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NÃO DÊ FEEDBACK!

Reuniao Restaurante
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Em absolutamente todos os times que trabalhei, gerenciei ou liderei, sempre encontrei um número maior de pessoas interessadas e compromissadas em entregar o melhor, do que o número de pessoas que apresentavam algum tipo de problema comportamental. Creio que não tenha sido sorte muito menos talento. E após tantos anos e tantas andanças por aí, também acredito plenamente que em sua grande maioria, equipes de qualquer tipo de empresa, costumam sempre ter mais gente boa, do que gente ruim.

 

Então por que gerentes e líderes de equipes seguem perdendo seus cabelos e vivendo angustiados sem saber o que fazer com aqueles poucos que desviam do objetivo comum do time? Por que tantas dúvidas e tanto tempo investido ou perdido com aquela minoria de pessoas que estão desajustadas? Quanto tempo da liderança é comprometido para lidar com problemas desses poucos, enquanto há uma grande maioria, fazendo tudo como deve ser feito, completamente esquecida? E dessa forma, ligamos o feedback sempre com algo negativo.

 

Pois é, muito comum esse esquecimento por parte dos gestores. O fato é que nos pegamos no dia a dia e no corre-corre da gestão de equipe, sempre mais preocupados em corrigir a rota de um ou outro do que empurrar o restante da equipe que cumpre seu papel com excelência.

 

Fazemos planos de desenvolvimento individual, estudamos técnicas sobre como aplicar feedback, criamos estratégias para planejamento de equipe, gastamos horas com devolutivas, fazendo planos para descobrir como desligar aquele integrante do time que não mais se encaixa, mas nos esquecemos do simples. Aquilo que deveria ser feito todos os dias: elogiar, incentivar, parabenizar e motivar àqueles que carregam o piano e tocam o barco com louvor. Pouco tempo é investido nesse tipo de relação.

 

Devemos agradecer o máximo e sempre que possível àqueles que executam suas tarefas, por mais simples que elas sejam. Olhar, perceber e notar o esforço de quem está ali, quietinho no seu canto, mas fazendo tudo como se deve. Não importa a posição hierárquica que essa pessoa ocupa. Elogie! Faz muita diferença para quem recebe essa atenção. Se sentir notado aumenta o senso de pertencimento. Ser parabenizado pelas entregas, motiva qualquer um. Quando recebemos uma palavra de agradecimento por aquilo que executamos, somos estimulados a fazer mais e melhor.

 

É nesse ponto que vamos formando equipes. É nesse ponto que vamos desenvolvendo um time engajado com objetivos comuns. É aí que vamos criando um ciclo virtuoso. Elogiamos as pessoas que cumprem suas tarefas com boas práticas. Essas pessoas se sentem mais felizes e seguras e, naturalmente, produzirão mais. Se produzem mais, se destacarão na equipe e serão melhor avaliadas. Sendo mais bem avaliadas, estarão mais envolvidas com o todo. Mais engajadas, maior são as chances de permanecerem na empresa para um trabalho de longo prazo. Mais tempo, significa crescimento profissional e, consequentemente, uma promoção. Promoção traz segurança e conexão. E tudo que desejamos em nossas equipes, são pessoas conectadas com um objetivo comum de longo prazo.

 

Gastam-se horas em planejamento de equipes tentando descobrir o que fazer com “fulano ou ciclano” que não se encaixam no time. Mas não gastamos poucos minutos para dedicar tempo ao que realmente importa: criar uma relação de confiança com o time. Conseguimos criar essa relação quando dedicamos nosso tempo como líderes, para cuidar da maioria que está lá cumprindo brilhantemente seu papel.

 

Não perca horas do seu dia com feedbacks negativos ou corretivos. Viu algo bom? Elogie! Enxergou uma oportunidade? Dê mais autonomia. Alguém se destacou? Incentive! Viu uma atitude positiva? Compartilhe! Destaque e promova ações positivas. Pessoas trabalham melhor em ambientes de alegria e felicidade.

 

Nem tudo são flores ou tão simples como parece. Na realidade, já tive equipes difíceis, com muita gente desalinhada dos objetivos comuns e casos em que, nem um objetivo comum existia. Era cada um por si e Deus contra todos. Mas mesmo nesses casos, sempre havia mais gente interessada em fazer bem, o que deveria ser feito.

 

Não se trata de otimismo puro ou positividade, mas por experiência própria, ainda vejo com frequência, gerentes que sofrem por carregar esse fardo de não saber liderar. Reclamam do time enquanto esquecem do seu papel de protagonistas. Se queixam que o time não executa o que lhes é demandado, esquivando-se da responsabilidade principal que cabe a quem ocupa esse cargo. Se alguém não sabe como fazer? Ensine! Fez errado? Corrija! Ensinou e corrigiu e ainda assim erra? Direcione! Mostre como se faz. Ainda sim não deu certo? Reveja a posição do colaborador. As vezes ele pode estar numa posição errada. Se após tudo isso, o problema for comportamental, não pense duas vezes: ele não deve fazer parte do seu time!

 

O ambiente influencia muito o desenvolvimento e performance das pessoas. Criar um ambiente com otimismo, bem-estar, segurança e alegria, é o primeiro passo para um time engajado e comprometido. Tudo fica mais fácil e o trabalho fica mais leve. Gaste menos tempo com feedbacks pesados e invista tempo naquilo que importa: o conjunto, o coletivo, o time!

#EMFRENTE!

 

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Rodrigo Malfitani
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Formado em Hotelaria pelo SENAC-SP, Pós Graduado em Marketing de Serviços e com MBA em Gestão Estratégica de Negócios. É especialista em Gestão de A&B e Pessoas, com mais de 20 anos de experiência no mercado e passagem por grandes grupos como CiaTC, Ritz, Leopolldo, GJP Hotels & Resorts, Quitanda e Grupo Frutaria. Foi professor da EGG (Escola de Gestão em Negócios da Gastronomia) e hoje atua como Consultor e Diretor de Hospitalidade da marca Tania Bulhões.

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