Os contratos de parcerias com fornecedores ou contratos de preferências de vendas como também são conhecidos, são estratégias comerciais utilizadas há muito tempo na área de compras, sendo que até hoje, são comuns no mundo dos negócios.
Na minha experiência profissional, já negociei diversos contratos de parcerias, inclusive contratos internacionais de fornecimento. Desse modo, posso afirmar que, primeiramente, a empresa que deseja firmar uma parceria contratual com algum fornecedor, precisa compreender que ambas as partes terão seus próprios interesses e irão buscar se beneficiar ao máximo dessa parceria.
Como toda parceria com um fornecedor se inicia com uma negociação, é crucial ter clareza sobre os objetivos desejados com essa parceria. Estabelecer metas claras e realistas ajudam a direcionar a discussão e a evitar concessões desnecessárias. Esteja preparado para ouvir e compreender o ponto de vista da outra parte. A empatia e a capacidade de ver a situação sob diferentes perspectivas podem facilitar o processo de encontrar soluções mutuamente benéficas.
Nunca devemos esquecer que um dos princípios fundamentais de qualquer contrato de parceria é que ambos devem se beneficiar da colaboração. Para os fornecedores, a parceria pode significar uma fonte de receita estável, acesso a novos mercados ou segmentos de clientes, além de uma relação comercial mais sólida com seus clientes. Por outro lado, para as empresas que contratam esses fornecedores, os benefícios podem incluir preços mais competitivos, acesso a produtos ou serviços de alta qualidade, inovação colaborativa e até mesmo oportunidades de co-marketing para impulsionar as vendas.
Para a empresa, o objetivo deve estar claro quando pensar em estabelecer uma parceria estratégica com um fornecedor. Como por exemplo, otimizar seus processos de produção e operações, economias de custos significativas, seja através de reduções nos custos de matéria-prima, melhoria na logística e cadeia de suprimentos ou mesmo na redução do tempo de comercialização de produtos.
Outro ponto de extrema importância a ser considerado é sobre os riscos dessa parceria que devem ser compartilhados. Nesse contexto, estou falando em setores onde a volatilidade dos preços das matérias-primas ou a incerteza política podem afetar significativamente as operações, como por exemplo, comodities. Com uma parceria sólida, ambas as partes podem trabalhar juntas para desenvolver estratégias de redução de riscos e planos de contingência, garantindo assim uma maior estabilidade operacional e financeira.
As parcerias com fornecedores também podem impulsionar a inovação e a diferenciação no mercado. Ao criar uma maior colaboração com fornecedores especializados ou líderes em suas respectivas áreas, as empresas podem ter acesso a tecnologias de ponta, conhecimentos especializados e recursos que lhes permitam desenvolver produtos ou serviços inovadores. Isso não apenas pode aumentar a atratividade dos produtos no mercado, como também, ajudar a empresa a se destacar da concorrência, fortalecendo assim sua posição competitiva e potencialmente aumentando sua lucratividade.
Se eu tivesse que dar uma única sugestão para uma negociação de parceria com qualquer fornecedor, falaria que o ponto crucial é a comunicação clara e transparente. Certifique-se de que todas as partes envolvidas estejam alinhadas quanto aos termos e condições do acordo. Qualquer ambiguidade pode levar a mal-entendidos e conflitos futuros.
Normalmente, será o fornecedor quem enviará o contrato de parceria para análise e assinatura. Por isso, leia e releia todas as cláusulas contratuais e se possível, envie para alguém com experiência jurídica para fazer as críticas desse contrato. Não tenha pressa para assinar e se beneficiar do que acredita que será importante para você, pois a correria pode levar a acordos desfavoráveis. Manter a calma e a paciência é fundamental para garantir uma parceria bem-sucedida.
Para finalizar, respondendo portanto a pergunta do artigo, se é lucrativo ter contratos de parcerias com fornecedores, posso responder que sim, desde que essa parceria consiga trazer reais benefícios para todas as partes envolvidas.
Pense nisso, pois muitas vezes seu lucro está nas compras!
Boas compras a todos!
RECEBIMENTO DE MERCADORIA NÃO É APENAS ASSINAR O CANHOTO DA NOTA FISCAL
Alexandre Martins Alves
Bacharel em Ciências Econômicas, Pós Graduado em Gestão de Negócios em Alimentação e com MBA em Supply Chain, com mais de 30 anos de experiência nas áreas de Supply Chain, Compras e Logística em empresas multinacionais e nacionais de grande, médio e pequeno porte.
Autor dos livros “Gestão de Processos e Fluxo de Mercadorias”, “Engenharia de Cardápio” e os volumes 1 e 2 do “Gestão de Negócios de Alimentação: Casos e Soluções”, todos editados pela Editora Senac.
Docente no Centro Universitário Senac e na Universidade São Camilo, para as disciplinas de Administração de Compras e Sistemas de Gestão, para o curso de pós-graduação em Gestão de Negócios.
Atua como consultor no setor de alimentação e entretenimento, especializado em soluções para a área financeira e administração de compras, estoque, produção e na implantação de sistemas informatizados de gestão, em indústrias alimentícias, restaurantes, bares, lanchonetes, hotéis entre outros.
@alemartinsalves
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