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Por um futuro melhor, Sistema B redefine o significado de sucesso nos negócios no século XXI

São 10 anos promovendo a necessidade de lucros associados com impactos socioambientais positivos. O marco na trajetória será celebrado com uma campanha

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Há uma década chegava ao Brasil uma iniciativa revolucionária, idealizada para redefinir o papel das empresas na sociedade com o objetivo de tornar o mercado e o mundo mais inclusivo, sustentável, ético e equitativo para todos. Estamos falando do Sistema B, que vem há anos desafiando paradigmas e encorajando as empresas a repensarem não apenas seus lucros, mas também seus propósitos, influenciando assim uma ampla gama de setores, o que inclui, claro, o food service.

 

Completando 10 anos de atuação no Brasil, já podemos dizer que o Sistema B se transformou em uma força unificadora para organizações que buscam equilibrar o sucesso financeiro com responsabilidade social, com amplos e positivos reflexos em comunidades e ecossistemas.

 

Além de transformar a atuação de empresas, o Sistema B também promove mudanças nas expectativas dos consumidores, que entendem a necessidade de apoiar negócios alinhados com seus valores sociais e ambientais, por isso, a certificação B Corp tornou-se um selo de confiança, indicando um compromisso genuíno com a construção de um futuro mais justo e sustentável.

 

Agora, saiba mais sobre a jornada de desafios e lições valiosas que ajudou a consolidar o Sistema B como um movimento transformador para o mercado brasileiro. E também sobre a celebração desses 10 anos de atuação. Acompanhe, afinal, estamos falando de mais do que uma tendência: é uma mudança real de paradigma que redefine o significado de sucesso nos negócios no século XXI.

 

Afinal, o que é o Sistema B?

 

Você conhece o Sistema B? Sabe como funciona? A Rede Food Service te explica tudo agora. O Sistema B é uma rede internacional de organizações líderes na transformação dos sistemas econômicos em apoio à visão coletiva de uma economia cada vez mais inclusiva, equitativa e regenerativa, algo que, dentro dessa filosofia, se tornará realidade apenas de modo coletivo e sistêmico.

 

Desta forma, o Sistema B trabalha com padrões, políticas, ferramentas e programas de mudança cultural, comportamental e estrutural do capitalismo. Além disso, a rede também orienta toda a jornada de certificação das empresas que alcançam padrões rigorosos de impacto positivo, as Empresas B.

 

Rodrigo Santini, diretor executivo do Sistema B Brasil – Divulgação

 

“Apresentamos às empresas as principais questões da nossa atualidade, oferecendo uma nova lógica para o mercado, compreendendo a necessidade das empresas mensurarem, avaliarem e gerirem seu impacto, para que tragam benefícios à sociedade, evidenciando ser possível alinhar lucro ao propósito”, explica Rodrigo Santini, diretor executivo do Sistema B Brasil.

 

Ele ainda explica que a atuação do projeto passa pela mobilização da rede de Empresas B para criarem ações coletivas que abordam os desafios mais cruciais enfrentados por toda a sociedade. “Isso desenvolve uma rede que age cada vez mais por cooperação e que se dispõe a desenvolver um ecossistema de negócios que decidem abandonar a velha máxima do ‘lucro acima de tudo’ por ‘lucro com impactos socioambientais positivos’, aproveitando todo o seu potencial para construir e oferecer um mundo melhor para todas as pessoas, a sociedade e o planeta”.

 

Chegada do Sistema B no Brasil

 

O diretor executivo explica que o Sistema B surgiu aqui no Brasil no dia 24 de outubro de 2013. “Da idealização até a chegada do projeto, muitas pessoas se reuniram numa longa e inspiradora jornada percorrida por dois anos, focada num importante e grande desafio: transformar o sistema econômico brasileiro de modo a beneficiar todas as pessoas, o país e o planeta”, diz Santini.

 

Para que isso fosse possível, durante esse período, o projeto construiu uma visão coletiva acerca da função do Brasil, o maior país da América Latina, no cenário latino-americano e selou importantes alianças entre diversos atores para que o lançamento do Sistema B no mercado brasileiro ganhasse ainda força.

 

Com o propósito de construir um ecossistema favorável ao fortalecimento das empresas que lançam mão do seu potencial no mercado para contribuir com as soluções dos problemas sociais e ambientais, o Sistema B baseia sua atuação em cinco pilares: inovação, interdependência, cuidado, construção coletiva, diversidade e paixão pelos principais valores do projeto.

 

Sistema B redefine o significado de sucesso nos negócios no século XXI – Divulgação

 

“O Sistema B Brasil propiciou avanços importantes na construção do ecossistema de impacto no país. Ao revisitarmos essa trajetória de uma década de atuação, podemos destacar um expressivo aumento da sensibilização por parte das empresas com as questões da sustentabilidade e o compromisso de fazer além de somente gerar lucros e dividendos aos seus acionistas”, conta Rodrigo Santini.

 

Segundo ele, no decorrer desses 10 anos, o Brasil se revelou como um protagonista do Movimento B em nível global. “Fomos pioneiros na certificação de empresas de capital aberto em todo o mundo, como a Natura; além de termos uma série de iniciativas inovadoras, a exemplo de projetos como o Cidades+B; programas e consultorias, como o Caminho+B; projetos de educação, como o Multiplicadores B e Comunidades B Locais, em diversas regiões; e o Coletivo Pretas B, um coletivo de lideranças de mulheres negras do movimento. Também temos incidência nos mercados financeiros e de capitais com a B3; advocacy como estratégia nacional; parcerias estratégicas com outros movimentos, como o Pacto Pela Equidade Racional; entre muitas outras ações. Atualmente nos dirigimos cada vez mais para ações de justiça social e climática, dialogando com as necessidades do país”, detalha.

 

Principais setores de atuação

 

Somente no Brasil, hoje, o projeto possui mais de 300 Empresas B certificadas, que atuam em 24 setores da economia, o que vai desde a agricultura ao entretenimento. Entre essas organizações com o Selo B, estão presentes grandes indústrias que são referências no ramo em que atuam e possuem reconhecimento mundial. Entre os exemplos, a Danone, no ramo alimentício; a Natura, no setor de beleza; e o recém-certificado Grupo Soma, o maior conglomerado de varejo de moda do Brasil, que reúne 15 marcas como Cia. Hering, Farm e Animale.

 

“Temos, ainda, empresas de serviços, a exemplo da Movida (de mobilidade), a Fama Investimentos (de finanças) e a Vivalá (de turismo), também certificada recentemente”.

 

Entretanto, a maior representatividade da rede ainda está nos negócios de pequeno e médio porte, atuantes em diferentes setores, especialmente, na prestação de serviços e consultorias que visam a transformação da economia brasileira.

 

“Estas empresas estão espalhadas nas cinco regiões do país e em 17 estados. Em alguns deles, as Empresas B representam o setor de maior vocação econômica da localidade. O Grupo Morena, localizado no Mato Grosso, por exemplo, desenvolve atividades agrícolas sustentáveis. No Pará, outros exemplos são a 100% Amazônia e a Manioca, voltadas ao fornecimento de produtos da biodiversidade local que servem de insumos para a indústria alimentícia, bebidas e cosméticos, principalmente, frutas e sementes”, diz Rodrigo Santini.

 

Empresa B

 

Morena Leite é chef de cozinha e sócia do restaurante Capim Santo, casa especializada em comida brasileira, feita com ingredientes do quintal. A empresa foi certificada em agosto de 2023 pelo Sistema B.

 

Mas todo o processo foi iniciado há alguns anos, quando a chef conheceu o Sistema B e entendeu que estava diante de um movimento global de pessoas que usam os seus negócios como uma força motora para o bem, visando promover transformações na economia global, gerando benefícios para as pessoas, comunidades e o planeta.

 

Esse propósito casou perfeitamente com o que Morena aprendeu com seus pais e com a filosofia do restaurante fundado por eles há quase 40 anos; um negócio lucrativo, mas com crenças e valores muito bem fundamentados.

 

A Chef Morena Leite – Divulgação

 

“Meus pais, Sandra e Fernando, saíram do interior de São Paulo, mais especificamente da Serra da Mantiqueira e do Vale do Ribeira, em busca de qualidade de vida, para morar em comunidade e viver em harmonia com o solo local”. Foi em Trancoso, na Bahia, que eles fundaram o Capim Santo.

 

De lá, Morena saiu para o mundo. Formou-se em gastronomia na Le Cordon Bleu de Paris, há quase 24 anos, e em 2017 tirou um ano sabático. “Viajei com minha filha ao redor do mundo, em um período de resgate”, conta ela.

 

No ano seguinte, a chef se mudou para Bali, na Indonésia, onde conheceu a Green School, que se baseia em três pilares fundamentais: sustentabilidade, comunidade e empatia. Foi assim que ela ficou sabendo das empresas do Sistema B, o que virou para Morena um grande objetivo pelo significado do movimento. “Percebi que era algo que fazia parte da minha história. Não é apenas sobre o que eu estou fazendo, mas também como e o porquê. Alimentar as pessoas é um resgate pessoal de cura, de conhecimento universal do resgate alimentar. É se curar e curar as pessoas através da cozinha. Por isso, estou orgulhosa e feliz em fazer parte do Sistema B, que gera benefícios não só para os donos das empresas, mas para todos os que a cercam, como fornecedores, clientes, funcionários, colaboradores… No Capim Santo hoje temos um time de quase 500 pessoas trabalhando, sonhando e realizando através da gastronomia nossa visão de vida”, revela Morena.

 

Leonardo Lima, fundador e CEO da Dreams & Purpose – Divulgação

 

Segundo Leonardo Lima, responsável pela Dreams & Purpose Consulting, criada com o propósito de impactar milhões de pessoas através da educação e tendo como objetivo ampliar a consciência para o que acontece no mundo atual, ressaltando a responsabilidade de cada um na construção do futuro, integrar o Sistema B é importantíssimo porque vivemos em um mundo onde o sistema econômico de concentração de riqueza já deu sinais evidentes que está esgotado.

 

“Neste cenário, temos empresas que detém mais valor que o PIB de mais de 100 países juntos. Estamos falando de um planeta que vem sendo exaurido em seus recursos para atender a desejos de crescimento e ganância de poucos. Nesse contexto, o Sistema B vem trazer luz de que é possível fazer diferente. Desde quando tive o primeiro contato com o movimento, há vários anos, observei que era o que queria para mim quando tivesse a minha empresa”, explica ele para a Rede Food Service.

 

Para Leonardo, a razão de uma empresa existir é servir a sociedade e não se nutrir dela para o seu interesse. “Uma empresa somente deve existir se merecer existir. Por essa razão apoio integralmente a definição do que significa o Sistema B: um grupo de inconformados, líderes de negócios que acreditam que o caminho para o sucesso precisa de uma nova definição, ávidos pela construção de uma nova economia que abrace a diversidade de pessoas e de ideias, que traz a equidade e promove um sistema inclusivo, equitativo, regenerativo e sustentável. Para mim, essa é definição de negócio de sucesso”, dá o recado.

 

Principais resultados no Brasil

 

“Nosso país possui vocação para liderar o Movimento B em escala global. O atual cenário do Sistema B no Brasil é altamente positivo. Estamos tendo um aumento exponencial na procura pela avaliação de Impacto B”, afirma o diretor executivo do Sistema B Brasil, Rodrigo Santini.

 

Ele ainda explica que o projeto protagoniza diferentes frentes no desenvolvimento de um ecossistema propício para as empresas utilizarem a potência do mercado na solução dos problemas socioambientais.

 

“Na área social, avançamos em diversas pautas, como, por exemplo, na discussão acerca da diversidade e inclusão nas organizações através do Movimento Seja Antirracista, uma parceria com o instituto ID_BR e o Capitalismo Consciente Brasil, visando construir um ambiente de comprometimento público com diretrizes sobre como combater o racismo estrutural e institucional. Também tivemos avanços na questão da diversidade etária, junto à Labora, que atua e estimula outras empresas à diversidade geracional; e ainda na parceria do grupo Mulheres B com a ONU Mulheres, quando tratamos temáticas associadas a questão de gênero no espaço corporativo”, elenca Rodrigo.

 

Medição e avaliação do impacto social e ambiental

 

As empresas que fazem parte do Sistema B realizam uma Avaliação de Impacto B (BIA) para que entendam e identifiquem o seu impacto social e ambiental de forma holística.

 

Santini conta para a Rede Food Service que para fazer esse parecer, o movimento utiliza uma ferramenta gratuita, online e exclusiva criada pelo Sistema B para auxiliar as empresas a medirem, analisarem e acompanharem, de forma sistêmica, a evolução dos seus respectivos desempenhos conforme os mais elevados padrões de performance e impacto socioambiental positivo gerado e reconhecido pelo mercado.

 

Sistema B redefine o significado de sucesso nos negócios no século XXI – Divulgação

 

“A avaliação é realizada com base em um parâmetro de 0 a 200 pontos, que abrangem cinco principais áreas: governança, trabalhadores, comunidade, meio ambiente e clientes. As empresas que alcançam a pontuação mínima, de 80 pontos, e passam por uma avaliação complementar, podem se tornar Empresas B Certificadas. O Selo B Corp atesta que, de fato, esses negócios atendem aos mais altos padrões de impacto social e ambiental, transparência e responsabilidade pública”, explica o executivo.

 

De acordo com ele, o projeto sempre busca difundir essa metodologia no Brasil, estimulando novas organizações a buscarem a certificação como Empresas B e a incorporarem práticas sustentáveis em seus respectivos modelos de negócios.

 

Para uma empresa incorporar os princípios do movimento, segundo Rodrigo, em primeiro lugar elas precisam ter um propósito claro. “Isto é, devem se comprometer em gerar impacto social e ambiental positivo no mundo”.

 

Em seguida, para alcançar a certificação B Corp Brasil, a organização terá que direcionar seu negócio para além do desempenho financeiro e do lucro, adotando boas práticas que gerem impacto positivo à empresa, às pessoas e ao planeta. “Além disso, também é preciso haver um comprometimento com o progresso, com a medição dos impactos gerados e aperfeiçoamento continuo da gestão. Para tanto, a empresa necessita ter a consciência de que faz parte de uma comunidade e de um todo. Nossa análise é realizada com base nos cinco eixos estratégicos: governança, trabalhadores, clientes, comunidade e meio ambiente”.

 

Mercado brasileiro

 

Rodrigo Santini afirma que vê o Brasil em um cenário socioeconômico privilegiado a nível global e com um enorme potencial para gerar impacto socioambiental positivo. “Nossas empresas têm credibilidade e capacidade de influenciar grande parte da população. Assim, acreditamos ser essencial que nossa comunidade empresarial se engaje na construção de soluções às demandas globais, como injustiça social e crise climática”.

 

Para isso, segundo ele, o Sistema B dispõe de instrumentos, suporte ao letramento e estímulos para mais empresas seguirem este modelo de negócio e de liderança. “Muitas empresas da rede B oferecem know-how e inovações para orientar outras organizações a avançarem em pontos de diversidade e inclusão, por exemplo. Temos de nos lembrar que neste processo também devem estar envolvidos os poderes públicos reguladores e fiscalizadores. O comprometimento e envolvimento devem vir de todos os setores da sociedade”.

 

Celebração dos 10 anos

 

Como um marco histórico em sua trajetória, os 10 anos de atividade do Sistema B no Brasil serão celebrados com a campanha “Não há tempo para Plano B, mas há tempo para ser B”. A ação chama atenção para a urgência das causas sociais e ambientais exigidas na atualidade e a necessidade de mais negócios de impacto como parte das soluções dos problemas socioambientais.

 

“A campanha também tem o objetivo de mostrar caminhos para colocar em prática as mudanças necessárias, considerando as etapas dessa jornada: capacitação de profissionais, consultorias para adoção de indicadores de impacto, certificação, conexão entre negócios, advocacy e outros benefícios de compor a rede”, diz o executivo.

 

Outro foco da campanha é o engajamento de toda a rede B. “Para isso, disponibilizamos um kit de comunicação digital, com a identidade visual da campanha para as empresas e seus profissionais customizarem as peças e postá-las em suas redes sociais com a hashtag #SBB10anos”. Rodrigo Santini explica que as peças podem ser personalizadas pelas empresas do Sistema B Brasil, funcionários, consultores, investidores, membros do Conselho e outros públicos ligados aos negócios de impacto. Ele ressalta ainda a potência de atuação em rede e o orgulho de fazer parte desse movimento.

 

“Também faz parte da campanha a promoção dos Cafés B de Relacionamento, reunindo representantes de Empresas B e parceiros de Norte a Sul do Brasil para a troca de experiências e fortalecimento da rede, num espaço de conexão e divulgação do Movimento B”.

 

Planos e projetos

 

De acordo com Rodrigo Santini, ser uma Empresa B não é apenas uma posição, uma linha de chegada, mas sim um processo contínuo, uma direção. “Por isso, nossa missão vai muito além da certificação. Nosso propósito é ampliar nossa rede para juntos desenvolvermos um novo modelo de negócio disruptivo, inclusivo, equitativo e regenerativo tanto para as pessoas como para o planeta”.

 

Para tornar isto possível, segundo o executivo, o Sistema B sempre busca alianças estratégicas com empresas, sociedades e poderes públicos constituídos na busca pelos mesmos objetivos. “Todos somos impactados diretamente por estas iniciativas”.

 

Formas de contato

 

Para entrar em contato com o Sistema B, basta enviar uma mensagem pelo site https://sistemabbrasil.org/contato/. Em seguida, o time de relacionamento entrará em contato para passar mais informações e orientações sobre o Sistema B Brasil e todas as soluções disponíveis, como avaliação gratuita, projetos de impacto, certificação, qualificação profissional, articulação multisetorial, entre outras iniciativas.

 

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