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Liderança no olho do furacão

por Rodrigo Malfitani, articulista da Rede Food Service

EquipeRestaurante
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A não ser que você queira ser como um lobo solitário ou pretenda viver isolado no meio das montanhas como um eremita, terá que passar boa parte da sua vida profissional, ou toda ela, trabalhando em grupo e interagindo com outras pessoas. Porém, em um mundo tão competitivo como o corporativo, frequentemente trabalho em grupo é substituído por “escalada a qualquer preço” e, interação com os demais, substituído por “preciso ser melhor que os outros, custe o que custar”.

 

Buscamos freneticamente sermos melhores que os outros, numa corrida sem fim, como se nossas carreiras e vidas dependessem apenas disso. Como se atingir metas ano após ano, fosse a única métrica possível para determinar o tamanho do nosso sucesso e felicidade. Times inteiros são estimulados a competir de tal maneira, que esquecem que, antes de tudo, são um time. E como time, competem juntos, jamais entre si. Esquecemos o mais importante: que precisamos apenas sermos melhores do que nós mesmos e buscarmos a nossa melhor versão.

 

E qual o papel da liderança nesse cenário? Não raro, quem lidera usa sua posição privilegiada para frear pretensões alheias de desenvolvimento e crescimento dentro da organização. Defende seu território com unhas e dentes, com medo de perder seu pequeno e temporário espaço, sempre de forma autoritária, na tentativa de impor a ordem. Nada mais velho do que esse antigo e ineficiente modelo de gestão.

 

Líderes precisam pavimentar caminhos. Sempre cabe ao líder o dever de estimular, promover, desenvolver, treinar, capacitar, provocar, tirar do lugar comum, facilitar, contagiar, dar liberdade e asas para quem está em baixo voar. Cabe a ele a incumbência de despertar e alimentar o fogo interno de cada um. Quem está numa posição de liderança precisa ser um realizador de sonhos!

 

Quando a liderança foca apenas em atingir seus resultados a qualquer custo e alcançar suas metas de forma tão competitiva, as pessoas são estimuladas a agirem de forma reativa (e negativa), afinal, precisam salvar sua própria pele. Em contrapartida, quando a liderança foca no time e nas pessoas, elas são estimuladas a se desenvolver e melhorar suas capacidades individuais, agindo de forma colaborativa e criativa. As pessoas, o ambiente e as empresas, consequentemente, melhoram!

 

O potencial das pessoas (e das empresas também) nunca é um ponto fixo! Precisa sempre ser estimulado e empurrado para cima. Negócios e pessoas evoluem quando buscam melhorar a cada dia. Quando focam sua energia em fazer melhor do que ontem e sabem que o amanhã, pode ser sempre uma nova oportunidade para corrigir os erros cometidos no passado e evoluir. O resultado é a consequência desse modus operandi, não o objetivo final.

 

A busca desenfreada e tresloucada por resultados a qualquer custo, IPO’s, dominar o mundo, sonhos de dinheiro fácil, numa competição contra tudo e contra todos, apenas para rentabilizar alguns poucos acionistas tem deixado para trás, um rastro de terra arrasada e isso não é mais sustentável. Para o mundo, para os próprios negócios e, acima de tudo, para as pessoas. Todos precisam atuar de forma mais colaborativa e menos competitiva. É hora de repensar as nossas relações de trabalho urgentemente!

 

O mundo está mudando e vivemos essa transformação agora no mercado de trabalho. Há uma ruptura com o modelo mental de trabalho da Revolução Industrial que formou gerações inteiras durante anos. Razões Sociais de empresas, começam a deixar de ser um mero nome de cadastro para assumir sua real razão social de existência na sociedade em que está inserida. A área de Recursos Humanos está no centro furacão, sendo impactada, criando e liderando um novo cenário, em que pessoas não podem mais ser tratadas apenas como simples recursos e funcionários apenas como peças que executam e cumprem funções sem pensar, mas sim como seres humanos que possuem idéias, pensamentos, vontades e sentimentos.

 

O modelo de formação profissional do passado, do “operário padrão”, está morrendo (se já não morreu). Assim como o mundo linear e dos iguais. As organizações estão aprendendo a lidar com a diversidade, com o diferente, não linear. Vivemos um momento em que o passado não vai embora tão cedo e o novo ainda vai demorar para se consolidar. Continue cuidando das pessoas!

 

#EMFRENTE!

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Rodrigo Malfitani
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Formado em Hotelaria pelo SENAC-SP, Pós Graduado em Marketing de Serviços e com MBA em Gestão Estratégica de Negócios. É especialista em Gestão de A&B e Pessoas, com mais de 20 anos de experiência no mercado e passagem por grandes grupos como CiaTC, Ritz, Leopolldo, GJP Hotels & Resorts, Quitanda e Grupo Frutaria. Foi professor da EGG (Escola de Gestão em Negócios da Gastronomia) e hoje atua como Consultor e Diretor de Hospitalidade da marca Tania Bulhões.

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