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Piloto de Helicóptero encontra na Palha Italiana a oportunidade de alçar voo

mudança de carreira veio após sucesso nas vendas do produto

Foto: Divulgação

 

Um piloto de helicóptero, que estudava educação física e era dono de uma receita de palha italiana que mudaria a vida dele. Parece estranho né, mas não para por ai. Essa é a história de Fábio Kenupp, 29 anos, que há quatro anos largou tudo, por causa da iguaria que conquistou o paladar de milhares de clientes fluminenses e turistas do Rio de Janeiro.

 

A ideia de empreender surgiu depois que Kenupp entrou na faculdade de educação física. “Eu trabalhava como piloto de helicóptero, mas a renda não cobria os gastos com a faculdade particular, então decidi vender Brownie fit nas ruas do Rio, o que foi um fracasso. Na época, minha mãe sugeriu fazer palha italiana. Eu fiz, mas nem cheguei a vender, levei primeiro as pessoas experimentarem, em salões de beleza, escolas e para minha surpresa, todo mundo tinha gostado, aí sim, resolvi investir”, relembra.

 

Fabio Kenupp, criador da marca Palha Nupp, sucesso no RJ – Foto Divulgação

 

Com a aprovação da clientela, Kenupp pôs a ‘mão na massa’. Investiu em material para a produção da sobremesa e saiu pelas ruas em busca de clientes. “No início não era fácil. Estudava pela manhã e saía à tarde para a venda. Oferecia em todos os lugares que me era permitido. Em cantinas de colégios, restaurantes. Nesta época, eu era estagiário na minha antiga escola, fornecia para a cantina, uma média de 300 unidades de palha”, conta.

 

O sonho de piloto de helicóptero ficou para trás, assim como o de educador físico. “Quando percebi o sucesso da palha italiana, a necessidade de um espaço para acomodar os insumos e a produção, vi que o negócio precisava de uma dedicação total e foi o que eu fiz”, conta Fábio.

 

Nesse mesmo período, Kenupp também chegou a fazer um projeto de administrar e modernizar a cantina do antigo colégio na companhia de um ex-sócio. Com a grande demanda por palha italiana, acabou abandonando a consultoria para se dedicar a produção dos doces, assim nasceu a Palha Nupp.

 

Foto: Divulgação

 

A fábrica era a casa da mãe. “Eu cheguei a fazer cerca de sete mil unidades por mês, meu quarto, sala, quarto de hóspedes eram a fábrica. Tinha leite condensado, caixas para embalagem, chocolates, biscoitos, interfone com motoboy. Foi quando decidi alugar meu primeiro espaço, localizado em Botafogo”, conta.

 

Com o desafio de se dedicar apenas à empresa, Kenupp estabeleceu mais parcerias e divulgou a marca. “Procurei outros locais em que eu poderia oferecer o meu produto, além de restaurantes como cafés, lanchonetes e casas especializadas, além de divulgação da marca, que ainda era pouco conhecida”, disse.

 

O empresário não esperava ser surpreendido pela Covid-19. “Infelizmente, quando aluguei o galpão, veio à pandemia e não consegue utilizar toda a capacidade de produção, mas acredito que, agora, tudo esteja voltando aos poucos”, avalia.

 

Como todo produto, Fábio também passa por períodos de sazonalidade: de dezembro a fevereiro – período de férias e de verão no Rio de Janeiro – o número de vendas caem. “Mas grande parte dos meses do ano são de sucesso, tanto pela qualidade do produto, quanto o atendimento e proximidade com o cliente”, complementa.

 

Produção da Palha Italiana Nupp – Foto: Divulgação

 

Mesmo considerado um produto simples e comum, Kenupp acredita que o mais ‘fácil pode se tornar o mais difícil’. “Sempre falo com amigos, fazer palha não é difícil, difícil é colocar a cara para vender, encantar seu cliente, ter a disposição de escutar ‘’não’’ e não se abater, errar e ver que isso te fortalece ter orgulho da sua jornada. Escolhi a palha por conta da minha mãe. Brinco que já fui camelô, pois vendia na rua e isso foi uma das melhores experiências tanto profissional quanto pessoal, aprendi muito”, reforça.

 

No início do projeto, Kenupp investiu apenas R$ 100 para adquirir os primeiros tabuleiros. Posteriormente acabou investindo mais R$ 20 mil entre maquinário e insumos, para poder produzir com maior escala.

 

Foto: Divulgação

 

Kenupp lembra que quando ainda trabalhava na rua, vendia cerca de 400/500 palhas por mês. “Fizemos nossa primeira festa de ano novo e vendi 600 unidades e achei aquilo algo surreal”, relembra. No entanto, conforme o produto foi se tornando conhecido, assim como a marca, as vendas foram aumentando e antes da pandemia a fábrica já estava produzindo na média, sete mil unidades/mês.

 

Com a pandemia as vendas caíram. “Acredito que o principal problema da pandemia tenha sido o fechamento do comércio em geral. Mas um fator que comecei a me atentar não só por mim, mas também por outros amigos empreendedores, foi a parte psicológica. Muitas das vezes, não somos encorajados a empreender, imagina em uma crise global. Isso foi algo que me marcou muito, mas tenho certeza que me fez ser outra pessoa, e descobrir a minha força como pessoa, empreendedor”, salienta.

 

O empresário comenta que no início da pandemia as vendas caíram praticamente 100%. “Hoje em dia estamos cerca de 80% abaixo do que era antes, mas está voltando a dar uma aquecida. Nosso atendimento B2C era muito baixo em relação ao B2B, com a pandemia, mudamos nosso foco. Não que deixamos de atender B2B, mas agora colocamos uma energia maior no B2C também”, conta.

 

Foto: Divulgação

 

Com a marca consolidada, os projetos são grandes e saborosos. “Temos três sabores e agora vamos lançar o quatro, Cookies n cream. Além disso, vamos fazer mais alguns lançamentos, novos sabores e produtos. Vem surpresa por ai”, brinca.

 

Kenupp conta que outros empreendedores foram sua inspiração durante a caminhada, além da mãe, que sempre incentivou. “O Luiz do Brownie foi sem dúvidas uma das primeiras. Após entrar no mercado, fiz amizades e comecei a admirar novas pessoas, entre elas, Bebezão do Brownie, Rapha do Brownie, Pedro a Arthur do Pão de queijo Yuca, Thiago Szuster e B de Burger, que além de ser um cliente nosso, é uma empresa que começamos na pandemia e me apaixonei por todas as atitudes deles durante esse período complicado”, disse.

 

Para quem estiver pensando entrar neste mercado de food service, Kenupp dá a dica: “Apenas comece. Muitas vezes, a gente espera o tempo perfeito e o tempo perfeito não existe. Vai com o que você tem, não tenha medo de pedir ajuda, use a internet a seu favor, como um meio de aprendizado, network, venda. Quando seu cliente comer seu produto, elogiar e se apaixonar por sua marca, você vai sentir algo que é inexplicável. Uma sensação única de prazer”, opina.

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