Ele traz notas de frutas tropicais, casca de laranja, notas amendoadas e taninos leves. A maioria traz turbidez por não ser filtrado. E, geralmente, o vinho laranja vem de vinhedos orgânicos ou biodinâmicos, possuem mínima intervenção e sua fermentação ocorre com leveduras nativas ou indígenas. A maioria dos produtores não coloca nenhum aditivo e, por isso, o vinho laranja é famoso por ser um vinho natural, mas lembrando que isso não é uma condição. Outro diferencial é sua capacidade de harmonização, sendo ele um estilo mais versátil, que combina muito bem tanto com carnes brancas, como as vermelhas e também com comida tailandesa e japonesa”, sinaliza.

 

Argenta, da Valparaiso Vinhos e Vinhedos, ressalta que “a maceração do vinho laranja com as cascas os deixa mais denso e untuoso, com maior estrutura, tendo também delicados taninos. E, por isso, uma sutil adstringência, além da complexidade aromática. Normalmente, os vinhos laranjas são mais longevos justamente em função dos taninos, que servem como fator de proteção natural ao vinho”, elenca.

 

POR QUE OFERTAR VINHO LARANJA EM NEGÓCIOS FOOD SERVICE?

 

Ainda não convencido (a) do porque ofertar vinho laranja em negócios food service?

 

Logo, entenda que, para Argenta, da Valparaiso Vinhos e Vinhedos, “normalmente, os vinhos em conceito laranja recebem menor intervenção enológica (aditivos químicos utilizados para ajustar os vinhos), pois os taninos presentes em maior concentração acabam servindo também como conservante natural para o vinho. Sendo assim, geralmente, a dose de sulfito adicionada é inferior. Mas, claro que a popularização do estilo e a maior procura leva a indústria a produzir em escala e aí, possivelmente, essas vantagens que temos no vinho laranja se percam no meio a centenas de aditivos químicos adicionados. Entretanto, não existem malefícios para o consumo do vinho laranja em relação às demais classes de vinhos. Inclusive, se analisarmos friamente o processo de vinificação de um vinho branco x vinho laranja, certamente, o laranja tem vantagens nutricionais, tendo em vista a elevada concentração de taninos, polifenois presentes em concentração muito maior nas cascas do que na polpa. E, considerando que os brancos não entram em contato com as cascas, já temos uma perda importante de nutrientes nos vinhos brancos não macerados”, endossa.

 

Na visão de Siqueira, da Wine, o vinho laranja, como é um vinho que, geralmente, é conhecido por ser natural, ele é um vinho com menos ou sem aditivos e, por isso, pode ser considerado mais saudável que os elaborados por métodos tradicionais. Vale ressaltar que o consumo deve ser com moderação, pois o álcool também está neste estilo. Assim, o empresário do ramo food service deve oferecer vinho laranja, principalmente, pela a sua versatilidade de harmonização, já que ele pode ir de pratos leves até os gordurosos”, recomenda.

 

Martins, da MMV Importadora, por fim, compartilha que “eu penso que o empresário do food service perde muitas oportunidades de negócio quando não se informa e investe corretamente em sua carta de vinhos. Primeiro de tudo, motivar uma pessoa a ser seu cliente deve passar também pela curiosidade e inovação que o empresário oferece. Afinal de contas, temos centenas de opções de todo tipo de refeição a escolher quando decidimos comer fora de casa. E, se você oferece o mesmo que todo mundo, vai ser mais um grão de areia na praia. Então, na minha opinião, não vale apenas para o vinho laranja, mas para a montagem da carta de vinhos como um todo. A lista de vinhos oferecida precisa ser diversa, ampla, contemplar vários países e regiões do mundo e vários estilos de vinhos também, sempre de acordo com o tipo de comida servido. O vinho laranja, tal qual os brancos convencionais e vinhos rosés, são grandes coringas nas harmonizações de pratos em geral de todo tipo de nacionalidade de culinária e deveriam ser parte principal da carta de vinhos, não apenas meia dúzia de rótulos na primeira página que, geralmente, é o que acontece. Não precisa ter dezenas e dezenas de vinhos laranja na carta. Porém, é importante ter uma pequena escolha com faixas de preço diferentes e também possuir uma carta viva, que se renova com frequência, especialmente, para garantir que o seu cliente contumaz sempre se surpreenda com o que você tem a oferecer. A MMV Importadora, por exemplo, trabalha hoje em dia com dois rótulos de vinho laranja no estilo que possuem boa aceitação no mercado, sendo o Krontiras Cosmic Amber, que é um Chardonnay Laranja de produção biodinâmica e natural. Ou seja, sem adição de conservantes. É o vinho mais vendido da vinícola no Brasil. Temos também o Barril por Barril Skin Contact, que é um vinho laranja feito com quatro uvas diferentes, sendo Torrontés, Moscatel, Pedro Gimenez e um pouco de Pinot Noir. Esse vinho também é natural e riquíssimo em aromas, sendo perfeito para qualquer pessoa que queira conhecer o estilo”, aconselha.

 

Na Rede Food Service é assim! Tem uma tendência no mercado Goró? Então, a gente te conta e ainda traz a opinião de especialistas para te orientar cada dia mais e melhor!

 

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