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Toiró: o projeto de produção sustentável de chocolates feitos com cacau selvagem e guaraná do coração do Amazonas

Por meio de parcerias com a Chef Saiko Izawa e a Casa Guasti Lab, o projeto visa encontrar matérias-primas de agroextrativismo junto a produtores ribeirinhos e transformá-los em produtos prontos para o mercado, incluindo o food service

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Chocolates feitos com cacau selvagem e guaraná do coração do Amazonas - Foto: Divulgação

 

Encontrar matérias-primas de agroextrativismo junto a produtores ribeirinhos de Maués, no coração do Amazonas, e transformá-los em produtos prontos para o mercado, incluindo o food service. Esse é o propósito do Toiró, um projeto de produção sustentável de chocolates feitos com cacau selvagem e guaraná amazônicos que, hoje, nós da Rede Food Service temos o prazer de te apresentar como mais um exemplo de que investir em sustentabilidade no atual ramo de alimentação fora do lar é mais do que uma tendência e sim uma necessidade.

 

Em funcionamento por meio de parcerias com a Chef Saiko Izawa e a Casa Guasti Lab, que dão suporte nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, o Projeto Toiró foi criado por Luca D’Ambros, italiano de 49 anos, com curso superior técnico em Informática, atual proprietário e CEO da D’Amazonia Origens. “Toiró é uma palavra da língua indígena Sateré Mawé, a etnia que descobriu e domesticou o guaraná, e significa ‘vamos’, um convite que nós interpretamos como um chamado a conhecer a Amazônia pelos produtos que sua biodiversidade consegue proporcionar. Alimentos saudáveis, funcionais, versáteis, mas, sobretudo, gostosos e que oferecem ao consumidor não somente uma experiência gastronômica diferente, mas uma conexão com as tradições dos povos da floresta. Essa é a nossa proposta”, explica o empresário em entrevista exclusiva à nossa reportagem.

 

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Luca D’Ambros, proprietário e CEO da D’Amazonia Origens – Foto: Divulgação

 

Luca D’Ambros realça também que o propósito dos chocolates Toiró é a comercialização direta de uma opção energética, nutritiva e deliciosa oriunda do Amazonas para o consumidor final, inclusive para o empresário do ramo de alimentação fora do lar e os seus clientes. “São três variedades de sabor que trazem os ingredientes da floresta para as barras, todas elaboradas com o guaraná único da região. Dois deles são veganos: o chocolate intenso 61% e o de castanha-do-brasil, em que a farinha de castanha substitui o leite. E, nesse último, o guaraná entra como um crocante especial, produto exclusivo da nossa marca. Já o terceiro sabor é de chocolate branco, feito com uma manteiga de cacau puríssima e um leve toque de cumaru. A nossa produção é orgânica, de agricultura familiar, respeitando as tradições e a cultura Maués”, divulga.

 

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Bastão de chocolate Toiró – Foto: Divulgação

 

Anna Guasti, Diretora da Casa Guasti Lab, escritório que desenvolveu a linha Toiró, ressalta que “os bastões de chocolate Toiró inovam em um produto ancestral e beneficiam comunidades ribeirinhas na Amazônia. Assim como, oferecem inúmeras possibilidades para chefs e mixologistas nas suas criações. Um exemplo é usar o guaraná ralado na finalização de drinques, um energético natural que ajuda a manter a floresta em pé”, reforça.

 

 Confira também conteúdos exclusivos da Rede Food Service no Youtube.

 

QUER CONHECER MAIS SOBRE O PROJETO TOIRÓ?

 

É só, na sequência, conferir:

 

  • QUANDO E COMO SURGIU A IDEIA DO PROJETO TOIRÓ
  • COMO FUNCIONA O PROGRAMA PROJETO TOIRÓ
  • QUAL É A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE NO PROJETO TOIRÓ
  • RESULTADOS JÁ ALCANÇADOS POR MEIO DO PROJETO TOIRÓ
  • QUEM JÁ EXPERIMENTOU E UTILIZOU OS CHOCOLATES TOIRÓ NO RAMO FOOD SERVICE, INDICA!
  • ATUAIS PLANOS PARA O PROJETO TOIRÓ
  • DICA PARA QUEM AIDA NÃO INVESTE EM SUSTENTABILIDADE NO MERCADO FOOD SERVICE

 

 

QUANDO E COMO SURGIU A IDEIA DO PROJETO TOIRÓ

 

A ideia do Projeto Toiró iniciou em 2022. No entanto, a história de Luca D’Ambros com empreendedor sustentável é antiga, tendo iniciado por meio de um trabalho voluntariado em Maués, que fica às margens do rio Maués-Açu, um afluente do Rio Amazonas, com o acesso de, no mínimo, 18 horas de barco de Manaus.

 

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Bastão de chocolate Toiró – Foto: Divulgação

 

Nessa época, ao se deparar com a aquela imensidão de uma cidade em meio à floresta que era do tamanho de toda Lombardia, a sua região na Itália, um novo mundo se abriu para Luca D’Ambros, pois ele começou a perceber que aquele território tinha um grande potencial de desenvolvimento sustentável. Assim e depois de concluir o seu projeto de voluntariado, que teve duração de três anos, o empresário retornou à Itália, mas logo voltou para o Brasil, escolhendo exatamente a região de Maués para empreender. No entanto, em um primeiro momento, em 2007, Luca D’Ambros montou uma marcenaria que foi a primeira da cidade a conseguir a legalização ambiental. E, quando ela se consolidou, ele partiu para novos desafios, como o de explorar o potencial do guaraná, produto que já era comercializado na cidade há muitos anos. “Durante uma visita a um dos produtores de guaraná, descobrimos que, no meio da floresta, próximo à casa, tinham árvores de cacau e as frutas não eram aproveitadas para beneficiar as sementes. E, segundo o produtor, o preço pago pelos atravessadores era muito baixo e não valia a pena o trabalho. Com isso, me veio o desejo de não desperdiçar essa oportunidade e encontrar alguma forma de agregar valor para chegar a um preço melhor. E o chocolate foi o natural destino das favas de cacau selvagem, porque a tecnologia para produzi-lo é simples e pode ser implantada diretamente no território, sem precisar de grandes inovações ou investimentos, nem de grandes volumes. A presença na região de outros ingredientes especiais, como o guaraná da Indicação Geográfica de Maués ou as sementes de cumaru, permitiu criar produtos únicos que expressam plenamente quanto valor se agrega às matérias primas amazônicas quando se mistura à inovação com a tradição”, relata o empresário.

 

COMO FUNCIONA O PROGRAMA PROJETO TOIRÓ

 

De acordo com Luca D’Ambros, atualmente, o Projeto Toiró funciona por meio da atuação de dezenas de pessoas, sendo “uma cadeia de valor que avantaja todos os envolvidos. Hoje, os produtores recebem um valor maior para as suas produções e sem degradarem o ambiente ao seu redor. A nossa empresa consegue agregar mais valor e entregar em um mercado mais remunerativo, gerando emprego e renda na cidade. Assim como, as empresas do ramo de alimentação têm acesso a produtos sustentáveis da sócio-biodiversidade amazônica de alta qualidade, oferecendo aos seus clientes pratos exclusivos. Do campo, recebemos produtos de mais de 40 famílias ribeirinhas, das calhas dos quatro principais rios da região de Maués. Na agroindústria, somos seis pessoas trabalhando diretamente, além de alguns colaboradores sazonais, dependendo das safras. O desenvolvimento da marca, das embalagens e a articulação são feitos pela Casa Guasti Lab”, esclarece.

 

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Drink criado pelo mixologista Laercio Zulu – Foto: Divulgação

 

O empresário complementa que “o nosso foco é encontrar, cada vez mais, matérias primas de agroextrativismo junto aos produtores ribeirinhos para agregar valor com inovação e tecnologia e preparar produtos prontos para o mercado. Hoje, estamos trabalhando na cadeia do cacau, porque, apesar de já existir uma certa tradição, estava um pouco abandonada por causa dos preços ligados à commodity. Mas, nos atuais dias, já conseguimos, por meio de formação e desenvolvimento, melhorar a qualidade das amêndoas, chegando a padrões de cacau fino, o que nos permite elevar muito os valores recebidos pelos produtores e sem precisar abrir novas área de plantio, mas melhorando os existentes. Também estamos começando a trabalhar com coletores de castanha-do-brasil, que é conhecidamente uma das cadeias com mais exploração social na Amazônia, com os mesmos objetivos: qualificar os trabalhadores do campo para que possam oferecer ao mercado produtos com mais qualidade, com valor agregado e aproveitando o que a floresta tem a oferecer, demostrando no saldo da conta corrente que a Amazônia de pé gera mais dinheiro que derrubada”, garante.

 

QUAL É A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE NO PROJETO TOIRÓ

 

Quando questionado sobre qual é a importância da sustentabilidade no Projeto Toiró, Luca D’Ambros endossa que “para nós as sustentabilidades ambiental, social e econômica correm juntas e não podem ser consideradas separadamente. São a alma da nossa empresa, porque a nossa visão de desenvolvimento da Amazônia passa pelo aproveitamento racional das matérias-primas, utilizando inovação e tecnologia para gerar novas possibilidades de renda para os produtores e extrativistas ribeirinhos, tudo em harmonia com a floresta e o meio ambiente. Por exemplo, a nossa embalagem do chocolate energético é totalmente compostável, incluindo a embalagem primária feita em celofane, que tem um custo unitário maior do que um plástico qualquer, mas um impacto praticamente nulo para o meio ambiente. Também toda energia envolvida no nosso processo de produção é gerada por meio de uma usina fotovoltaica instalada no telhado da agroindústria, porque a matriz energética do nosso município é totalmente de combustíveis fosseis e isso não combinava com os nossos objetivos de impacto ambiental”, exemplifica.

 

O empresário acrescenta que “a floresta é uma fonte continua de matérias-primas incríveis. E, em momentos diferentes do ano, temos guaraná, cacau, castanha-do-Brasil, cumaru, açaí, andiroba e a lista nunca acaba. No entanto, mesmo com essa fartura, as pessoas estão passando fome, porque não encontram mercado remunerativo para essas riquezas. Mas, se há incentivo e valorização para colher os produtos, eles conseguem ter a sua renda de uma forma sustentável, sendo também os guardiões da floresta e vendo que não vale a pena financeiramente vendê-las para garimpeiros e madeireiros porque mantendo ela em pé ganha muito mais. E é isso o que fazemos”, afirma

 

RESULTADOS JÁ ALCANÇADOS POR MEIO DO PROJETO TOIRÓ 

 

Por meio da D’Amazonia Origens e do Projeto Toiró, Luca D’Ambros já alcançou resultados que valem o destaque e que só comprovam como ter a sustentabilidade como pilar é uma estratégia produtiva no atual mercado, como o fato de ter sido o “pioneiro, em 2018, com a certificação orgânica, colocando, pela primeira vez, o guaraná em pó certificado no mercado. E, seguindo o nosso exemplo, hoje, em toda Maués, temos mais de 50 produtores certificados, com um volume estimado de mais de 40 toneladas. E, desde 2020, nós trabalhamos com a Indicação Geográfica do Guaraná, participando ativamente no conselho regulador e sendo referência na região norte entre as IGs. Com o Projeto Toiró, reforçamos a missão de ser inovadores nas cadeias de valores, buscando novas linhas de matérias-primas e mostrando os caminhos da sustentabilidade para outros produtores e empresas”, assinala.

 

ATUAIS PLANOS PARA O PROJETO TOIRÓ

 

Em continuidade aos resultados positivos que já alcançou, Luca D’Ambros desvenda ainda que possui planos para o Projeto Toiró. “Depois do lançamento da marca e da primeira linha de chocolates energéticos, vamos aproveitar o final da safra do cacau para reunir os produtores e mostrar o resultado deste ano de trabalho, finalizando o treinamento de melhoria do processo de beneficiamento das amêndoas para a obtenção de cacau fino. No mesmo tempo, vamos aumentar a distribuição dos produtos e a presença nos pontos de venda, juntamente com a divulgação da marca e a comunicação dos nossos impactos”, informa.

 

QUEM JÁ EXPERIMENTOU E UTILIZOU OS CHOCOLATES TOIRÓ NO RAMO FOOD SERVICE, INDICA!

 

Desde o dia 14 de junho, os chocolates do Projeto Toiró estão disponíveis para venda por meio do site www.toiro.com.br e no Instituto Chão, em São Paulo, capital. E, quem já experimentou e os utilizou no ramo food service, indica, como é o caso de Thiago Saraiva, Chefe de Produção e sócio da Santiago Padaria Artesanal. “Fizemos duas bebidas com os bastões Toiró, um café gelado com Bailleys finalizado com bastão de cacau selvagem e um mate gelado com limão e guaraná defumado ralado. Deu muito certo”, partilha.

 

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Ieda Matos, Chef da Casa de Ieda – Foto: Divulgação

 

Ieda Matos, Chef da Casa de Ieda, por sua vez, divide que “a Bahia tem a fama de ser a terra do Cacau, porém, a verdadeira mãe desse fruto é a Amazônia. Trabalhar com produtos provenientes diretamente da sua origem é uma experiência fascinante. Eu fui cativada pelo bastão de cacau selvagem fermentado com a microbiota da floresta Amazônica, que é elaborado artesanalmente em pilão e moldado cuidadosamente em folhas de bananeira. O seu sabor é delicioso, sem traços de amargor ou qualquer tipo de adstringência, quase não parecendo o típico cacau puro que conhecemos por aí. Por isso, recomendo muito os chocolates Toiró, podendo serem utilizados para finalizar sobremesas e até drinks”, recomenda.

 

DICA PARA QUEM AIDA NÃO INVESTE EM SUSTENTABILIDADE NO MERCADO FOOD SERVICE

 

Por fim, Luca D’Ambros deixa a seguinte dica para quem ainda não investe em sustentabilidade no mercado food service: “hoje, a sustentabilidade não é mais uma moda, mas uma exigência fortemente cobrada pelos consumidores. As empresas do ramo de food service que investem nesse segmento conseguem reforçar as suas marcas e a sua reputação, assim como atrair e reter novos clientes E tudo isso sem ter que, obrigatoriamente, aumentarem as suas despesas. Além disso, eventualmente, a utilização de fontes de energias sustentáveis e o uso racional dos recursos pode se reverter em diminuição de custos. No entanto, a desvantagem principal é o investimento inicial, tanto nas infraestruturas, quanto no arranjo da cadeia de suprimentos, que pode ser oneroso, sobretudo no começo quando há poucos fornecedores alinhados ao propósito. Ou seja, atualmente, investir em sustentabilidade tem um certo custo, mas que não é caro se comparado com os benefícios substanciais a longo prazo que vão além dos aspectos financeiros, impactando positivamente na reputação da marca, na eficiência operacional e no crescimento sustentável. Com isso, quem ainda não investe em sustentabilidade, está perdendo o trem e correr atrás depois vai dar muito mais trabalho”, alerta.

 

Na Rede Food Service é assim! Sempre compartilhamos com você iniciativas sustentáveis que agregam ao segmento de alimentação fora do lar! Por isso, continue nos acompanhando e aproveite para CLICAR AQUI e conhecer também o Programa Heineken Energia Verde: uma ação que pode te ajudar a economizar até 20% na conta de luz do seu negócio food service ao fazer uso de energia de fontes renováveis.

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