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Paulo Machado assegura que vida de chef também é casar gastronomia e turismo

Chef é especialista em expedições gastronômicas que fazem um elo entre hotelaria, restaurantes, cultura e tradições locais, clientes e estudantes

(Foto: Lucas Possiede)

 

Gastronomia e turismo. O que essas duas áreas têm em comum? Para Paulo Coelho Machado Neto, de 40 anos, o chef Paulo Machado, tudo e mais um pouco. Afinal, casar gastronomia e turismo é a sua especialidade já há alguns bons anos.

 

Atualmente, Machado trabalha “com grupos de turismo gastronômico, os intitulados FoodSafaris. São expedições gastronômicas pelo Brasil e mundo que fazem um elo entre hotelaria, restaurantes, cultura e tradições locais, clientes e estudantes que pretendem se aprofundar no conhecimento de um sistema alimentar”, como ele mesmo explica.

 


Como tudo começou

 

Mestre em Hospitalidade, formado em Gastronomia e Direito, chef de cozinha das expedições FoodSafaris e do Instituto Paulo Machado, professor universitário, colunista gastronômico da Rádio CBN Campo Grande e no Blog FoodSafaris, Machado teve seu primeiro contato com o mundo food service em 2004, quando “fui buscar trabalho em restaurantes e, embora meu foco era o de começar trabalhando em uma cozinha, acabei aceitando o emprego de garçom no extinto restaurante Julia Cocina, idealizado pela Chef Paola Carossela. Depois de trabalhar um tempo na área de serviço, iniciei meu trabalho como ajudante de cozinha no extinto Empório Siriúba, que contou com o cardápio da Chef Flávia Quaresma. Foi, então, que iniciei meus estudos na Universidade Anhembi Morumbi para Gastronomia e completei a parte acadêmica prática no Instituto Paul Bocuse em Lyon, na França. Voltando de lá, trabalhei com pesquisas no primeiro centro de pesquisas em Gastronomia brasileira do país, patrocinado, na época, pela Nestlé FoodServices. Lá, supervisionei estudos nos mais variados assuntos da gastronomia nacional, de doceria tradicional a frutos amazônicos, passando por cozinha pantaneira, café e cachaça”, relembra.

 

(Foto: Lucas Possiede)

 

Empreendedorismo que ganhou o mundo

 

Foi em 2009 que o chef resolveu abrir o seu atual negócio que o fez, literalmente, ganhar o mundo: o Instituto de Pesquisas em Alimentação Paulo Machado. “Há 8 anos, realizamos expedições gastronômicas, os já citados FoodSafaris, em parceria com a Bravo Turismo, operadora especializada em turismo de contemplação e aventura. Além disso, há 7 anos, dou treinamento e assino o menu dos premiados passeios de Bonito: Recanto Ecológico Rio da Prata e Estância Mimosa. Além disso, conheço 55 países e já cozinhei em mais de quinze deles, pois fui realizar os Festivais de Cozinha Brasileira em conjunto com Embaixadas do Brasil naqueles países, dentre eles, destaco Itália, Singapura, Etiópia, França, Quênia, Kuwait, Peru, China e Tailândia. Assim como, importante destacar que faço a curadoria, produção e acompanhamento dos grupos de expedições gastronômicas FoodSafaris, viajando, assim, para vários países, como Colômbia, Espanha, México, Eslovênia e Japão. Faço parte também do grupo Cumari, da Selva à Mesa, que visa proteger a biodiversidade alimentar da Amazônia por meio do conhecimento de seus ingredientes e, com esse grupo, apresentei, em 2018, uma palestra no Aspen Ideas Festival, nos Estados Unidos”, detalha.

 

(Foto: Lucas Possiede)

Nada de rotina

 

Para Machado, casar gastronomia e turismo requer algumas características, como a de não fazer questão de rotina. “Sou um profissional que foge da rotina. Como não chefio uma cozinha especifica, estou sempre cozinhando nos lugares que visito, sejam nos FoodSafaris, nas viagens de pesquisas ou no meu laboratório de experiências e novos pratos dentro do Multiplo Ateliê, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Lá, também gravo receitas para o meu canal do YouTube, o Chef Paulo Machado, e faço as pesquisas para o meu novo Livro: Cozinha Pantaneira. Comitiva de Sabores”, conta.

 

(Foto: Lucas Possiede)

Experiência eternizada em livro

 

O novo livro de Machado, ‘Cozinha Pantaneira. Comitiva de Sabores’, tem previsão de ser lançado neste mês de outubro. No entanto, o chef afirma que o exemplar é fruto de um projeto de muitos anos de trabalho e vasta experiência em unir gastronomia e turismo. “Há 8 anos, a Pollianna Thomé, CEO da operadora Bravo Expeditions, procurou-nos para fazer a curadoria de uma expedição gastronômica pelo Pantanal justamente para aproveitar o período de baixa temporada no Pantanal Sul-mato-grossense, que é uma época extremamente rica do ponto de vista da sazonalidade, com ofertas de muitos peixes, carne bovina, laticínios e o bioma cerrado, vizinho do Pantanal que oferece frutos da estação como a guavira, Bocaiuva e o cumbaru.
O livro em si já é projeto de 20 anos. É a base da minha pesquisa de Mestrado: comensalidade no Pantanal foi o fio condutor do livro. De lá para cá, foram inúmeras visitas e pesquisas no Pantanal até chegar nas 70 receitas e histórias que o compõe”
, explica.

 

(Foto: Lucas Possiede)

Planos para o futuro

 

Se depender de Machado, o casamento entre gastronomia e turismo ainda vai durar muitos mais anos. Até porque o chef compartilha que seus planos para o futuro são “continuar mostrando os encantos da minha paixão que é a gastronomia. Valorizar, cada vez mais, a cozinha regional e provar para as pessoas que o alimento natural, local e de pequena produção é a melhor opção para as pessoas. Além disso, pretendo continuar desbravando destinos incríveis e inéditos para os FoodSafaris”, divide.

 

O chef revela ainda que está “construindo vídeo aulas de cozinha para o meu canal no YouTube e no Instagram (@chefpaulomachado). Além disso, por meio da marca Brasil FoodSafaris, vou continuar investindo no reconhecimento dos profissionais que temos parcerias. A baixa autoestima e falta de reconhecimento/valorização do profissional da área de hospitalidade, tanto de cozinha, quanto de salão, e, principalmente, do colaborador de sexo feminino é uma realidade da nossa área de trabalho. Por isso, temos ações para mudar essa perspectiva e mostrar tanto para os colaboradores, quanto ao comensal a interdependência e a importância do trabalho existente em nossa área”, ressalta.

 

(Foto: Lucas Possiede)

 

Por fim, Machado conclui que o “tema central do meu trabalho e da minha equipe é e sempre foi apontar a baixa temporada do turismo e sazonalidade. Buscamos eventos específicos também, mas que não são explorados pelo turismo do ponto de vista gastronômico. No caso do Pantanal, este trabalho na baixa temporada causa um sobre fôlego para as pousadas e parceiros que temos e que, nessa época, tem escassez de turistas”, esclarece.

 

Na Rede Food Service é assim. Sempre desvendamos para você como a vida de chef é ampla ao englobar diversas áreas de forma tão enriquecedora e produtiva. Continue nos acompanhando e fique por dentro das novidades do mercado de alimentação fora do lar.

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