Em decorrência do necessário isolamento social devido à atual pandemia de Covid-19, a forma de comercializar produtos e serviços vem sofrendo importantes mudanças, com ênfase no novo hábito dos consumidores em recorrer à Internet para realizar suas compras.
Frente a esse cenário, levantamento realizado pela Compre & Confie, empresa de inteligência de mercado voltada a e-commerce, e pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), revelou que as vendas online já apresentaram significativo aumento desde o começo da quarentena no Brasil.
Conforme o estudo, que compara as vendas online do período de fevereiro e março deste ano com o mesmo período do ano passado, as categorias de destaque são saúde, com avanço de 111%, beleza e perfumaria, com aumento de 83%, e supermercado, com 80%.
Em entrevista à reportagem da Rede Food Service, Claudio Felisoni de Angelo, economista e presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), explica que a pesquisa em questão reflete o novo mercado pós-pandemia, já que “consumir pelo canal online era uma prática do que chamamos de ‘consumidor digital’. A pandemia acelerou a migração de grupos que antes não adquiriam produtos online, mas, agora, sentem essa necessidade e precisam se adaptar. A facilidade na busca e comparação de produtos, a variedade e a praticidade são elementos que impulsionam esse crescimento em qualquer faixa etária. Vale ressaltar que um ‘consumidor digital’ não é apenas aquele que compra pela Internet. Considera-se também quem utiliza outros canais, seja telefone, loja física ou outras opções que fazer parte do atendimento omnichannel, mas, em algum momento, recorre ao online, mesmo que seja apenas para consultar características, preços ou comparativos sobre um produto ou serviço, por exemplo. É o que chamamos de topo do funil. Ou seja, o momento de consideração dentro da jornada de compra. A decisão pode depender de aspectos como preço, urgência, visualização do produto, experiência de compra ou segurança no frete, mas pode ser que essa compra seja, de fato, concluída no ambiente físico. Em meio à crise, a modalidade se torna uma alternativa para evitar a circulação e reduzir o tempo em lojas, possibilitando apenas a retirar rápida”.