Atualmente, é possível afirmar que a percepção do mercado brasileiro de Food Service sobre o uso de novas tecnologias nas operações é predominantemente positiva e favorável a investimentos. Entre os principais objetivos dessa tomada de decisão por parte dos lojistas, podemos elencar a qualificação do atendimento ao cliente, a melhora de processos operacionais e, consequentemente, o impulsionamento em suas vendas e resultados.
Em publicação feita recentemente, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) indicou que o Food Service foi um dos setores que ganhou mais destaque no mercado interno de alimentos em 2022, embalado pelo retorno dos clientes a bares e restaurantes e pela crescente integração entre canais físicos e digitais de atendimento. Combinados, estes fatores contribuem para estimular inovações não apenas em produtos e serviços, assim como em novos modelos de negócio, de acordo com a instituição.
É verdade que muitos dos recursos disponíveis já são velhos conhecidos da maior parte do público consumidor, como os cardápios digitais, totens de autoatendimento e até mesmo os aplicativos de delivery. Contudo, há uma série de outras tecnologias direcionadas para atividades operacionais internas que estão aptas a potencializar a mão de obra alocada nos estabelecimentos.
Entre elas podemos destacar o uso de ferramentas voltadas à automação do gerenciamento de estoques e compras, e de soluções que viabilizam organogramas funcionais e definem fluxos de trabalho. Esses recursos servem para criar, organizar e padronizar processos de forma mais prática e integrada entre todos os setores de um estabelecimento e seus colaboradores.
Nesse contexto, é importante reforçar o fator humano em todo o processo. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de Food Service é um dos que mais contrataram nos primeiros oito meses de 2023. Mas o dado mais curioso do levantamento está no recorte feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel): mais de 90% dos 243 mil novos postos de trabalho registrados no segmento de alojamento e alimentação estão concentrados em bares e restaurantes.
Portanto, ainda que muitos possam realizar tal associação, não há razões aparentes para identificarmos qualquer sinal de ameaça da tecnologia ao trabalho, à inteligência e às competências humanas no mercado. O que, de fato, se revela necessário é que as empresas incluam em seus planejamentos periódicos um investimento assertivo e robusto na preparação de seus profissionais, para que possam dominar o conhecimento fundamental para manipular e usufruir de todos esses recursos ao longo de suas atividades.
Muitas estratégias podem ser adotadas em conjunto ou separadamente conforme as necessidades e possibilidades de cada empresa. Desde o custeamento de cursos externos de qualificação, passando por treinamentos internos certificados e a criação de um cronograma regular e criterioso de feedbacks, a atenção despendida aos colaboradores se configura como um dos recursos mais valiosos dessa jornada, favorecendo a retenção de talentos e o melhor aproveitamento dos recursos inovadores instalados.
Quando pensamos em exemplos práticos desse investimento em qualificação profissional, podemos destacar cursos técnicos sobre alimentos, que podem ser ministrados virtual ou presencialmente e contribuem para o conhecimento dos profissionais em fundamentos de qualidade e segurança, tecnologia para processamento de alimentos, sistemas de automação e planejamento para gestão da produção, entre outras disciplinas. Para isso, é fundamental que os lojistas orientem suas equipes a optarem por cursos que concedam certificados de conclusão, de forma a consolidar a etapa de aprendizado e preparo para futuros desafios.
Com a atuação sinérgica entre inovação e experiência humana, poderemos vislumbrar um cenário muito mais próspero não apenas na geração de bons resultados para os estabelecimentos, mas também na performance, na satisfação e no empenho de profissionais cada vez mais preparados para lidar com os desafios atuais do Food Service e transmitir esse conhecimento para as próximas gerações
Confira outro artigo do autor AQUI na Rede Food Service: A influência das redes sociais no food service

Sobre o autor
André Gasparini é diretor Comercial, de Marketing e P&D da Agropalma, a maior produtora de óleo de palma sustentável das Américas. O executivo atua há mais de 20 anos na companhia, com passagens por áreas como a gerência responsável pelo segmento de food service e distribuição para os mercados nacional e internacional. É engenheiro de alimentos graduado pela Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB) e especialista em Trade Internacional de Óleos e Gorduras pela FOSFA (Federation of Oils, Fats and Seeds Association) de Londres (ING), com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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Redaçãohttps://redefoodservice.com.br/author/bernard/
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