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Gabriel Pontes assegura que vida de chef é repleta de desafios e de vontade de fazer algo significativo

Atual sócio do Restaurante Rangaço garante que o chef de cozinha é um personagem que a sociedade precisava ter e merece ser enaltecido, mas que a realidade é diferente

ChefGabriel7
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Você gosta de desafios? É uma pessoa que se sente realizada quando faz algo significativo? Então, quem sabe, a vida de chef não é para você, assim como é para Gabriel de Oliveira Pontes, de 30 anos, o chef Gabriel Pontes, o atual chef e sócio do Restaurante Rangaço, localizado em Salvador, na Bahia.

 

Em entrevista exclusiva à Rede Food Service, Ponte revela que “a vida de chef é uma vida repleta de desafios e de vontade de fazer algo significativo. Na minha realidade, caracteriza por querer colocar a minha cidade em um local de destaque na cena brasileira. O chef é um personagem que a sociedade precisava ter, uma pessoa que merece ser enaltecida, mas a realidade é diferente. É legal ter o reconhecimento, mas, antes disso, vem muito trabalho. Não vejo glamour nessa profissão. Se ser reconhecido for glamour, é massa esse glamour! Porém, o ‘rolê’ é intenso, tem que gostar muito para seguir a caminhada”, afirma.

 

Quem é Gabriel Pontes?

 

Solteiro e sem filhos, Pontes é “um cara tranquilo. Eu gosto de estar em contato com a natureza, de fazer o bem para as pessoas e de, cada vez mais, agregar melhorias à minha família e a quem está na minha volta. Quanto mais perto da natureza eu estiver e quanto mais bem eu fizer a quem eu amo, mais feliz eu vou estar. Não sou casado e não tenho filhos, então, a vida profissional toma conta. Saio de noite, me divirto, mas minha entrega é para minha profissão. A vida pessoal acontece, mas, basicamente, voltada ao meu trabalho. Meu lazer é estar na praia, pelo menos duas vezes na semana, nos dias de folga, e estar com meus amigos à noite, ouvindo música”, se apresenta.

 

Foto: Divulgação

 

Já sobre o seu lado profissional, ele partilha que “como chef, acho que eu sou um profissional que gosta de transformar o alimento, que gosta de ver a felicidade das pessoas por meio da comida, não só os que estão sentados, mas os que estão também ajudando a realizar esse sonho. Apesar do Rangaço ser pequenininho, a gente vê a mudança na vida das pessoas. Tem um funcionário que cortava coco, eu ofereci trabalho, ensinei a cozinhar e tenho ele como o cara que conhece mais os sabores. Esse é o chef Gabriel, um cara que está a fim de se conectar e multiplicar. É difícil falar de mim mesmo, mas o que mais me encanta e me faz seguir como chef é um lance de alquimia, de transformar o alimento. Pegar um tomate e perceber que ele tem três camadas, estruturas diferentes que compõem o mesmo tomate e podem ser usadas em diferentes receitas. Interpretar o ingrediente. Eu acho que é isso que me caracteriza como chef. Meu estilo, apesar de eu gostar muito do lance de unir o Nordeste com a América Latina, nesse projeto do Rangaço, acho que passa por transformar o alimento, fazendo algo criativo e que traga uma sensação boa para quem vai comer”, destaca.

 

Formação e experiências profissionais

 

Pontes é formado em Gastronomia pela Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo, capital, além de ter feito também um curso de extensão da Culinária Local do Peru, no Peru, e pós-graduação pela Le Cordón Bleu.

 

Foto: Divulgação

 

Durante a sua carreira, o chef já trabalhou como “repositor de buffet em um restaurante a quilo em São Paulo, capital. Lá, em 2011, fui estagiário e chef de praça das proteínas do Sal Gastronomia, do Henrique Fogaça, com quem tive o prazer de trabalhar como SousChef, no Cão Véio, em 2012. Passei pelo KÀA, de João Leme, em 2013, e fui Consultor Logístico e Gastronômico, do Sal Brasil Food Truck, na Praia do Francês, em Alagoas. Em 2014, fundei com meu pai o Tempero de Mãe, em Salvador, e simultaneamente ao trabalho no Al Mare que, na época, era chefiado por Fabricio Lemos. Em 2015, fundei a marca Rangaço com o propósito de trabalhar uma culinária autoral, mas acabei optando por sair do Brasil, pois estava cansado da rotina de dois restaurantes. Eu decidi dar essa pausa e ampliar meus horizontes, o que me levou a um ‘mochilão’ na América do Sul. Nessa fase da minha vida, eu passei por vivência no Entre Mares, no Barrachalaca e no El Pez On, todos de Culinária Peruana, em Lima, além do Mantra, de Culinária Indiana. Em 2017, me voluntariei como cozinheiro tanto no Finca Fina, uma Fazenda de Permacultura, em Malacatos, quanto no Oceanic e no Ruta del Sol, duas hospedarias, todos no Equador. Lá, fui SousChef do Sofy Glocal Cucine e chef do Marea. Voltei ao Brasil pela Amazônia e passei pela cozinha do Wine Vicentini Bar, de Fabrício Araújo, em Belém, no Pará, e outros. Antes de voltar de vez à Bahia, fiz estágio no D.O.M, de Alex Atala, e voltei ao Sal Gastronomia do Cidade Jardim, antes de retomar o projeto do Rangaço, em 2018, que funcionava apenas no delivery”, resume.

 

Rotina como chef de cozinha

 

Conforme Pontes, atualmente, a sua rotina como chef “é bem cansativa, mas que me mantém muito próximo do que eu gosto, que são os ingredientes, cultura e pessoas. Ser chef me permite ter essa vivência de me conectar com quem produz a comida, com quem come, com quem te ajuda a compor e fazer o sonho acontecer. É uma rotina que se resume em felicidade e cansaço, mas agradável. É uma vida de felicidade, porque a gente faz o que gosta. A minha realidade profissional tem sido positiva, pois sinto que os chefs de Salvador estão cada vez mais unidos. O desafio do Covid-19 ainda é real, mas, com certeza, estamos em um caminho mais positivo”, avalia.

 

Desafios e metas

 

Destemido e experiente, o sócio do Rangaço divide que o seu “atual desafio é fazer o Rangaço estar cheio todos os dias, porque acredito no projeto e que temos uma comida acessível e muito boa. Falo com toda humildade, porque colocamos amor, planejamento, trabalho e força de vontade no que fazemos. Salvador merece ter um Rangaço e o Rangaço merece estar em Salvador”, salienta.

 

Foto: Divulgação

 

Pontes complementa que, “com relação ao Rangaço, o meu sonho é abrir outras unidades, fazendo dele um espaço cada vez mais para experiências e voltar a cozinhar os empratados, com os quais me conectei na construção da minha carreira. Um sonho máximo é ter minha fazenda, onde eu possa receber poucos convidados e, em um período do ano, cozinhar com o que eu planto na minha terra, proporcionar uma experiência diferente”, explica.

 

Visão de mercado

 

Para Pontes, o atual mercado food service possui outro conceito do que anos atrás, uma vez que “a alimentação passou a ser algo muito além do comer, de satisfazer a necessidade básica de se alimentar. Passou a ser um momento de experiências, de viver algo expressivo, um momento de lazer”, considera.

 

Dica do chef

 

Por fim, o chef do Rangaço indica para quem quer ser um chef de cozinha como ele que é “legal pensar que o atual paladar não retroage. A partir do momento que a pessoa conhece um sabor, que identifica como melhor do que comia antes, ela só vai querer acessar isso e, a partir daí, só melhora, pois a comida ganha um novo conceito”, aconselha.

 

E aí? Gostou de conhecer a vida de chef de Gabriel Pontes? Então, continue nos acompanhando, pois, toda semana, te apresentamos um chef diferente com o intuito de te revelar o que, de fato, é a vida de chef. E, o melhor, dentro de várias realidades que acabam se complementando.

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