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Valores e Competências

por Rodrigo Malfitani, articulista da Rede Food Service

Foto: Getty Images

 

Em meu primeiro artigo, (Competências essenciais), no distante ano de 2020, quando ainda nem sonhávamos com pandemia, covid, lockdowns e tudo mais, dei meus primeiros passos por aqui, me arriscando a escrever sobre 3 VALORES que considero fundamentais para quem é apaixonado por Gastronomia, Food Service, Bares & Restaurantes, Alimentos & Bebidas ou coisa que o valha (RIP J. D. Salinger).

 

Mas o mundo mudou demais em tão pouco tempo, nos desconectamos de tantos e nos reconectamos com outros mais. O que valia já não vale mais. O novo virou velho e o tempo, apesar de parecer parado em alguns momentos, acelerou como nunca. Nunca nossas habilidades comportamentais foram tão exigidas. Nunca nossa capacidade mental foi tão solicitada. Se manter são em meio a um mundo às avessas, se tornou uma complexa e difícil missão.

 

Passamos a ser cada vez exigidos por nosso comportamento. Os negócios e as empresas deixaram de lado questões técnicas e educacionais. O que vale é o comportamento! O que vale são suas competências e habilidades humanas. A minha, a sua e a nossa capacidade de gerir vida pessoal e profissional, família e trabalho, lazer e obrigações, tudo ao mesmo tempo. Aqui e agora!

 

Além de HOSPITALIDADEATITUDE EXCELÊNCIA, nosso dicionário de competências, foi amplamente desenvolvido. Muito bom que você sabe tudo sobre gastronomia, entende um monte sobre enologia, conhece sobre cervejas artesanais, pesquisa sobre temperos, faz espumas e cozinha molecular como ninguém, está ligado e antenado com as mais novas tendências… ótimo! Mas se você não tiver INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, está morto!

 

Cansei de ver bons profissionais perderem tudo pela incapacidade de identificar e controlar suas emoções, de manter a calma e o equilíbrio nas situações problemáticas do dia a dia. Buscar continuamente equilíbrio entre emoção e razão em nossas relações e decisões é fundamental. Ter resiliência para lidar com problemas, adaptar-se às mudanças, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas virou mandatório para toda e qualquer carreira. O mundo já está tenso demais. Ponderação não faz a mal a ninguém.

 

O isolamento e o lockdomwn (a longo prazo), não fazem bem. O ser humano chegou até aqui pois aprendeu (será?) a viver em sociedade. Cuidar da nossa capacidade de RELACIONAMENTO INTERPESSOAL é obrigação. Respeitar diferenças, ouvir críticas sem se sentir ofendido e fazê-las de forma respeitosa. Influenciar positivamente as pessoas, ter disposição para trabalhar de forma colaborativa, sem causar conflitos, sempre buscando o diálogo, aceitando as diferenças. Divergir ou discordar, não te faz inimigo de alguém. A premissa do bom trabalho em equipe e relacionamento interpessoal, é o respeito as diferenças. Entender que cada ser humano é diferente e único. Com toda sua complexa formação sócio cultural. Não importa raça, credo, cor, religião ou filiação partidária. Respeito livre de estereótipos é uma premissa da qual nenhuma pessoa ou sociedade deve abrir mão.

 

Outra habilidade importante, que passou a fazer parte da extensa lista de exigências dos profissionais do incrível mundo VUCA (ou BANI) que vivemos, é a nossa capacidade de ORGANIZAÇÃO. Disciplina para definir prioridades, administrar muito bem o seu tempo e focar naquilo que é essencial, é questão de sobrevivência num mundo que não separa mais vida pessoal e profissional. Reuniões formais viraram calls de bermuda ou moletom. Filhos e pets passaram a participar de forma coadjuvante de vídeo conferências. Planejar tudo isso, organizar o tempo, atividades, funções e prioridades, atuando de forma coordenada, executando nossas ações no dia a dia para alcançar objetivos e metas estabelecidas é um desafio enorme. Precisamos aprender (e rápido!) a lidar com tudo isso.

 

Tudo isso sem perder a nossa AUTOMOTIVAÇÃO. Pois motivação é que nem banho. Devemos tomar todos os dias. Ir além daquilo que nos pedem ou devemos fazer. Ter a cabeça no lugar para superar obstáculos sem de deixar abater ou perder o ânimo. Pessoas com a capacidade de se manterem automotivadas, tanto na vida pessoal quanto na profissional, conseguem superar mais problemas, mais desafios e empreender mais.

 

Sem falar na capacidade de LIDERANÇA. Que muitos ainda insistem em entender como posição de comando autoritário. Para liderar, é preciso ter empatia, se colocar no lugar mais difícil que existe: o lugar do outro. Criar um ambiente de desenvolvimento sustentável da equipe. Capacitar pessoas e formar novas lideranças até cometer o “suicídio” de seu cargo, criando o próprio sucessor. Sempre comunicar com clareza, transparência, ética e honestidade a direção para onde todos devem seguir. Nunca se colocar na posição de responsável por apagar incêndios, mas sim, em ser o responsável por ascender o fogo de cada membro do time, garantindo alinhamento dos valores e mantendo viva a cultura da empresa.

 

Consegue imaginar um bom profissional sem essas competências?

 

Como diria Bruce Lee, be like water, my friend.

 

Quanto mais adaptados estamos, menos adaptáveis somos. O mundo virou de ponta cabeça e aprendemos que nunca estamos prontos. Mas precisamos estar sempre preparados!

 

#EMFRENTE!

malfitani
Rodrigo Malfitani
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Formado em Hotelaria pelo SENAC-SP, Pós Graduado em Marketing de Serviços e com MBA em Gestão Estratégica de Negócios. É especialista em Gestão de A&B e Pessoas, com mais de 20 anos de experiência no mercado e passagem por grandes grupos como CiaTC, Ritz, Leopolldo, GJP Hotels & Resorts, Quitanda e Grupo Frutaria. Foi professor da EGG (Escola de Gestão em Negócios da Gastronomia) e hoje atua como Consultor e Diretor de Hospitalidade da marca Tania Bulhões.

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