- PICLES E CONSERVAS
- DEFUMAÇÕES
- COZINHA ORIENTAL/ASIÁTICA
- SAÚDE E BEM-ESTAR
- DELIVERY ADAPTADO
- PRATOS VEGETARIANOS E VEGANOS
- CULINÁRIA REGIONAL E ALIMENTOS LOCAIS
- USO DE TECNOLOGIA
- VALORIZAÇÃO DE PRODUTOS ORGÂNICOS E DE ORIGEM LOCAL
- REGIONALIZAÇÃO
- SUSTENTABILIDADE
- EXPERIÊNCIAS GASTRONÔMICAS
- RECEITAS PLANT-BASED
Essas são algumas das principais tendências para o universo da cozinha neste ano de 2025, de acordo com especialistas do ramo food service nacional, que deve crescer 7% ao ano até 2028, conforme um estudo da Redirection International, empresa especialista em assessoria de Fusões e Aquisições (M&A).
Esse mesmo levantamento, que é baseado em dados de mercado e perspectivas macroeconômicas, aponta que tal estimativa de crescimento para o segmento brasileiro de alimentação fora do lar supera a média anual de 6% registrada entre 2014 e 2023, mesmo com o impacto negativo da pandemia de Covid-19.
Ou seja, A HORA É AGORA de você ficar antenado (a) sobre as novidades gastronômicas que devem ganhar relevância nos próximos meses e, assim, aperfeiçoar A GESTÃO E MERCADO do seu restaurante, bar, lanchonete, confeitaria, padaria, entre outros tipos de estabelecimentos food service, certo?
E para te ajudar nessa missão, nós da Rede Food Service entrevistamos, com exclusividade, oito renomados Chefs de Cozinha. Assim, juntos, trazemos para você quais são os melhores caminhos a serem seguidos nos próximos meses na visão e vasta experiência de cada um desses especialistas quando o assunto é gastronomia no mercado nacional de alimentação fora do lar, assim como compartilhamos:
- O QUE ESPERAR PARA O MERCADO DA GASTRONOMIA NESTE ANO DE 2025?
- DETALHAMENTO DAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DE COZINHA NESTE ANO DE 2025
- ITEM CHAVE QUANDO O ASSUNTO É GASTRONOMIA NO FOOD SERVICE BRASILEIRO NESTE ANO DE 2025
- NO QUE MAIS INVESTIR NAS COZINHAS FOOD SERVICE NESTE ANO DE 2025?
- DICAS PARA QUE OS PROFISSIONAIS DE GASTRONOMIA ALCANCEM O SUCESSO NESTE ANO DE 2025
VAMOS LÁ?
O QUE ESPERAR PARA O MERCADO DA GASTRONOMIA NESTE ANO DE 2025?
Conforme Marcelo Spiller, Chef Corporativo Nacional da RATIONAL Brasil, empresa alemã fabricante de fornos combinados para cozinhas profissionais, “2025 é um ano de consolidação, após um 2024 que começou com muitas dúvidas de crescimento no setor, mas que foi muito bem, dando assim a esperança de um 2025 mais sólido no segmento. Entretanto, o controle de custos será o alicerce, bem como as tendências para um maior aproveitamento dos alimentos, como picles de casca de cenoura, que serão mais usuais na gastronomia contemporânea. Da mesma forma, a eficiência produtiva e a sustentabilidade irão guiar os projetos e os cardápios”, assinala.

Henrique Jorge Campos, Chef Proprietário do Figurate, uma pizzaria autoral em Curitiba especializada em massas de fermentação natural e street food italiano, acredita que “após três a quatro anos de pandemia de Covid-19 e o período pós-pandêmico, o setor conseguiu se adaptar e entender os novos padrões de consumo. E, com o crescimento já observado no último ano, eu espero um aumento ainda mais expressivo para 2025”, aguarda.
Samantha Laurindo Souza, empresária, Chef Executiva no Buffet Amaré, e Chef Consultora do Bistrô Amaré, ambos em funcionamento no Rio de Janeiro, capital, avalia que, “neste ano de 2025, podemos esperar várias tendências interessantes no mercado de gastronomia no Brasil, levando em conta as mudanças sociais, econômicas e culturais que têm ocorrido”, resume.

Rafael de Andrade, Gastrônomo e Técnico em Guia de Turismo, Professor de Gastronomia no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e Cozinheiro Regional, entende que “o futuro da gastronomia está diretamente ligado com o conceito de uma alimentação mais sustentável, fazendo o uso de mais produtos orgânicos e locais nos cardápios, assim como de novas tecnologias, contribuindo também para essa sustentabilidade com foco na inovação e na personalização das experiências para os clientes”, realça.
Thiago Piazza, Chef Proprietário do Marinna Gastronomia, que fica em São Paulo, capital, compartilha que, “agora em 2025, o mercado da gastronomia enfrentará desafios econômicos significativos, especialmente devido à inflação e ao aumento dos custos de insumos. Esses fatores exigirão maior criatividade e planejamento estratégico por parte dos profissionais e empreendedores do setor. No entanto, paralelamente a essas dificuldades, eu acredito que testemunharemos uma importante transformação em direção ao consumo consciente e sustentável. A utilização de produtos orgânicos deve crescer, acompanhada pela valorização de pequenos produtores, que oferecem insumos diferenciados e de alta qualidade. Isso reflete uma mudança de comportamento dos consumidores, que estão cada vez mais atentos à origem dos alimentos, aos impactos ambientais e à saúde. Além disso, a adoção de práticas mais sustentáveis também poderá ser uma forma de mitigar custos a longo prazo, promovendo eficiência no uso de recursos e atraindo um público disposto a pagar mais por uma experiência gastronômica alinhada aos seus valores. Outro aspecto importante será o fortalecimento das cadeias de fornecimento locais, que reduzirão a dependência de importações e os custos logísticos. Essa tendência também deverá estimular uma maior integração entre produtores, chefs e restaurantes, criando uma rede de apoio mútuo e inovação. Em resumo, 2025 será um ano desafiador, mas também cheio de oportunidades para quem souber se adaptar e inovar”, detalha.

Milena Casarini, empresária e Cozinheira da Oroboro Shop, uma cafeteria localizada em São Paulo, capital, entende que “o nosso comportamento mudou com a influência da Internet. Com isso, esse cenário global trouxe muitas questões sobre a forma de consumo e a importância da alimentação e os seus impactos no ambiente e em nossa saúde. Dessa maneira, eu acredito que a alimentação plant-based será cada vez mais procurada”, afirma.
Ken Francis Kairalla Kusayanagi, Cozinheiro, Sommelier e Professor de Gastronomia no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial Paraná (SENAC-PR) considera que “este ano de 2025 terá muitos desafios, especialmente no que diz respeito a mão-de-obra e qualidade na oferta de trabalho. Em relação à gastronomia, verifico que o atual caminho está focado na valorização de insumos, uso de técnicas que valorizam os alimentos além de mais comprometimento com a sustentabilidade no que diz respeito à segurança alimentar e o comprometimento das empresas de serviço de alimentação”, elenca.
Marcus Carnevale, Chef e CEO da Bro Arte & Burguer, que fica no Rio de Janeiro, capital, destaca que, “neste ano de 2025, o mercado da gastronomia deve estar ainda mais conectado às mudanças de comportamento das pessoas. A preocupação com sustentabilidade e consumo consciente continuará forte, levando muitos restaurantes e marcas a adotarem práticas que reduzam desperdícios e cuidem do meio ambiente. As opções plant-based e carnes cultivadas em laboratório devem ganhar espaço, refletindo um estilo de vida mais saudável e responsável. Além disso, a busca por conveniência seguirá em alta, com entregas mais rápidas e inteligentes, enquanto a personalização e experiências únicas na hora de comer vão conquistar um público cada vez mais exigente e engajado”, explica.
DETALHAMENTO DAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DE COZINHA NESTE ANO DE 2025
Já quando questionados (as) sobre o detalhamento das principais tendências de cozinha neste ano de 2025 partilhadas, naturalmente, os especialistas entrevistados discorrem cada um pela sua experiência e atual trabalho. Entretanto, ao mesmo tempo, os Chefs apresentam explicações complementares e que vale muito a pena serem analisadas de forma conjunta.

Afinal, segundo Spiller, Chef Corporativo Nacional da RATIONAL Brasil, “os picles e as conservas estarão em alta neste ano de 2025, assim como as defumações, dando assim novas possibilidades de sabores para além do ‘american bbq’, como molhos, azeites e sobremesas com toques de ingredientes defumados como vemos muito hoje em dia nas coquetelarias. Eu vejo também o crescimento da pasteurização e do sous-vide como técnica de conservação contra o desperdício e não só para fins gastronômicos”, alega.
Campos, Chef Proprietário do Figurate, divide que “a tendência de cozinha oriental/asiática está migrando da cozinha fria clássica (sushis e sashimis) para pratos quentes, incluindo caldos, sabores secos e fermentados. A de saúde e bem-estar vem da crescente preocupação com a saúde, o que faz com que a gastronomia deva acompanhar essa mudança, seja adaptando receitas clássicas ou reinventando opções de comida saudável. E a tendência de delivery adaptado é porque o delivery continuará em alta, mas exigindo adaptações para diferentes estilos culinários”, esclarece.
Souza, Chef Executiva no Buffet Amaré e Chef Consultora do Bistrô Amaré, detalha que “a preocupação com o meio ambiente e a alimentação sustentável deve continuar a crescer. Espera-se que mais restaurantes adotem práticas eco-friendly, como o uso de ingredientes locais e orgânicos, redução de desperdício e uso de embalagens biodegradáveis. Assim como, o foco em experiências gastronômicas únicas deve se intensificar. Os consumidores estão cada vez mais buscando experiências além da comida, como jantares temáticos, aulas de culinária e eventos gastronômicos interativos. Para além disso, o uso de tecnologia, como aplicativos de delivery, realidade aumentada em menus e inteligência artificial para personalização de pedidos deve se expandir. E a automação na cozinha também pode se tornar mais comum. Assim como, a valorização da culinária local e regional pode ganhar força, com Chefs explorando ingredientes típicos e tradições gastronômicas brasileiras. E isso pode resultar em uma redescoberta de sabores autênticos”, espera.

Andrade, Gastrônomo e Professor de Gastronomia no SENAC, complementa que “veremos mais opções de pratos vegetarianos e veganos nos cardápios. Seja para atender clientes dessas categorias alimentares, ou ainda, para uma educação de redução no consumo de carne como forma de sustentabilidade com proteínas alternativas à carne animal. Acredito que diversos preparos à base de vegetais irão crescer dentro de cardápios e restaurantes neste ano de 2025, utilizando, principalmente, produtos mais regionais e brasileiros, como mandioca, milho, e até a soja, por possuirmos uma grande produção nacional. Além disso, a culinária regional e alimentos locais, o resgate de receitas locais e a valorização de ingredientes da agricultura familiar, por exemplo, eu acredito que serão outras tendências. E isso porque a gastronomia brasileira vem se firmando com alimentações mais naturais, utilizando ingredientes mais verdadeiros, menos processados e valorizando o tempo e a tradição na preparação dos alimentos, ‘linkando’, muitas vezes, com a famosa comida afetiva. E temos também a tendência da tecnologia na cozinha, incluindo ferramentas como inteligência artificial e big data, que já começaram a contribuir e a fazer uma grande diferença, principalmente, relacionada aos atendimentos em restaurantes, deliverys, encomendas etc. E a tendência é que essas tecnologias comecem a fazer mais parte do cotidiano das cozinhas profissionais, ajudando na criação de pratos, personalização do cardápio e otimização de processos. Do mesmo modo, teremos equipamentos cada vez mais tecnológicos para facilitar o trabalho, ganhar tempo e implementar inovações em preparações culinárias (fornos combinados, thermomix, ultra processadores, impressoras 3D dentre outros)”, lista.
Piazza, Chef Proprietário do Marinna Gastronomia, divide que “entre as tendências mais marcantes para 2025, a valorização de produtos orgânicos e de origem local terá grande destaque, alinhando-se às crescentes preocupações com sustentabilidade, saúde e a busca por uma conexão mais próxima com o processo de produção dos alimentos. Os consumidores estão cada vez mais exigentes em relação à qualidade e à procedência dos ingredientes, favorecendo pequenos produtores e estabelecimentos que priorizem práticas sustentáveis e éticas. Outra tendência forte será o avanço na elaboração de pratos vegetarianos e veganos. O mercado plant-based continuará em franca expansão, impulsionado por uma base de clientes que cresce a cada ano e busca alternativas mais saudáveis, éticas e ambientalmente responsáveis. Assim, restaurantes e Chefs serão desafiados a ir além do básico, utilizando técnicas sofisticadas para oferecerem pratos inovadores e saborosos que agradam não apenas aos veganos e vegetarianos, mas também aos flexitarianos e aos curiosos gastronômicos. A regionalização da gastronomia também ganhará protagonismo. A reinterpretação de receitas tradicionais utilizando ingredientes típicos brasileiros – muitos deles ainda subexplorados – será uma forma de valorizar a cultura nacional e oferecer experiências únicas aos consumidores. Ingredientes como mandioca, baru, pequi, jabuticaba, jambu e tucupi devem aparecer em criações mais contemporâneas e criativas, aproximando a alta gastronomia das raízes brasileiras. Por fim, tecnologias e práticas inovadoras também entrarão em cena. Cozinhas mais sustentáveis, que utilizam equipamentos de baixo consumo energético e métodos que reduzem o desperdício, serão uma prioridade. Além disso, a fermentação artesanal, o envelhecimento de vegetais e o uso de técnicas ancestrais adaptadas à gastronomia moderna estarão em alta, oferecendo novas texturas e sabores que encantam o paladar e a mente do consumidor. Essas tendências, juntas, representam não apenas uma evolução técnica, mas também uma mudança cultural e comportamental, que deverá ditar o ritmo do mercado gastronômico no Brasil agora em 2025”, reforça.

Casarini, Cozinheira da Oroboro Shop, enfatiza a tendência plant – based, que, ao seu ver, “é o consumo consciente e, na nossa cafeteria, a procura por opções veganas já é grande. Desde pão de queijo a refeições completas. Por isso, devemos unir experiência x qualidade no cardápio”, destaca..
Kusayanagi, Cozinheiro, Sommelier e Professor de Gastronomia no SENAC-PR, aponta como as principais tendências de cozinha neste ano de 2025 a “valorização das cozinhas regionais e de biomas, lógico que com tecnologias, mas com menos transformação, mais direta ao ponto. O Brasil tem muito a oferecer, alguns locais têm forte tradição gastronômica, como Minas Gerais, e outros oferecem mais insumos, como o Paraná, e cada um tem a sua contribuição. Se por um lado em alguns locais a riqueza é identificada nas receitas tradicionais, outros, sem tantos pratos, buscam inovar usando ingredientes locais”, endossa.
Já Carnevale, Chef e CEO da Bro Arte & Burguer, acrescenta que, neste ano de 2025, a gastronomia no Brasil será “marcada pela valorização de ingredientes locais, expansão da cozinha plant-based e práticas sustentáveis para reduzir desperdícios. A tecnologia terá papel importante na otimização de processos, enquanto as experiências sensoriais e as personalizadas conquistarão os consumidores, conectando inovação e tradição de forma criativa”, assegura.
ESPECIALISTAS EM DISTRIBUIÇÃO NO FOOD SERVICE | Eunando Azevedo e Sergio Molinari no Rede Food Cast
ITEM CHAVE QUANDO O ASSUNTO É GASTRONOMIA NO FOOD SERVICE BRASILEIRO NESTE ANO DE 2025
Agora que já está por dentro de quais são as tendências de cozinha neste ano de 2025, assim como teve a oportunidade de entender, em detalhes, o que cada uma representa, que tal descobrir qual é o item chave quando o assunto é gastronomia no food service brasileiro para os próximos meses?
Para Spiller, Chef Corporativo Nacional da RATIONAL Brasil, é “a pesquisa da utilização de ingredientes para outros fins. Uma inovação não radical daquele produto de médio/baixo custo que pode exercer funções diferentes na cozinha, flexibilizando o menu sem onerar custos”, aponta.

Campos, Chef Proprietário do Figurate, elege que “o celular será essencial para restaurantes devido à sua ligação direta com as redes sociais e o marketing digital”, acredita.
Souza, Chef Executiva no Buffet Amaré e Chef Consultora do Bistrô Amaré, considera a “educação. Eduque-se continuamente, pois o setor gastronômico está sempre evoluindo. Participe de cursos, workshops e eventos para se manter atualizado sobre as novas técnicas, tendências e práticas do mercado”, sinaliza.
Andrade, Gastrônomo e Professor de Gastronomia no SENAC, reflete que o item chave é “sustentabilidade e as alternativas às proteínas animais serão o grande destaque. E isso porque o Brasil, com seu vasto potencial agrícola, também continuará a explorar e valorizar produtos locais, como mandioca, feijões, milho, frutas tropicais e todos os derivados desses produtos, que darão identidade e originalidade aos pratos”, argumenta.

Piazza, Chef Proprietário do Marinna Gastronomia, lista que é “o conhecimento aplicado, que vai muito além da técnica tradicional. Trata-se de um conjunto de habilidades voltado para a pesquisa aprofundada sobre insumos, fornecedores, tendências gastronômicas e práticas sustentáveis. Essa abordagem permitirá que os profissionais criem soluções inovadoras e econômicas, adaptando-se às demandas do mercado e às limitações econômicas. Assim como, a inovação na escolha de ingredientes será um dos grandes diferenciais. Plantas nativas brasileiras e ingredientes subutilizados, como frutas do cerrado, grãos ancestrais e vegetais regionais, devem ganhar destaque. Além de agregarem sabor e identidade aos pratos, esses insumos possibilitam a valorização da biodiversidade local e o fortalecimento de comunidades agrícolas. Por meio de estudos e experimentações, Chefs e Cozinheiros poderão explorar novas formas de utilizar esses ingredientes, revelando seu potencial gastronômico. E outro aspecto crucial será o domínio de técnicas que maximizem o uso dos insumos, como fermentação, desidratação, conservação e reaproveitamento. Essas práticas não apenas reduzem o desperdício, mas também agregam valor ao prato final, criando sabores únicos e texturas inovadoras. Além disso, a adaptação de receitas tradicionais a conceitos mais modernos – como o plant-based e a cozinha sustentável – permitirá alcançar um público mais amplo e diversificado. Por fim, o conhecimento aplicado também inclui uma visão de negócios mais estratégica. Isso envolve não apenas a pesquisa de insumos e fornecedores, mas também o entendimento de como oferecer experiências gastronômicas diferenciadas que contém histórias, emocionem os clientes e gerem fidelização. Em um cenário econômico desafiador, a capacidade de inovar com recursos limitados e criar valor em cada detalhe é o verdadeiro ‘item chave’ de cozinha no Brasil em 2025“, revela.
Para Casarini, Cozinheira da Oroboro Shop, o item chave também e “a sustentabilidade, desde os fornecedores até o zero desperdício. E esse item chave é também um desafio”, alerta.
Kusayanagi, Cozinheiro, Sommelier e Professor de Gastronomia no SENAC-PR, aposta no “cozinheiro como o item chave, já que as brigadas estão envelhecendo e cada vez mais gente desiste da área”, lamenta.
Carnevale, Chef e CEO da Bro Arte & Burguer, por sua vez, classifica como o item chave de cozinha no Brasil neste ano de 2025 “o mixer de mão, que é prático, versátil e ideal para preparações rápidas. Ele facilita desde a criação de molhos e sopas até massas e sobremesas, atendendo à busca por eficiência e inovação. Além disso, a sua capacidade de simplificar receitas tradicionais e modernas o torna indispensável em cozinhas profissionais e domésticas“, enfatiza.
NO QUE MAIS INVESTIR NAS COZINHAS FOOD SERVICE NESTE ANO DE 2025?
Pronto (a) para fomentar a sua atuação no ramo de alimentação fora do lar a partir das tendências aqui reunidas e explicadas pelos especialistas entrevistados?
Logo, confira, na sequência, no que mais você deve investir nas cozinhas nos próximos meses.
Spiller, Chef Corporativo Nacional da RATIONAL Brasil, afirma que é em “quarteto processador de alimentos, forno combinado, resfriador e máquina a vácuo, que são fundamentais hoje em dia para uma cozinha eficiente. O processador te dará padronização em cortes e tempo para poder elaborar novos pratos, o forno combinado te dará flexibilidade e eficiência produtiva, reduzindo custos de energia, água e tempo e aumentando qualidade, padrão e rendimento. O resfriador te deixará apto a antecipar produções sem perder qualidade e otimizar momentos ociosos que existem em cozinhas. E a máquina a vácuo garantirá a conservação e evitará desperdícios. Atualmente, eu não apostaria em tendências que dependem de produtos importados pelo momento externo que vivemos (protecionismo americano, guerras, acordos nada claro ainda como o Mercosul com os EUA), buscando sempre soluções regionais para, inclusive, movimentar a economia local. E também fugiria de equipamentos domésticos para uso em cozinhas profissionais que não aguentam o tranco. Eu, por exemplo, já tive um mixer doméstico que, a cada três a quatro meses, queimava, pagando 500 reais até comprar um profissional por 3 mil reais. E isso já fazem três anos, façam as contas”, sugere.
Campos, Chef Proprietário do Figurate, orienta maior investimento em “saladas, já que essa tendência de alimentação saudável está em crescimento”, informa.
Souza, Chef Executiva no Buffet Amaré e Chef Consultora do Bistrô Amaré, indica investir em “ingredientes locais, redução de desperdício, educação e treinamento”, lista.
Andrade, Gastrônomo e Professor de Gastronomia no SENAC, acredita que o melhor caminho é “investir em tecnologia e sustentabilidade, já que a automação e as tecnologias digitais já são uma realidade. E, em 2024, já foram se enraizando em diversas áreas. Portanto, para este ano, a aplicação nas cozinhas acredito que será fundamental. Assim, investir em práticas sustentáveis, como o uso de ingredientes orgânicos, embalagens recicláveis, uso integral de ingredientes, controle de desperdícios e resíduos também serão um diferencial”, ressalta.
Piazza, Chef Proprietário do Marinna Gastronomia, reitera que “o maior investimento nas cozinhas food deve estar voltado para pesquisa e desenvolvimento, que se tornarão elementos essenciais para enfrentar os desafios econômicos e atender às mudanças nas demandas do mercado. Explorar insumos regionais e práticas sustentáveis será uma das principais formas de inovação, permitindo a criação de pratos com identidade local e apelo global, além de fortalecer a economia circular e reduzir custos. A pesquisa também deve englobar a experimentação com ingredientes subutilizados ou alternativos, como grãos ancestrais, plantas nativas e proteínas vegetais, que oferecem novas possibilidades gastronômicas e atraem um público crescente que valoriza alimentos saudáveis e sustentáveis. O investimento em tecnologia deve ser feito de maneira estratégica, priorizando ferramentas que otimizem processos e aumentem a eficiência operacional. Além disso, softwares de gestão podem ajudar no controle de estoques, no planejamento de cardápios e na análise de custos, enquanto equipamentos eficientes e multifuncionais, como fornos combinados e utensílios que economizem energia, podem oferecer soluções modernas sem gerar despesas excessivas. Outra frente importante de investimento é a capacitação das equipes, garantindo que os profissionais estejam atualizados com as tendências e técnicas mais recentes, como a preparação de pratos plant-based e métodos de conservação e fermentação”, expressa.
Casarini, Cozinheira da Oroboro Shop, avalia que o investimento deve ser focado em “alimentação vegana, sazonal e pequenos produtores”, resume.
Kusayanagi, Cozinheiro, Sommelier e Professor de Gastronomia no SENAC-PR, reflete que “investir em equipamentos e utensílios já deve ser bem batido, contudo, eu penso que falta um olhar mais apurado sobre o fator profissional e o elemento humano. A moda de ser ‘Chef’ já está diminuindo, no entanto, alguns retardatários surgem como influencers, chefs de rede social, com foco só em fotografias produzidas e redes sociais. Não tenho nada contra, se o profissional tem algo legal para postar. Mas, sem conteúdo ou contexto, penso que há um equívoco bem grande. Investir em marketing pessoal é bom, mas se você ainda não tem experiência e conhecimento, só rede social não vai te bancar”, sinaliza.
Carnevale, Chef e CEO da Bro Arte & Burguer, corrobora que o investimento deve ser focado em “equipamentos eficientes e versáteis. Aposte em tecnologias que otimizem o tempo, como fornos inteligentes, mixers e utensílios multifuncionais. Isso ajuda a reduzir custos e aumentar a produtividade. Invista também em práticas como aproveitamento total dos alimentos, embalagens ecológicas e a redução de resíduos, que são cada vez mais valorizadas pelos consumidores. Assim como, aposte em opções plant-based, pois a demanda por alimentos à base de vegetais está em alta e oferecer pratos inovadores nesse segmento pode atrair novos públicos. E não esqueça dos cardápios customizáveis, uma vez que, hoje em dia, a personalização é a chave para fidelizar clientes. Crie opções flexíveis e que atendam a diferentes gostos e restrições alimentares”, reitera.
DICAS PARA QUE OS PROFISSIONAIS DE GASTRONOMIA ALCANCEM O SUCESSO NESTE ANO DE 2025
Para finalizar e te preparar ainda mais, aproveite, abaixo, dicas especiais de todos os especialistas entrevistados pela nossa reportagem sobre como é possível que os profissionais de gastronomia alcancem o sucesso neste ano de 2025:
“Aceitem a tecnologia como a ferramenta desse caminho de sucesso. Ela é como a faca afiada, imprescindível para a tarefa cotidiana. Dialoguem com os produtores locais, regionais, com o crescimento dos custos dos alimentos. Essa parceria pode te dar margens preciosas e até ajudar a levar novidades ao seu menu”, orienta Spiller, Chef Corporativo Nacional da RATIONAL Brasil.
“A chave é dedicação e estudo constantes. Esteja sempre atento às novidades e técnicas emergentes. Além disso, prove tudo o que puder para expandir o seu repertório de sabores e referências. E não aposte em hambúrgueres, pois o mercado já está saturado e com diversas opções disponíveis”, recomenda Campos, Chef Proprietário do Figurate.
“Inove no cardápio do seu negócio food service. Esteja sempre atualizado sobre as tendências alimentares, como opções plant-based e pratos saudáveis. Inovar no cardápio com receitas criativas e que atendam às novas demandas dos consumidores pode fazer a diferença. Foque na experiência do cliente. Proporcione experiências memoráveis aos clientes, pois isso pode incluir eventos temáticos, jantares interativos ou até mesmo a personalização do atendimento. A experiência vai além da comida e deve ser única. Use a tecnologia a seu favor. Invista em tecnologia para melhorar a eficiência do seu negócio, como sistemas de gestão de estoque, aplicativos de delivery e marketing digital. Utilize redes sociais para engajar e interagir com os seus clientes. Valorize a cultura local. Explore ingredientes e receitas regionais, valorizando a cultura local, já que isso não só enriquece o cardápio, mas também cria uma conexão mais forte com a comunidade. Construa uma marca forte. Crie uma identidade de marca clara e autêntica, que ressoe com seu público-alvo. Isso inclui desde o design do espaço até a comunicação nas redes sociais. E conecte-se com os clientes. Mantenha um relacionamento próximo com seus clientes, ouvindo suas opiniões e feedbacks. Conhecer as preferências do seu público pode ajudar na hora de adaptar o seu negócio”, ensina Souza, Chef Executiva no Buffet Amaré e Chef Consultora do Bistrô Amaré.
“Além de adotar posturas mais sustentáveis, por ser o pilar da mudança neste ano de 2025, o investimento em tecnologias inovadoras também será sinônimo de sucesso. Mas, vejo como uma grande dica o desenvolvimento de ‘soft skills’ em Chefs e gestores para um melhor trato humano. Tanto para as relações com clientes, como, principalmente, para liderar uma boa equipe de cozinha, contribuindo para um ambiente mais harmonioso, criando ambientes que fomentem a colaboração, o respeito e sendo justo para o trabalhador. Vimos, há pouco tempo, as discussões e repercussões da escala 6×1, o que demonstra que o respeito e a valorização dos profissionais de cozinha tendem a ser uma discussão contínua e necessária para 2025. E estabelecimentos que, desde já, começarem a adotar essa dica de moderação, compreensão dos funcionários, flexibilidade na rigidez que muitas cozinhas ainda impõem, tendem a ter uma equipe muito mais engajada, valorizada e dedicada, melhorando o seu sucesso para este novo ano”, aconselha Andrade, Gastrônomo e Professor de Gastronomia no SENAC.
“Para se destacar no competitivo mercado de 2025, os profissionais de gastronomia devem adotar uma abordagem estratégica que combine criatividade, pesquisa e inovação. Investir no desenvolvimento de pratos que utilizem insumos inovadores, com foco em opções sem proteína animal, será fundamental para atender à crescente demanda por alimentação plant-based. Essa categoria de alimentos, além de ser uma forte tendência global, representa uma oportunidade de explorar sabores e técnicas que encantam tanto o público tradicional, quanto o consumidor mais consciente e flexível. Outro ponto essencial é diversificar a base de fornecedores, priorizando parcerias com pequenos produtores. Essa estratégia não só garante acesso a produtos frescos e de alta qualidade, mas também promove um diferencial competitivo, alinhado ao interesse do público por sustentabilidade e valorização da economia local. Ao criar uma rede de fornecedores sólida, os profissionais também podem minimizar riscos e oscilações nos preços dos insumos, o que é um fator crítico em tempos de inflação. Assim como, dominar técnicas de preparo mais elaboradas e inovadoras para pratos vegetarianos, veganos e plant-based será uma habilidade indispensável. É importante que os profissionais busquem se capacitar em práticas modernas e tradicionais que agreguem valor aos pratos, como fermentação, defumação e uso de ingredientes subutilizados. Além disso, oferecer experiências gastronômicas diferenciadas, que vão além da refeição – como storytelling sobre a origem dos ingredientes, apresentações criativas e um serviço mais personalizado – pode ser determinante para atrair e fidelizar clientes. Por fim, é fundamental que os profissionais estejam atentos às tendências do mercado e às mudanças nos hábitos de consumo. Participar de feiras, workshops e eventos gastronômicos, além de consumir conteúdos relevantes sobre o setor, pode ajudar a manter o portfólio atualizado e competitivo. Investir em marketing digital e no fortalecimento da presença online também será crucial para alcançar um público mais amplo e consolidar a marca no mercado. Em resumo, a combinação de inovação, conhecimento técnico e adaptação às demandas do público será a chave para o sucesso agora em 2025″, encoraja Piazza, Chef Proprietário do Marinna Gastronomia.
“Esteja atento ao comportamento da demanda atual e se preocupe com a entrega do que é oferecido. Seja um executivo, brunch ou simples café. Além disso, não aposte em alimentos ultraprocessados. Hoje em dia, o consumo mudou e as pessoas têm as informações na hora que quiser por meio do celular”, expõe Casarini, Cozinheira da Oroboro Shop.
“Não arrisco dar dicas, já que cada um tem um objetivo, um ritmo próprio de se trabalhar e chegar aonde deseja. Eu só arrisco dizer que, sem conteúdo ou sem sujar o uniforme, o profissional não vai longe… Ele deve ter prática aliada ao conhecimento. Ou seja, buscar, continuamente, conhecimentos da profissão, manter-se atualizado do que é referência no mercado e ter foco na inovação em termos de criar novas experiências gastronômicas”, argumenta Kusayanagi, Cozinheiro, Sommelier e Professor de Gastronomia no SENAC-PR.
“Para ter sucesso na gastronomia em 2025, os profissionais devem apostar em práticas sustentáveis, como reduzir desperdícios e valorizar ingredientes locais. Investir em inovação, como menus plant-based e uso de tecnologias que otimizem o trabalho, também é essencial. Além disso, entender as preferências do público, criando experiências personalizadas e focadas em conexão e autenticidade, pode ser o diferencial para se destacar em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico”, conduz Carnevale, Chef e CEO da Bro Arte & Burguer.
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