2020 E O TÊNIS…

por Rodrigo Malfitani, articulista da Rede Food Service

Foto: Getty Images

 

Então 2020 finalmente chegou ao fim. Um ano que tinha tudo para dar certo, cheio de sonhos, com projetos desafiadores, a mil por hora e intenso. Eis que o calendário vai virando a página e, olhando para trás, vejo que tudo se concretizou.

 

A estrela principal do ano, foi para o Covid. Esse desconhecido que nos colocou de cabeça para baixo e nos fez reaprender um monte de coisa. E foi o que fiz.

 

Assim que pudemos voltar a sair e, resgatar parte da vida que nos foi tirada pela pandemia, decidi retomar o hábito do tênis, esquecido há mais de 20 anos. Jogar tênis nunca foi meu primeiro esporte. Mas agora, aos 42, e com a necessidade de distanciamento social, fazer algo “novo” foi a melhor ideia que tive.

 

O jogo e a forma como tivemos que viver esse ano, têm muito em comum. É um jogo de paciência e determinação. De concentração e foco. Não há bola perdida. Um segundo mais tarde, e já era. É preciso persistir quando se está perdendo o jogo. E quando está ganhando, não se pode relaxar até que o jogo esteja ganho definitivamente.

 

O prazer de voltar a praticar esse esporte, me ajudou num momento que mais precisei. Foco, fé inabalável e pé na tábua! É preciso descansar e respirar entre um set e outro. Repensar a estratégia do jogo e da vida. Tinha a sensação que levaria um “pneu”, um duplo 6×0. Quando tudo parecia perdido ou incerto, portas se abriram. Fui salvando os tiebreaks, ponto a ponto e virei o jogo. Consegui sair do olho do furacão e olhar tudo de cima, da arquibancada, como um expectador.

 

Estar junto, próximo e perto da minha família, foi a oportunidade que a vida me deu para olhar para o maior projeto na vida de um homem: a possibilidade de mudar o mundo educando seus filhos. Acho que tenho acertado e vencido uns games nesse jogo.

 

Se 2019 foi o ano das viagens, da distância e da privação do convívio familiar, o lockdown me fez retomar o prazeroso contato com minha família. A nossa maneira, do jeito que deu, entre dezenas e dezenas de calls e reuniões virtuais, redescobri o prazer (e o privilégio!) de poder fazer as 3 refeições do dia em casa na companhia da minha mulher e filha. Assim como as noites de sono, sempre com elas. Nos dividimos e fizemos do nosso convívio a nossa fortaleza e o nosso porto seguro.

 

Ganhei e perdi. Acho que no jogo da vida, esse ano mais ganhei do que perdi, graças a Deus. (Nas quadras ainda preciso treinar mais!). Ter esse tempo foi fundamental para aprender, desaprender e reaprender. Escrever, compartilhar e ensinar. Ter novos pontos de vista e enxergar as coisas de forma diferente. Ponto a ponto, game a game, set a set, jogo a jogo. Mesmo com tantas perdas e privações, a pandemia nos trouxe oportunidades. Oportunidades para aprendermos com os nossos erros. E celebrar as pequenas conquistas. A felicidade está nas pequenas coisas. Não dá para ganhar sempre. Quando perdemos, aprendemos. Quando ganhamos, mantemos o pé no chão.

 

Já dizia o nosso Rei Pelé. “Vontade de vencer todo mundo tem. O que nos diferencia é a nossa vontade de se preparar para vencer”. Jogos de tênis são ganhos com pontos e games perdidos também. Mas também são conquistados com força, garra, foco e concentração. É preciso ter capacidade de reação e não sucumbir com as pequenas perdas. No jogo e na vida.

 

Esse foi o ano que aprendemos a construir e reconstruir. Aprender e desprender. Fazer, errar e fazer de novo. Agir, acertar e acelerar para seguir em frente. A vida e o esporte andaram lado a lado. Um dando sentido ao outro.

 

Mudança mesmo, apenas na página do calendário. O resto, continuará igual. A pandemia e o tênis. A necessidade de se reinventar e não desistir quando perdemos alguns pontos. É preciso ir “em todas”. Não há bola perdida. 2020 vai acabar, mas a nossa paciência não. Ainda vamos precisar dela por um bom tempo. A humanidade do lado de cá, e o vírus do outro lado da rede. Venceremos sem dúvida! Será no tiebreak, mas venceremos!

 

#EMFRENTE!

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Rodrigo Malfitani
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Formado em Hotelaria pelo SENAC-SP, Pós Graduado em Marketing de Serviços e com MBA em Gestão Estratégica de Negócios. É especialista em Gestão de A&B e Pessoas, com mais de 20 anos de experiência no mercado e passagem por grandes grupos como CiaTC, Ritz, Leopolldo, GJP Hotels & Resorts, Quitanda e Grupo Frutaria. Foi professor da EGG (Escola de Gestão em Negócios da Gastronomia) e hoje atua como Consultor e Diretor de Hospitalidade da marca Tania Bulhões.

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