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Sônia Benevides garante que vida de chef é foco em servir o melhor

Mestre em Ciências Gastronômicas, chef comanda seu Restaurante O Bule por meio da oferta de menu degustação voltado à cozinha contemporânea em Natal

A Chef fez seu mestrado em Ciências Gastronômicas na Universidade NOVA de Lisboa, em Portugal (Foto: Arquivo pessoal)

 

Como é a vida de chef? Para Sônia Maria Benevides da Silva, de 55 anos, Gastróloga, mestre em Ciências Gastronômicas, chefe de cozinha e proprietária do O Bule Restaurante, é o prazer de servir o melhor. “Minha fascinação é sempre poder dar uma tarde ou noite que faça as pessoas sorrirem. Por isso, os meus sonhos são o melhor produto e um serviço humano”, diz.

 

Natural de Natal, no Rio Grande do Norte, solteira e sem filhos, Benevides enfatiza que o que te define como chef é o foco. “Não gosto de distrações na cozinha. Não gosto de barulhos, além dos equipamentos. A cozinha para mim é minha religião, minha meditação. Por isso, levo a sério e detesto muita folia, brincadeiras e barulhos durante o serviço. Tira o foco. Depois, tem a hora do recreio, mas, como se diz em Portugal, trabalho é trabalho, conhaque é conhaque. Tudo tem sua hora”, garante.

 

Formação de inspiração

 

Foto: Arquivo Pessoal

 

Benevides fez seu mestrado em Ciências Gastronômicas na Universidade NOVA de Lisboa, em Portugal, e curso de Cozinha de Vanguarda em San Sebastian, na Espanha, no Basque Culinary Center. Tais experiências acadêmicas a incentivaram a abrir o seu próprio negócio food service, apesar de já ter trabalhado no Taikô, em Jurerê Internacional de Florianópolis, Chefs Bistrô, em Ponta Negra, Alameda Casa Rosa, também em Florianópolis, Marechal e Recruta, em Natal, assim como ter feito estágios marcantes no Tavares e Mini Barem Lisboa e 100 maneiras Lisboa.

 

Onde a chef serve o melhor

 

O Bule é o empreendimento da chef Benevides, localizado no município de Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte. O restaurante funciona na casa da chef, que fica às margens da Lagoa do Bonfim.

 

De acordo com ela, “a ideia do O Bule surgiu com minha volta de Florianópolis para Natal, depois que me formei em Gastronomia. Por ter morado em Portugal, via esse tipo de restauração acontecer fora do eixo da cidade e tinha essa propriedade de família onde já tinha construído uma casa pequena. Depois de formada e de volta à Natal, comecei a desenhar aos poucos esse formato de restaurante, que é com o que mais me identifico. Uma cozinha de terroir, com atenção ao produto local e feita sem pressa”, revela.

 

Restaurante O BULE (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Para Benevides, “O Bule não é um restaurante formal. Disponibilizo a minha casa para que pessoas façam refeições lá. É um espaço onde ofereço um menu degustação muito voltado para uma cozinha contemporânea de Terroir. O Bule não possui cardápio fixo. Ele vai sendo construído de acordo com as conversas que vou desenvolvendo com os clientes. Só o formato é igual, podendo ser um menu degustação de quatro ou de sete etapas. Também fico atenta ao que consigo de mais fresco no mercado para, assim, saber o que o que irei preparar para o menu”, detalha.

 

Foto: Arquivo Pessoal

 

A chef revela ainda que o perfil da sua clientela no O Bule é formado por “pessoas que, no geral, buscam uma experiência gastronômica, uma vez que trabalho no sistema de menu confiance, onde a pessoa não sabe exatamente o que irá comer. É preciso que se disponha a experimentar. Quem vai ao O Bule sempre espera, em alguma dose, um pouco da cozinha molecular por eu ter estagiado em Lisboa com chefes que praticavam esse tipo de cozinha e por ter estudado muito esse tema, tendo feito, inclusive, o meu mestrado com esse tema. O nome O Bule, por curiosidade, é uma brincadeira em referência ao extinto El Bulli, na Espanha, marco da Gastronomia molecular. Não fui eu quem batizou assim o restaurante. Foi, na verdade, uma brincadeira de amigos da profissão, fazendo exatamente essa alusão pelo fato de eu estudar muito e inicialmente sozinha esse tema”, partilha.

 

Visual faz toda a diferença

 

A primeira graduação de Benevides foi em Arquitetura. Talvez por isso que ela acredite tanto que o visual na Gastronomia faz toda a diferença. “Eu sou muito visual, isso vem da minha formação primeira como arquiteta. Mas, vem muito também de grandes chefes com quem trabalhei e outros tantos que admiro pelo mundo afora. No entanto, os produtos locais por si só me desafiam e amo poder transformá-los”, explica.

 

Foto: Arquivo Pessoal

 

Conforme a chef, suas maiores inspirações na cozinha são “Ferran Ádrià pela ousadia, Hesthon Blumenthal pela fixação em fazer melhor, José Avillez por ter me mostrado a Wonderland da cozinha, Thomas Keller por ser um grande líder, e tantos outros…”, pontua.

 

É preciso reinvenção na vida de chef

 

Segundo Benevides, o segredo para alcançar sucesso no atual mercado food service está na reinvenção. Acredito que se reinventar e estar atenta às mudanças que o mercado exige. Tudo muda o tempo toda, a cozinha também e não se pode dormir sobre os louros. O consumidor muda, os meios tecnológicos, etc. É preciso se adaptar o tempo todo e não ter medo de se reinventar é fundamental no meu ponto de vista. E, claro, muito esforço. Como dizia Rita Lee, dá muito trabalho ter sorte. É trabalho o tempo inteiro com atenção ao detalhe”, avalia.

 

Foto: Arquivo Pessoal

 

Com esse pensamento, a mestre encerra essa entrevista exclusiva à Rede Food Service com a dica de que se aventurar na vida de chef é algo que requer estudar, estagiar, entender o ofício. Nem todo mundo tem noção do que é um restaurante, com uma vida na contramão, com feriados e datas comemorativas comprometidas. Por isso, nem todos suportam, por puro desconhecimento do ofício”, alerta.

 

Na Rede Food Service você fica conhecendo o que realmente é ser chef.

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