Revolucionar a culinária natural com elementos da cultura caiçara. Esse é o atual propósito da vida de chef de Daniele do Vale Bandeira de 50 anos, a ‘nutrichef’ Dani Bandeira, precursora da culinária vegana no Brasil e que, hoje, nós da Rede Food Service temos o prazer de te apresentar.

 

Com 30 anos de carreira, a profissional revela que “vivendo em Ilhabela, no litoral de São Paulo, desde o início de 2021, eu montei uma dark kitchen, onde preparo boxes de café da manhã exclusivos, faço a produção para eventos, camarins e vendas on-line. A vida de chef de jeito nenhum é glamour. Trabalhamos muito, com uma rotina incansável”, afirma em entrevista exclusiva à Rede Food Service.

 

Quem é Dani Bandeira?

 

Solteira e sem filhos, Bandeira é uma verdadeira “apaixonada pelo mar, pela natureza e pelos animais”, se apresenta.

 

 

Já especificamente sobre o seu lado ‘nutrichef’, a profissional divide que “o meu lado chef é a minha parte artística e criativa se pronunciando. O que mais me caracteriza é adaptar pratos tradicionais, transformando em deliciosas releituras veganas, vegetarianas e saudáveis. Meu estilo é uma culinária de origem, saudável, com muito sabor e uma charmosa apresentação. Abuso de ervas frescas, especiarias e masalas. Uso muito as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCS), orgânicos sempre que possível, compro do pequeno produtor e tenho uma grande preocupação com o meio ambiente, fazendo uso das embalagens sustentáveis e biodegradáveis”, detalha.

 

Formação e experiências profissionais

 

Formada em Nutrição pelas Faculdades Integradas São Camilo, Nutrição Ayurveda pela Clínica Dhanvantari e em Biologia pela Universidade Mackenzie, Bandeira possui uma vasta experiência profissional, tendo iniciado o seu contato com o universo food service após ter várias experiências práticas como nutricionista em diferentes empresas de alimentação. “Formada desde 1993, eu tenho uma longa caminha no mundo da nutrição. Inicialmente, eu trabalhei em uma cozinha industrial, e, em seguida, em hospitais, merenda escolar e restaurante gourmet. Em 2013, eu fundei o Tuk Tuk com uma cozinha veggie e vegan, dentro do Studio Gam Yoga, na Vila Madalena, em São Paulo, capital.  No ano seguinte, mudamos para a Rua Aspicuelta, no Espaco Cult, e abrimos mais uma filial em Pinheiros, na rua Matheus Grow, dentro do Espaço Achadinhos. Além dos espaços físicos do Tuk Tuk, eu cuidava da alimentação em retiros de Yoga pelo Brasil, no Yoga Surf Camp, com André Meyer. Em 2018, em Itamambuca, Ubatuba, no litoral paulista, eu fui residente na cozinha da Pousada Samudra Yoga Villas, uma pousada vegana especializada em receber retiros de yoga, que, hoje, é conhecida como Moksha Surf Yoga. Atuei também em retiros de Yoga no Bananal Bamboo Ecolodge, Sitio Simple Life e Espaço Bagua, em Ubatuba; SPA Ayurvedico do Campos de Oliva, em Campos do Jordão, em algumas edições de retiros Ayurvedicos de Adarsha Yoga, em Guararema, sempre cuidando da alimentação saudável vegetariana. Agora, vivendo em Ilhabela desde o início de 2021, eu montei uma dark kitchen, onde preparo boxes de café da manhã exclusivos, faço a produção para eventos, camarins e vendas on-line”, resume.

 

 

A ‘nutrichef’ complementa que “o meu primeiro contato com a confeitaria foi na Escola de Gastronomia Oficina Gourmet, com a Chef Carolina Costa. Eu morava na cidade de Indaiatuba, no interior de São Paulo, devido ao meu trabalho. E, logo que abriu a escola, fiquei interessada nos cursos. Assim, acabei fazendo o curso completo de Confeitaria, mas sempre nos horários que eram melhores de acordo com meu tempo livre. Foi um curso de seis meses, maravilhoso, que, para a minha surpresa, me levou a uma outra esfera profissional. Eu senti muita facilidade nas aulas e deslanchei. Com isso, eu acabei saindo do meu trabalho como Gerente em Merenda Escolar e comecei a trabalhar com gastronomia. Teve a era dos cupcakes, docinhos gourmets para casamentos, festas e eventos corporativos. Mas, de volta a São Paulo, fiz vários cursos complementares de confeitaria fina, como os do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), da Callebaut, etc, o que me levou a trabalhar como Cake Design. O trabalho era sempre maravilhoso, um sucesso, mas sempre havia aquela preocupação de não estar fazendo nada saudável. Dessa forma, hoje em dia, eu consigo unir as técnicas da gastronomia com a culinária saudável e criar as preparações para comer sem culpa, como a linha de sobremesas especiais lançada recentemente”, ressalta.

 

 

A ‘nutrichef’ partilha também que, atualmente, ela atua “com uma linha de produtos sazonais. No Inverno deste ano, por exemplo, eu lancei os caldos congelados e, agora na Primavera, eu lancei a linha Floral, com biscoitos húngaros e quiches. Para o Verão, eu já criei uma linha de sobremesas especiais, geladas, veganas e vegetarianas, com opções zero açúcar, zero glúten e zero lactose”, divulga.

 

Rotina como ‘nutrichef’ proprietária de dark kitchen

 

De acordo com Bandeira, a sua rotina como ‘nutrichef’ proprietária de dark kitchen é ‘zero glamour’, apesar de muitas pessoas pensarem o contrário. “Eu tenho uma rotina muito atribulada, com agenda cheia e poucos momentos de descanso. E, normalmente, nos momentos livres, eu aproveito para fazer novas criações. Vida de chef é pensar em ingredientes o dia todo, sempre atenta à uma nova receita, com novas combinações de sabor. É aprender mais e mais todos os dias”, sinaliza.

 

 

A ‘nutrichef’ acrescenta sobre o seu dia a dia que “desde que me mudei para Ilhabela e abri a dark kitchen, passei a adicionar ingredientes frescos e cheios de histórias às minhas receitas.  É o caso do creme de camarão, que foi desenvolvido com ingredientes retirados direto das mãos dos pescadores da comunidade tradicional do Bonete e que passou a integrar o cardápio do tradicional Festival do Camarão de Ilhabela. A taioba, uma folha cultivada pelos nativos e cheia de sabor, também foi adicionada às minhas receitas, estimulando também a economia dos agricultores locais. Produtos orgânicos, cultivados por empreendedores da região, também se tornaram estrelas dos meus pratos”, ressalta.

 

Atuais desafios e metas como ‘nutrichef’ proprietária de dark kitchen

 

Em relação aos seus atuais desafios e metas como ‘nutrichef’ proprietária de dark kitchen, Bandeira avalia que, “em decorrência da pandemia de Covid-19, a minha maneira de trabalhar foi moldando. Sem eventos acontecendo, eu criei a Marmitaria e aumentei as vendas pela Internet. Hoje em dia, o que almejo é atender uma clientela fixa, com alta demanda durante o ano todo. Quero poder levar a alimentação saudável, unindo a gastronomia e a arte para uma esfera cada vez maior”, espera.

 

Visão de mercado como ‘nutrichef’ proprietária de dark kitchen

 

Para Bandeira, o atual mercado food service “é uma dualidade. Ao mesmo tempo que oferece oportunidade, maior de conhecimento de seu trabalho e maior número de vendas, temos também uma concorrência muito maior e que exige, cada vez mais, um diferencial no seu trabalho”, alerta.

 

 

Conforme a ‘nutrichef’, a alimentação nos dias atuais ganhou outro conceito, pois “já existe uma consciência maior em alimentação saudável hoje em dia, com uma demanda cada vez maior de pratos vegetarianos e veganos”, enfatiza.

 

Sobre a influência das mídias sociais no segmento de alimentação fora do lar, Bandeira argumenta que “na minha visão, a mídia tem grande peso no mercado food service, uma vez que comemos com olhos. Além disso, traz informação e acessibilidade. No entanto, também abre espaço para os falsos profissionais, com promessas absurdas em embasamento científico”, pontua.

 

Dica de ‘nutrichef’ proprietária de dark kitchen

 

Por fim, Bandeira indica para quem deseja ser uma ‘nutrichef’ proprietária de dark kitchen assim como ela que “corra atrás dos seus sonhos”, aconselha.

 

Enriquecedora e inspirada a vida de ‘nutrichef’ de Dani Bandeira, não é mesmo? Então, continue nos acompanhando! Afinal, aqui na Rede Food Service, toda semana, te desvendamos o que, realmente, é uma vida de chef por meio de exemplos reais.