Sabe quando você entende uma determinada situação, mas quando você vê a mesma acontecendo, você, mesmo sabendo, acaba se “assustando”? Então, comigo aconteceu ao ver esta foto. Fiquei pasmo!
Encontrei esta foto na web — ela não é de uma loja de tablets — mas sim, de um restaurante comum com seus 14 tablets, cada um com seu canal de delivery específico, pronto para receber os pedidos. Nos EUA, diferente do Brasil, é comum operar por tablets estes canais. Por aqui, podemos fazer um paralelo com as “abas” do browser, ou com várias janelas de browsers abertas.
Multicanalidade é isto, ter 14 canais diferentes para receber seu pedido de delivery, talvez até 15, se contarmos o telefone. Então, será que isto é saudável para qualquer estabelecimento? Certamente, não.
A chance de se perder um pedido aqui é enorme!
Imagina 5 pedidos, simultâneos, apitando aqui, o operador tendo que copiar cada um deles no pdv, para que seja registrado e enviado ao KDS para produzir? Caos total!
E como resolver tamanha confusão? Integrando!
As integrações via APIs entre os portais e os PDVs se tornou condição básica de sobrevivência dos restaurantes que trabalham com delivery. Porém, integrar não é tarefa fácil, muito menos rápida com dezenas de canais. Por outro lado, os portais, teriam que integrar com dezenas, talvez, centenas de PDVs — ou seja, esta conta não fecha.
Neste meio de campo. surgiram os — integradores! O nome “oficial” para eles é OMS — Order Management System — ou HUBs — que fazem a consolidação de todos os MarketPlaces por um lado, além de canais próprios de delivery também, e por outro lado, “desaguam” os pedidos em PDVs parceiros, integrados a sua plataforma.
Os OMSs trazem vários benefícios aos proprietários dos restaurantes, principalmente no manuseio dos pedidos — consolidados todos em uma única tela —mas tudo junto num único board.
Outra função, muito importante dos OMSs é a gestão dos cardápios. Imagina você ter que mudar em 14 canais, um preço de uma coca-cola, ou dizer que aquele hamburguer não está disponível hoje na janta. A função principal é facilitar sua operação, e com isto, através de poucos cliques em um OMS você resolve esta situação.
Nem tudo são flores no delivery, uma parte bastante complexa é a logística — já vimos em um outro artigo que muitos bares e restaurantes, no início da pandemia, migraram para os portais atraídos pelo “fullservice” onde a entrega é feita pelos portais — mas, este custo começa a pesar no bolso dos restaurantes, e outras opções devem ser avaliadas.
A logística de forma separada, com motoboys próprios — CLT ou cooperados — é algo complexo de gerir, rotas, entregas, taxas, enfim, todo este processo acaba sendo complicado e trabalhoso. Além disto, a opção de terceiros, através de outros parceiros — fora do marketplace — também podem ser avaliadas. Com isto, entra mais um serviço importante dos OMSs a integração com a logística, seja “chamar” um terceiro, seja acompanhar e dar ferramentas para o controle da sua logística própria.
Assim, se pudermos resumir em alguns pontos importantes para um bom OMS, temos:
- Integração de n MarketPlaces e Canais
- Integração de n PDVs
- Dash único para acompanhamento de pedidos
- Gestão de cardápios em um único lugar
- Controle de Logística própria e de terceiros
Então, se seu restaurante “bugou” nesta pandemia com tantos canais, é hora de organizarmos esta “bagunça”.
Bons Negócios!
Sobre o Autor
Marcio Blak é especialista no mercado de TI, com Graduação em Engenharia Eletrônica pela UFRJ e MBA pela FGV em Gestão de Negócios em TI. Atua como Consultor Estratégico para assuntos de Tecnologia de sistemas de Gestão para o setor de Food Service, Varejo e Franquias. Possui mais de 25 anos de experiência em gestão empresarial, adquirida em empresa de médio porte do segmento de software ERP, automação comercial e sistemas web e de e-commerce, com diversas contribuições em outros setores.