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Open Delivery: entenda o que é e como pode te ajudar como empresário food service

Iniciativa criada pela Abrasel já está em fase de teste e promete desburocratizar processos, aumentar a produtividade de bares e restaurantes e promover uma concorrência saudável no mercado de marketplaces

OpenDelivery5
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É empresário do ramo food service? Trabalha com o sistema de entrega em domicílio? Então, hoje, nós da Rede Food Service queremos conversar com você sobre o que é o open delivery e como essa novidade pode te ajudar no seu negócio de alimentação fora do lar.

 

Criada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a iniciativa já está em fase de teste no país e promete “em linhas gerais, desburocratizar processos, aumentar a produtividade de bares e restaurantes e promover a concorrência saudável no mercado de marketplaces”, resume Célio Salles, co-criador do open delivery e atual Conselheiro da Abrasel, em entrevista exclusiva à nossa reportagem.

 

O que é open delivery?

 

Para que entenda o que é open delivery, é importante elencarmos como, atualmente, funciona o serviço de entrega em domicílio de comidas e bebidas no Brasil.

 

No delivery atualmente existem os seguintes 4 principais personagens:

 

1 – Aplicativos e plataformas: que são os chamados marketplaces e funcionam como um espaço livre para quem quiser vender seus alimentos e/ou bebidas.

2 – Negócios food service: que são os responsáveis por produzirem e gerenciarem o fluxo de entrega dos alimentos e/ou bebidas.

3 – Entregadores: que são quem fazem as entregas dos alimentos e/ou bebidas em grande maioria vinculados a algum marketplace ou aos próprios negócios food service.

4 – Clientes: que são quem fazem os pedidos de alimentos e/ou bebidas por meio de algum marketplace ou diretamente nos negócios food service.

 

É válido ressaltar que, hoje em dia, cada plataforma de delivery possui suas próprias características de gestão e operação, incluindo, inclusive, softwares e tratamento de dados. Ou seja, se você empresário food service adere a algum marketplace para fazer as entregas dos seus pedidos, naturalmente, precisa se cadastrar nele. E, caso queira fazer uso de mais um marktplace, necessita repetir esse processo de cadastramento, assim como entender e se adequar ao modo operacional de cada aplicativo que fizer uso.

 

Ou seja, atualmente, o mercado brasileiro de delivery funciona de maneira bastante, digamos, segregada, concorda? Porém, a ideia central do open delivery é, literalmente, padronizá-lo. “O open delivery é um padrão de estruturação de informações para uniformizar a comunicação entre os sistemas de gestão dos bares e restaurantes e as diferentes plataformas, aplicativos e marketplaces do food delivery. É importante deixar claro que o open delivery não é um sistema, não é uma plataforma, não é um aplicativo e nem outro tipo de ambiente digital”, explica Salles, da Abrasel.

 

Célio Salles, Conselheiro da Abrasel – Foto: Divulgação

 

Marcelo Bianchini, Diretor de Produtos da E-Deploy, empresa brasileira de tecnologia especializada no desenvolvimento de soluções para gestão empresarial, por sua vez, esclarece que “open delivery é um padrão de comunicação que será usado por marketplaces e softwarehouses que desenvolvem softwares de automação comercial. Esse padrão é responsável por reger toda a comunicação entre esses participantes e garantir que o marketplace possa oferecer os produtos de um restaurante em sua plataforma para que o restaurante seja capaz de receber os pedidos gerados por esse marketplace”, acrescenta.

 

Marcelo Bianchini, Diretor de Produtos da E-Deploy – Foto: Divulgação

 

Inspiração de criação e propósito do open delivery

 

Conforme Salles, da Abrasel, “o open delivery surgiu em função do lockdown imposto pelos Governos durante a pandemia de Covid-19. Com isso, os restaurantes tiveram que migrar, por uma questão de sobrevivência, para o delivery, o que evidenciou as dificuldades operacionais da modalidade. Nesse contexto, nasceu o open delivery para facilitar o dia a dia do empresário, resolvendo o desafio de organizar e padronizar o fluxo de informações entre restaurantes, sistemas de gestão, PDVs, marketplaces e operadores logísticos. O open delivery permite, por exemplo, que as solicitações de pedidos sejam recebidas em um único lugar (pelo PDV, por exemplo), gerando mais produtividade para os negócios e viabilizando que o estabelecimento possa vender por mais canais. O open delivery permite ainda que outras empresas atuem no delivery de alimentos como, por exemplo, empresas ligadas ao varejo, telefonia e meios de pagamento, fazendo o papel do software de gestão. O padrão também reduz a ineficiência no ambiente de delivery, como perdas de pedidos ou demora na entrega, permitindo redução de custos. Com mais eficiência, todos ganham”, garante.

 

Como o open delivery funciona?

 

Sobre o funcionamento do open delivery, o Conselheiro da Abrasel pontua que “a documentação técnica do open delivery apresenta uma API (Application Programming Interface), que é um conjunto de normas que possibilita o desenvolvimento da comunicação entre o software de gestão do bar e/ou restaurante e outras plataformas por meio de uma série de padrões e protocolos. Por meio de APIs, desenvolvedores de softwares podem criar interfaces capazes de se comunicar com outras plataformas. E é isso o que possibilita que você faça um login com uma conta Google ou do Facebook em um novo aplicativo sem precisar passar suas informações de novo, por exemplo. No caso do open delivery, essa API permite o compartilhamento dos dados dos bares e restaurantes, como os itens de cardápio e informações do estabelecimento, com os aplicativos/marketplaces.  Assim como, seus dados de login no exemplo acima, para que um marketplace ou outra plataforma configure essa API de um estabelecimento no seu sistema, é necessária a autorização do proprietário dos dados, no caso, dos bares e restaurantes. Importante ressaltar que para que os benefícios do open delivery possam ser aproveitados pelos bares e restaurantes, é necessário que o sistema de gestão e marketplaces na qual ele atua tenham implementado o seu padrão “, detalha.

 

Imagem: Divulgação

 

Bianchini, da E-Deploy, complementa que “antes de tudo, é importante reforçar que o open delivery é um padrão de comunicação e não uma solução. Como todo padrão, ele depende dos desenvolvedores de software para que seja adotado e, quanto maior sua adoção, mais relevante ele se torna. O padrão estabelece as formas de comunicação para tratar cardápios, pedidos, logística e informações aos clientes. São todas as trocas de informação que, hoje, são realizadas de inúmeras maneiras diferentes entre softwares de automação e marketplaces, feitas de uma forma única. Após a adesão ao padrão e compatibilização de suas soluções, a integração entre marketplace e software de automação é tão complicada quanto a troca de credenciais. Toda a comunicação a partir daí ocorre dentro do padrão e sem problemas. Todo o padrão é aberto e pode ser consultado por qualquer pessoal por meio do endereço https://abrasel-nacional.github.io/docs/“, informa.

 

Vantagens do open delivery

 

De acordo com Salles, da Abrasel, o open delivery apresenta vantagens para todos os atuais personagens do serviço brasileiro de delivery, sendo, então, importante elencá-las e explicá-las de maneira separada. Confira, a seguir:

 

1- Aplicativos e plataformas

 

  •  Facilidade de entrada no mercado: com a praticidade de os estabelecimentos oferecerem seus produtos em várias plataformas sem maior esforço, fica mais fácil, principalmente, para as pequenas empresas entrarem no mercado.

 

  • Agilidade: com o processo melhor gerenciado pelos restaurantes, os clientes podem receber os pedidos mais rápido.

 

  • Satisfação dos consumidores: além de mais rápido, a chance de erro nas entregas dos pedidos é menor e todos saem ganhando.

 

  • Aumento do número de restaurantes nos aplicativos: com a padronização do cardápio e organização dos pedidos, mais restaurantes poderão fazer delivery, aumentando a oferta de restaurantes nos aplicativos.

 

2 – Negócios food service

 

  • Praticidade: em um único lugar, como nos sistemas de gestão por exemplo, será possível gerenciar os pedidos e os dados de cardápio, independente do canal de venda que eles vieram ou estão apresentados.

 

– Exemplo 1: o gerente incluiu um item no serviço de delivery? Se as plataformas estiverem no padrão open delivery, ao atualizar no sistema, automaticamente, será atualizado nos canais próprios ou terceirizados.

 

– Exemplo 2: antes, o funcionário do bar ou restaurante precisava estar atento ao recebimento de pedidos em diferentes canais de venda. Mas, com o open delivery, será possível que as solicitações cheguem pelo mesmo lugar no seu software de gestão.

 

  • Segurança: ao gerenciar os pedidos e informações em um mesmo lugar, há a redução da possibilidade de erros nas atualizações de informações e recebimento dos pedidos.

 

  • Melhores condições de venda: o open delivery estimula um ambiente concorrencial mais dinâmico, porque, uma vez que se torna mais fácil aderir e gerenciar um novo canal de vendas para manter ou melhorar os resultados em relação aos concorrentes, os marketplaces/aplicativos precisarão investir em melhores condições de taxas e marketing, por exemplo.

 

3 – Sistemas de gestão / PDV

 

  • Praticidade e economia: com os marketplaces adaptados ao open delivery, os desenvolvedores dos softwares de gestão não vão precisar ficar implementando várias API’s para oferecer um serviço integrado, gerando economia de tempo e dinheiro.

 

  • Satisfação dos clientes: ao fornecer um serviço que gera tanto benefício aos gestores de bares e restaurantes, as softwarehouses conseguem ampliar a percepção de valor quanto ao seu produto.

 

  • Oportunidades de negócio: muitos negócios estão surgindo no setor e, certamente, adaptarão ao open delivery, que será um diferencial de mercado considerável.

 

4 – Meios de pagamento (maquininhas)

 

  • Oportunidades de negócio: com o open delivery, é possível que as maquininhas também atuem como ponto de venda e sistema de gestão para com um mesmo esforço. Assim, o usuário efetua o pagamento e já registra o pedido no fluxo de gestão e produção. “É uma oportunidade de conquistar novos clientes e oferecer um novo produto de padronização de cardápios e recebimento de pedidos”, enfatiza o Conselheiro da Abrasel.

 

Já Bianchini, da E-Deploy, avalia que o open delivery “só tem vantagens, pois, por se tratar de um padrão, ele será mais uma integração que as softwarehouses terão de implementar. Mas, com a adoção desse padrão no mercado, essa integração, provavelmente, será a última. Com o tempo, o padrão tende a abranger toda a complexidade do mercado e será o caminho natural de evolução de todas as soluções. Esse conceito já é muito comum em outros mercados de tecnologia e, como se trata de uma iniciativa da Abrasel, tem tudo para ajudar o mercado de food service no país”, afirma.

 

Como aderir ao open delivery?

 

Sobre a questão de adesão ao open delivery, Salles, da Abrasel, argumenta que “é importante entender que o open delivery será implementado por sistemas de gestão, pontos de venda, meios de pagamento (maquininhas), tendo como exemplo a TOTVS, Stone, Linx; empresas de marketplaces e aplicativos, como Ifood e Rappi; e operadores logísticos, como Box Delivery, Sode e Play Delivery. Isso vai impactar diretamente bares, restaurantes, lanchonetes e outros estabelecimentos que prestam serviços de delivery de alimentação pronta. Entretanto, por enquanto, o open delivery é voltado apenas para empresas que trabalham com o delivery de alimentos, o que chamamos de food delivery, sendo que ainda não está disponível para empresas de logística. Mas, os testes de logística começam agora no mês de novembro”, revela.

 

 

Apesar do open delivery ainda estar em fase de testes, o Conselheiro da Abrasel divide também que, para aderir à iniciativa, quando já estiver totalmente disponível, o empresário food service irá precisar “utilizar um software de gestão ou PDV que esteja no padrão open delivery e vender em marketplaces que estejam no padrão open delivery. Nós já estamos começando uma campanha para apresentar o open delivery aos bares e restaurantes e, assim, incentivar que eles manifestem interesse pela solução para que seus fornecedores comecem a implementação o quanto antes”, divide.

 

Por que aderir ao open delivery?

 

Por fim, Bianchini, da E-Deploy, aconselha que open delivery deve ser encarado pelo empresário brasileiro do ramo de alimentação fora do lar “como uma iniciativa que fomenta o mercado, facilita a vida de novos entrantes e movimenta o setor. Restaurantes e consumidores só têm a ganhar com isso, seja financeiramente, com a diminuição de custos, ou com o aumento da qualidade dos serviços oferecidos. Eu acredito que a pandemia de Covid-19 acelerou as iniciativas relativas ao delivery e, certamente, o open delivery está entre as que foram beneficiadas. Porém, as necessidades já existiam antes mesmo da pandemia. Assim, como em outros setores, essa aceleração foi benéfica para a adoção de tecnologias que diminuem o custo de operação e aumentam a qualidade do serviço prestado. Hoje, com a adesão praticamente absoluta ao delivery, esse mercado tende a ganhar muitas outras inovações e o open delivery está aí para ajudar nessa evolução”, indica.

 

Entendido o que é o open delivery e como essa novidade pode te ajudar como empresário food service? Esperamos que sim! Afinal, aqui na Rede Food Service, a nossa intenção é sempre te informar mais e melhor! Então, continue nos acompanhando!

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