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Polen: conheça a cleantech que já enviou mais de 60 mil toneladas de embalagens para a reciclagem

Atualmente, a startup vende resíduos sólidos para empresas que precisam se adequar à Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) pela Internet via blockchain

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Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto FSB aponta que 72% dos empresários brasileiros admitem que estão pouco ou nada familiarizados com a sigla ESG, que, em inglês, significa Environmental, Social and Governance. E, em tradução literal para o português, quer dizer Ambiental, Social e Governança, que, em resumo, faz referência às práticas de uma empresa e/ou entidade voltadas à preservação do meio ambiente.

 

Conforme o estudo, feito com executivos de 500 médias e grandes empresas industriais, 9 de cada 10 empresas já adotam práticas de gestão de resíduos e ações para reduzirem o desperdício de água e energia. No entanto, o levantamento diz que a maior preocupação dos empresários consultados é com o descarte de resíduos sólidos, uma vez que 1 em cada 4 afirmou que esse é o seu primeiro ou segundo principal ponto de atenção.

 

E você? Já possui alguma ação voltada para a preservação do meio ambiente em seu negócio food service?

 

Se não, hoje, nós da Rede Food Service temos o prazer de te apresentar a Polen, a cleantech que já enviou mais de 60 mil toneladas de embalagens para a reciclagem e, que, atualmente, vende resíduos sólidos para empresas que precisam se adequar à Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), de 2010, pela Internet via blockchain.

 

Foto: Divulgação

 

Em entrevista exclusiva à nossa reportagem, Renato Paquet, CEO da Polen, que também é Diretor-Presidente de Cleantechs da Associação Brasileira de Startups (ABSTARTUPS) e membro do Conselho de Competitividade do Sistema FIRJAN, explica que “a Polen é uma cleantech – startup que tem como princípio de atuação a sustentabilidade, que trabalha neutralizando o impacto das embalagens que empresas colocam no mercado por meio de seus produtos. A neutralização se dá por meio de um conceito criado por nós, o Crédito de Logística Reversa: solução balizada em blockchain, que representa o envio para a reciclagem de um quilo de embalagens. Nós transformamos resíduos em matéria-prima e realizamos a logística reversa para mais de 1.200 empresas no Brasil e mais 8 países”, destaca.

 

Paquet explica que “a blockchain tem a função de dar rastreabilidade, transparência e trazer confiabilidade para a comprovação da reciclagem. As notas fiscais de venda de resíduos, junto a diversos documentos como alvará de funcionamento, licença ambiental, entre outros, são cruzados e criptografados na blockchain, gerando um token.  Um token é igual a 1 crédito de logística reversa, que é igual a 1 quilo de resíduo. Hoje em dia, as empresas que têm a necessidade de se adequar à PNRS pelo viés da logística reversa precisam comprovar que foram co-responsáveis por enviar para a reciclagem uma massa correspondente à 22% das embalagens que colocaram no mercado. Assim, compram tokens da Polen, que são os chamados de créditos de logística reversa em blockchain para comprovar que estão de acordo com a lei. Por isso, a semelhança com as operações dos créditos de carbono. As empresas compram créditos de carbono para comprovar que estão incentivando o reflorestamento e a preservação das florestas e não porções de área verde. E compram créditos de logística reversa para comprovar que estão incentivando a estruturação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis e retirando embalagens do mercado”, explica.

 

Foto: @brpolen

 

O CEO da Polen acrescenta que “a blockchain tem diversas aplicações, mas, no caso da Polen, a principal função da tecnologia é não permitir que uma mesma transação seja realizada duas vezes. Ou seja, ela garante que cada nota fiscal referente à comercialização do resíduo seja usada apenas uma vez por uma única empresa. Isso acontece porque a blockchain é um banco de dados descentralizado. Cada transação precisa ser validada por milhares de computadores, com uma série de regras, e fica protegida por códigos criptografados. Detalhe importante: a blockchain que utilizamos é pública, ou seja, qualquer um pode consultar os dados que disponibilizamos nela e é neutra em carbono, garantindo que o impacto ambiental positivo das operações que realizamos seja ainda maior”, ressalta.

 

A história da Polen

 

Fundada em 2017 por Paquet e Lucas Sarmento, seu sócio, a Polen “começou a sua operação no mesmo ano como uma plataforma para comercialização de resíduos como produtos para a cadeia da reciclagem. Posteriormente, eu e meu sócio Lucas Sarmento lançamos o conceito de Créditos de Logística Reversa, cujo objetivo é neutralizar o impacto ambiental de embalagens postas pelas indústrias aos consumidores. Esse é um mercado regulado no Brasil e em diversos países, em que as empresas são obrigadas a comprovarem que reciclaram uma massa equivalente a 22% daquilo que colocaram no mercado em forma de embalagens. A inovação da Polen para o setor veio desde seu modelo de negócio até a utilização de blockchain para dar rastreabilidade a todo o processo da cadeia da reciclagem. Na prática, o processo é similar ao dos créditos de carbono, na qual as empresas não precisam comprar áreas verdes para comprovar que estão neutralizando CO², reflorestando ou preservando a florestas. Elas apenas adquirem essa ‘moeda’. No nosso caso, as indústrias compram os créditos de logística reversa via blockchain e podem comprovar que estão trabalhando na reciclagem dos materiais inserido no mercado”, relata Paquet.

 

Renato Paquet, CEO da Polen – Foto: Divulgação

 

O CEO acrescenta que “a Polen é uma empresa que vem com a missão de ajudar a todos os envolvidos no seu trabalho, direta e indiretamente. Sociedade, meio ambiente e as empresas. Isso acontece porque realizamos um trabalho que agrega valor para as companhias, uma vez que as ajudamos a trabalhar o pilar Ambiental do ESG, o que incentiva a sustentabilidade, desmistifica que trabalhar a logística reversa é um investimento caro. Nós movimentamos a economia circular, gerando renda para catadores e cooperativas. Nós cuidamos para dar a destinação correta dos resíduos sólidos. Assim, todo o ecossistema se beneficia”, afirma.

 

Atuais projetos relacionados à sustentabilidade da Polen

 

Conforme Paquet, na Polen, “a sustentabilidade é o nosso princípio norteador para todas as ações que realizamos e decisões que tomamos em nosso dia a dia. É um propósito da empresa e das pessoas que trabalham com a gente que se refletem nos nossos serviços”, garante.

 

Foto: Divulgação

 

Sobre os atuais projetos relacionados à sustentabilidade da cleantech, o CEO partilha que “hoje em dia, atuamos juntamente com a Orla Rio, concessionária da Orla do Rio de Janeiro, no projeto Recicla Orla, e com a GAM3 Parks no Recicla Guaíba. Ambos os projetos são voltados para o fomento da educação ambiental na sociedade, coleta de resíduos sólidos – na orla carioca e ou na orla do Guaíba – e descarte correto de materiais recicláveis. Além disso, a Polen também atua como Secretária-Executiva da Recicla Latas, entidade gestora do Termo de Compromisso para Aperfeiçoamento do Sistema de Logística Reversa das Latas de Alumínio para Bebidas. A Associação é a responsável pela divulgação do índice nacional de reciclagem de latas de alumínio, que bateu recorde histórico esse ano, chegando a 98,7%. Outro ponto a ser destacado são as ações com as empresas parceiras da Polen, como o iFood e a Papirus. Envolvendo o aplicativo de entrega, realizamos mutirões na orla carioca para limpeza de praia e para conscientizar a população da importância do descarte correto de embalagens e instalamos 56 pontos de entrega voluntária de resíduos em 8 km de praias da orla carioca, seja para a preservação do meio ambiente ou para o processo de reciclagem ser completo. Com a fabricante de papel cartão, nós desenvolvemos um programa que faz a rastreabilidade dos materiais que compõem as embalagens de papel desde sua origem, até se tornarem embalagem novamente, fazendo com que a embalagem conte sua história por meio de um QR code que endereça o consumidor para os dados que comprovam sua origem e destino”, elenca.

 

Resultados já alcançados com os projetos relacionados à sustentabilidade da Polen

 

Em relação aos resultados já alcançados com os projetos relacionados à sustentabilidade da Polen, Paquet enfatiza que “somente no ano passado, mais de 60 mil toneladas de embalagens foram enviadas para a reciclagem. Além disso, atingimos o marco de trabalhar com cooperativas de catadores em todos os estados brasileiros, gerando não só impacto ambiental, mas social também”, salienta.

 

Investir em projetos relacionados à sustentabilidade custa muito caro?

 

Ao ser questionado se investir em projetos relacionados à sustentabilidade custa muito caro, Paquet alerta que “esse é um dos maiores mitos desse mercado. Investir em sustentabilidade não é caro e vale a pena! Pois, quer dizer que estamos realizando algo necessário para nós e para o planeta. Digo isso porque os clientes estão mais antenados quanto aos tópicos da pauta ESG, principalmente, no que diz respeito à parte ambiental.  Hoje, as empresas que não se adequam a esses princípios acabam perdendo espaço de mercado, faturamento e tendem a enfrentar problemas. As gerações atuais mudaram seu comportamento e ideias quanto a esse assunto. Ou seja, as companhias precisam mudar também. Realizando essa mudança de mindset, além de trabalhar na preservação do meio ambiente, elas agregaram valor para a sua marca e podem gerar retorno, o que é fundamental para a fidelização do cliente e trabalhar, de maneira positiva, o seu nome perante a mídia e o mercado. Só é necessário ter cuidado para não cair no efeito de greenwashing, ou seja, tomar para si princípios ambientais e não justificar a sua atuação para os stakeholders e clientes. Se isso acontecer, o efeito para sua marca é mais sério”, indica.

 

Foto: @brpolen

 

O CEO reforça ainda que, atualmente, “a única desvantagem da logística reversa para o mercado de food service está em não a realizar. Não fazer a logística reversa hoje pode representar perda de consumidores amanhã. Estar alinhado às tendências de mercado é um dos principais deveres do empreendedor. A logística reversa veio para ficar e já é realidade, inclusive, regulamentada no Brasil. Fazer a logística reversa é ficar em dia com a lei, se posicionar positivamente frente aos consumidores e construir autoridade para a sustentabilidade no mercado”, aconselha.

 

Como a Polen pode ajudar os empresários food service?

 

Na visão de Paquet, hoje, “o consumidor está muito ligado às causas ambientais e, muitas vezes, utiliza o propósito da causa para balizar a sua decisão de compra. Então, se o mercado de food service se posiciona para a sustentabilidade, neutralizando as embalagens que gera e comunicando isso ao consumidor, demonstra transparência com o que está sendo feito e cria uma autoridade importantíssima frente ao seu cliente, além de entregar uma vantagem competitiva enorme frente às empresas que não realizam esse trabalho”, sinaliza.

 

Nesse sentido, o CEO assegura que a Polen pode somar ao mercado nacional de alimentação fora do lar e seus operadores, uma vez que “podemos levar tecnologia e inovação, pois trabalhamos com um produto inédito no Brasil. A possibilidade de trabalhar a logística reversa a baixo custo, comparado ao valor que se gastaria para montar uma estrutura de reciclagem, em formato totalmente digital, pela blockchain, é diferenciada. A mecânica do mercado do setor de food service é muito similar à de qualquer outra indústria que comercializa produtos embalados. Dessa forma, os restaurantes e mercados podem neutralizar o impacto das embalagens que colocam no mercado por meio dos créditos de logística reversa e, assim, contribuírem para um país ambientalmente eficaz, fazendo o seu papel. É o caso, por exemplo, da rede Hortifruti Natural da Terra, que, desde 2020, neutraliza com a Polen 22% de todas as embalagens que colocam no mercado”, exemplifica.

 

Continue nos acompanhando, pois, aqui na Rede Food Service, sustentabilidade é, realmente, um propósito que queremos disseminar no setor nacional de alimentação fora do lar.

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