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Logística terceirizada, motoqueiro próprio ou full service? Qual é o melhor formato de entrega delivery para o seu negócio food service?

Desde o começo da pandemia de Covid-19, investir no delivery tem sido o caminho mais seguido pela maioria dos empresários do ramo de alimentação fora do lar, mas você já descobriu qual é o melhor formato de entrega em domicílio? Não? Então, nós da Rede Food Service te ajudamos a chegar a uma resposta!

MotoDelivery
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Você já sabe que, desde o começo da pandemia de Covid-19, investir no delivery tem sido o caminho mais seguido pela maioria dos empresários do ramo de alimentação fora do lar, não é mesmo? Prova disso é que, um relatório desenvolvido pela DataHub, plataforma de Big Data & Analytics, revela um aumento de 76,6% nas aberturas de empresas responsáveis pela entrega de alimentos em domicílio no Brasil, como bares, restaurantes e lanchonetes.

 

Esse mesmo levantamento levou em consideração o período entre 2019 e 2021, durante o auge da pandemia de Covid-19, e mostra ainda que, em 2019, 59.176 empresas estavam registradas no CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) como estabelecimentos responsáveis pelos serviços que contemplam alimentos embalados para consumo, como marmitex e restaurantes delivery. Já em 2021, esse número subiu para 104.531 empresas. E, no comparativo anual, entre 2019 e 2020, houve aumento de 50,42% do número de empresas abertas, sendo que o Estado de São Paulo foi o que registrou o maior aumento, de 74%, indo de 18.746, em 2019, para 32.631, em 2021.

 

Além, uma pesquisa do Instituto Locomotiva sobre o comportamento de compra ao longo da pandemia de Covid-19 aponta que 49% dos entrevistados afirmaram que pretendem aumentar a compra por aplicativos, 32% vão diminuir as compras em lojas físicas, 25% já pediam refeições por delivery e passaram a pedir mais durante o período de isolamento social decorrente da doença e 10% não tinham o hábito de pedir comida por delivery e passaram a utilizar esse serviço.

 

Nesse cenário de expansão do serviço delivery, principalmente, no ramo da alimentação, você já descobriu qual é o melhor formato de entrega em domicílio para o seu negócio food service?

 

Logística terceirizada, motoqueiro próprio ou full service?

 

Não sabe responder?

 

Então, hoje, nós da Rede Food Service vamos te ajudar a chegar a uma resposta!

 

Logística terceirizada, motoqueiro próprio ou full service?

 

Antes de tomar conhecimento de qual é o melhor formato de entrega delivery para o seu negócio food service, primeiramente, é importante que entenda o que é logística terceirizada, motoqueiro próprio ou full service, certo?

 

Foto: Rede Food Service – Getty Images

 

Bom, em resumo:

 

  • Logística terceirizada: é quando o empresário food service terceiriza a entrega dos seus produtos aos seus clientes. Ou seja, delega a etapa de transporte para profissionais sem ligação direta com o seu negócio.

 

  • Motoqueiro próprio: é quando o empresário food service não terceiriza a entrega dos seus produtos aos seus clientes. Ou seja, a etapa de transporte é feita por um colaborador direto do seu negócio.

 

  • Full service: é quando o empresário food service tanto divulga os seus produtos aos seus clientes por meio de uma plataforma, assim como faz a etapa de entrega a partir dos profissionais cadastrados na mesma.

 

Formatos de entrega delivery na prática

 

E na prática? Como funciona os formatos de entrega delivery?

 

Rafael Franco, de 39 anos, é CEO e fundador da Alphacode, empresa especializada em soluções de tecnologia para food service, e conta que, atualmente, “temos clientes com motoqueiros próprios e clientes que atuam com logística terceirizada com parceiros. Normalmente, cada rede escolhe a solução de acordo com a sua demanda e disponibilidade de investimento para o canal delivery. Por isso, acreditamos também que esse investimento está atrelado à preocupação da marca com a experiência do cliente. Hoje, em redes que tem logística própria, o pedido é integrado diretamente aos PDVs das lojas e tratado pelo time de operação da loja. Em redes que atuam com parceiros de logística, o nosso algoritmo determina a melhor opção de envio e integra o pedido diretamente no parceiro”, explica.

 

Rafael Franco, CEO e fundador da Alphacode – Foto: Divulgação

 

Cléber Brandão, de 34 anos, criador do maior curso sobre como montar e gerir lojas de produtos naturais no Brasil e fundador da Trilha Empório Natural e Ektus Produtos Saudáveis, relata que “trabalhamos com logística terceirização, com operação de vendas própria e por meio de aplicativos, como o iFood. Escolhemos assim, inicialmente, por uma questão de custos e visibilidade. Ao utilizar aplicativos, como iFood, por exemplo, o lojista possui uma visibilidade gratuita, sendo uma vitrine de seus produtos e sem custos iniciais. Assim, os custos da operação ficam apenas quando as vendas são realizadas. Hoje, realizamos dois tipos de operação. A primeira é por meio de serviço de entrega terceirizada de empresa de logística. O cliente realiza o pedido por meio das redes sociais mais comuns e, então, ocorre o processo de entrega do produto. Já no segundo formato da operação é realizada a venda por meio do aplicativo iFood, com entrega terceirizada dentro do app. Os custos operacionais pelo frete e comissão acabam sendo mais altos, mas, para empresas menores, é a melhor opção para se iniciar. O cliente faz o pedido no app, é feito toda a seleção dos itens existentes na loja e, então, encaminhado para o cliente”, partilha.

 

João Marcos Silveira Bibar, de 37 anos, é Head de startup da Pede Pronto, aplicativo em que dá para pedir comida no delivery, para retirar ou até solicitar na mesa do restaurante. Ele divide que “temos como foco a intermediação do pedido e o pagamento entre o estabelecimento e o consumidor. A entrega é por conta do estabelecimento. No início do negócio, em 2019, a Pede Pronto operava apenas em praças de alimentação de shoppings, com o serviço de take away, no qual o consumidor visualiza o cardápio dos estabelecimentos pelo app, faz o seu pedido, paga e é avisado quando o pedido está pronto para fazer a retirada. Mas, com a pandemia de Covid-19 e o consequente lockdown, a Pede Pronto passou a operar também no delivery, em um modelo em que a entrega é realizada pelo próprio estabelecimento com equipe própria ou terceirizada”, esclarece.

 

Rodrigo Martins D’Agostino, Gestor Halipar – Foto: Rodrigo Moraes

 

Rodrigo Martins D’Agostino, de 46 anos, Gestor Halipar, Holding de Alimentação e Participações, acrescenta que “trabalhamos com dois formatos: marketplace, que é a entrega própria, feita pela loja, e full service, logística própria do aplicativo de delivery. Nós decidimos deixar as duas opções à disposição dos franqueados para que cada um escolha qual delas melhor se adapta à sua demanda ou realidade. Na nossa realidade, no marketplace, o franqueado contrata sua própria equipe/empresa local de logística, ficando sob responsabilidade da loja todas as etapas da entrega. No full service, a equipe de motoboys é por conta do aplicativo de delivery, isentando a responsabilidade do franqueado referente às questões de logística”, detalha.

 

Vantagens e desvantagens dos formatos de entrega delivery na prática

 

Sobre as vantagens e desvantagens dos formatos de entrega delivery praticados, os entrevistados apresentam diferentes experiências.

 

Franco, da Alphacode, pontua que “a entrega por meio de parceiros pode, em algumas situações, garantir um custo melhor, porém, pode trazer atrasos de entrega e ser um ofensor a qualidade da experiência do cliente. Já a entrega direta permite uma maior qualidade e experiência para o consumidor final. A escolha do formato de entrega delivery para um negócio food service pode representar o sucesso ou fracasso de uma operação e afetar diretamente a avaliação de um aplicativo”, alerta.

 

Cléber Brandão, fundador da Trilha Empório Natural – Foto: Divulgação

 

Brandão, da Trilha Empório Natural e Ektus Produtos Saudáveis, acredita que “a vantagem da forma como trabalhamos é o baixo custo e alta visibilidade. Quando o cliente chega até nós pela primeira vez e tem o contato com a empresa, ele se encanta. Ao enviar os pedidos, sempre colocamos algo a mais na encomenda para encantar o cliente, sendo um doce, um recado, um brinde. Com o pedido, o cliente recebe um flyer com propaganda da loja e algum tipo de bonificação para que o seu próximo pedido possa ocorrer diretamente pelo WhatsApp da loja, eliminando as altas taxas cobradas pelos grandes apps de food service.  A margem de lucro dos pedidos, em muitos casos, é inexistente, mas a exposição da marca é grande e, em muitos casos, o cliente decide buscar pela empresa por fora do app para visitar a loja física e conhecer o estabelecimento. As desvantagens são as taxas elevadas e que, para o lojista ter uma margem de lucro mais atrativa, precisaria aumentar o preço do produto vendido, reduzindo o poder competitivo com outras lojas. Dessa forma, se o lojista não utilizar esses formatos de modo estratégico e quiser depender apenas dos apps de food service, terá dificuldades quanto à lucratividade do seu negócio. A importância da escolha do formato de entrega delivery para um negócio food service está em desde que utilizada de modo estratégico, a visibilidade do negócio pode ser muito interessante, como citado acima. Além do mais, é preciso pensar em multicanais de atendimento dos clientes, que, no final, acabam contribuindo de um jeito ou outro para o aumento da margem de lucro geral do negócio. Quanto mais clientes o lojista puder alcançar e encantar, mais resultados ele terá de vendas futuras e mais lucrativas, além das possibilidades infinitas de indicações para amigos e familiares”, destaca.

 

Já D’Agostino, da Halipar, assinala que “no marketplace, a vantagem é que o franqueado tem maior domínio sobre a equipe de entregadores e possibilidade de negociação de custos localmente com a empresa de logística. A desvantagem é a gestão direta dos motoqueiros. No full service, a vantagem é quanto à gestão de terceiros e a garantia do serviço e a desvantagem se refere à área de abrangência de entrega estipulada pelo aplicativo. Sendo válido ressaltar que ter uma entrega de excelência traz credibilidade para a marca, incentiva a recompra e a fidelização do cliente”, afirma.

 

Riscos, vantagens e desvantagens dos formatos de entrega delivery juridicamente

 

No âmbito jurídico, os formatos de entrega delivery aqui tratados também apresentam alguns riscos, vantagens e desvantagens que valem a pena você também ter conhecimento. Por isso, a nossa reportagem ainda entrevistou dois advogados sobre essa temática.

 

Rafael Asquini – Foto: Divulgação

 

Em relação aos formatos de entrega delivery que apresentam maior risco jurídico, Rafael Asquini, de 42 anos, formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), com especialização em Direito Social e do Trabalho pela mesma instituição, considera que “sem dúvida, o estabelecimento que contrata motoqueiro próprio é aquele que tem menor risco do ponto de vista jurídico, pois, nesse caso, caso ele cumpra com todas as obrigações decorrentes de um contrato com carteira assinada, sobra pouco espaço para possíveis questionamentos desse colaborador em uma eventual ação na Justiça do Trabalho. Além disso, caso haja algum acidente que exija o afastamento do entregador de seu trabalho, o INSS ficará responsável por pagar o benefício do auxílio acidentário a ele em substituição aos salários do período. Na logística terceirizada, o risco é um pouco maior, pois o restaurante corre o risco de pagar possíveis indenizações e verbas trabalhistas não pagas, se o entregador entrar com uma ação na Justiça do Trabalho. Mesmo assim, como a responsabilidade do restaurante é apenas subsidiária, tal pagamento dependerá do esgotamento de tentativas de cobrança, pela Justiça, da empresa fornecedora de serviços. Nesse caso, recomenda-se avaliar a idoneidade da empresa prestadora de serviços antes da sua contratação, verificando-se, por exemplo, se ela não tem o histórico de elevado número de processos na Justiça do Trabalho, se ela goza de boa saúde financeira, etc. No formato ‘full service’, o risco jurídico é maior. Embora possa haver uma ‘pulverização’ da prestação de serviços do entregador para vários estabelecimentos, é possível que possa ser reconhecida uma vinculação dele com o restaurante, caso essa prestação seja pessoal e não eventual. Nessa situação, o restaurante será obrigado a pagar todas as verbas decorrentes de um contrato com carteira assinada, como férias, 13º salários, possíveis horas extraordinárias, benefícios previstos em normas coletivas e eventuais indenizações por danos ocorridos, além dos recolhimentos previdenciários”, expõe.

 

Regiane Martins – Foto: Divulgação

 

Para Regiane Martins, de 35 anos, advogada de Direito Empresarial e mestre e especialista em Direito, “do ponto de vista do empresário, podemos dizer que o motoqueiro próprio pode trazer mais riscos jurídicos que os demais formatos de entrega, podendo chegar a comprometer a saúde empresarial e, com isso, toda a operação. Isso ocorre a depender da maneira como os motoqueiros serão efetivamente tratados no dia a dia. A natureza dessa relação é que definirá a segurança ou insegurança jurídica da contratação. Existem diferentes formatos de contratação do motoqueiro próprio, podendo variar entre contratar a prestação de serviços de motoqueiro classificado como MEI ou os trabalhos do motoqueiro como funcionário da empresa. No primeiro caso, a relação é cível e formalizada por meio de um contrato de prestação de serviços. No segundo, a relação é trabalhista, formalizada pelo contrato de trabalho e registro na carteira de trabalho, subordinada à CLT e leis trabalhista da categoria, além de convenções coletivas que regulam aspectos extraordinários da relação de trabalho. Na contratação do MEI, questões como subordinação, pessoalidade e horários específicos de jornada de trabalho do motoqueiro não devem entrar na relação. Nesse caso, a contratação se subordinará às regras do Direito Civil, com a característica da autonomia das partes. Porém, o risco jurídico desse formato está no que acontece no dia a dia e na rotina entre o motoqueiro e a empresa. Não raro, apesar da contratação se dar por intermédio de contrato de prestação de serviços com o MEI, na prática, a relação se desenvolve com aspectos de relação empregatícia, com pessoalidade, subordinação e reporte direto ao ‘chefe’, jornada de trabalho estabelecida, não eventualidade, dentre outros aspectos que caracterizam o vínculo empregatício. Isso pode gerar custos de ordem trabalhista ao empresário, que poderá ser instado a proceder aos pagamentos, recolhimentos e contribuições devidas de forma retroativa ao motoqueiro. Além disso, também pode-se destacar o risco pelo próprio desenvolvimento da atividade pelo motoqueiro. Questões que variam desde o risco de acidentes pessoais e sinistros envolvendo terceiros, até indenizações a clientes e consumidores decorrentes de condutas por parte dos motoqueiros. Tudo isso é responsabilidade da empresa empregadora, cabendo a ela responder pelos danos causados pelo motoqueiro, independente de dolo ou culpa”, detalha.

 

Especificamente sobre as vantagens e desvantagens dos formatos de entrega delivery ainda no viés jurídico, Asquini entende que “o formato de contratação de motoqueiro próprio possui a desvantagem de ser mais oneroso e trabalhoso ao restaurante, pois ele é obrigado a contratar e a coordenar diretamente os serviços do entregador, registrando-o em carteira, incluindo-o em folha, responsabilizando-se por possíveis indenizações, etc. Entendemos, porém, que a principal vantagem desse formato é a previsibilidade. Se o estabelecimento cumpre com essas obrigações, reduz-se o risco de eventuais surpresas no futuro com relação à possíveis condenações trabalhistas. Além disso, o restaurante tende a contar com alguém de confiança, fator que pode gerar uma melhor qualidade no serviço de entrega. No formato terceirizado, a empresa fornecedora cuida da contratação, do pagamento e da coordenação dos serviços do entregador, simplificando a vida do restaurante, o que é uma vantagem enorme para o estabelecimento do ponto de vista gerencial, pois não há necessidade de se gerir mais essas pessoas dentro do quadro de colaboradores da empresa. A desvantagem é que a contratação de prestador de serviços terceirizados não mitiga totalmente os riscos de responsabilização trabalhista, conforme já falado. Por fim, o formato ‘full service’ apresenta a vantagem de simplificar ainda mais a contratação dos serviços de entrega. Entretanto, além do risco jurídico maior já citado, há um controle menor do estabelecimento sobre a qualidade da entrega, pois o entregador é mero prestador de serviços inscrito em uma plataforma, o que pode impedir a formação de uma relação maior de confiança e compromisso entre o restaurante e o trabalhador”, esboça.

 

Martins, por sua vez, compreende que “a logística terceirizada pode ser vantajosa para quem não tem condições de cuidar de todo o processo e a cadeia de procedimentos necessários à efetivação do delivery, desde a recepção do pedido, atendimento, obtenção dos dados e informações, até a entrega efetiva do produto. A contratação de uma empresa confiável no mercado pode trazer mais tranquilidade ao empresário em relação à gestão e o gerenciamento das entregas delivery, conquistando mais tempo para se dedicar ao crescimento de sua atividade. Porém, caso a empresa terceirizada não atenda aos requisitos legais, não realize os pagamentos de salários e contribuições dos funcionários corretamente ou tenha condutas que prejudiquem as entregas e relacionamento com os consumidores, pode se tornar uma dor de cabeça. Isso porque cabe ao empresário a diligência de apurar a integridade da empresa de logística, pois, agindo essa contrariamente às normas, a responsabilidade poderá ser redirecionada ao empresário contratante. E contratar motoqueiro próprio pode ser vantajoso para quem precisa ter controle estratégico sobre as entregas de forma imediata e direcionada. O fato de, juridicamente, ser possível treinar e monitorar o motoqueiro, torna possível também monitorar a qualidade das entregas realizadas, possibilitando a otimização dos processos sempre que identificada qualquer necessidade. Com uma equipe de motoqueiros própria, o empresário é o responsável pelo treinamento, capacitação, direcionamento, regras de conduta, padrão de cordialidade, uniformização e quaisquer outros aspectos que entenda essencial para conquistar consumidores. Todavia, isso também pode se tornar uma desvantagem, principalmente, porque o empresário assume juridicamente toda a responsabilidade pelas ações e comportamentos de seus motoqueiros, além de ser responsável pelo risco da atividade inerente ao exercício da profissão. Por sua vez, os benefícios de ordem jurídica ao empresário que opta pelo modelo full service está no fato de que toda a responsabilidade pela contratação dos motoqueiros e suas obrigações trabalhistas ficam a cargo da empresa contratada, que assume a gestão total dos pedidos e entregas por seus meios próprios. Porém, precisamente em razão da ingerência do empresário em relação às entregas e entregadores, a administração da qualidade das entregas fica extremamente frágil, comprometendo a vigilância sobre elas. À vista disso, eventuais ocorrências do motoqueiro não supervisionadas podem gerar prejuízos ao empresário por serem atribuídas, frequentemente, a violações e questões decorrentes da execução, fabricação ou entrega dos produtos, quase sempre inquestionáveis do ponto de vista de comprovação de responsabilidades”, sinaliza.

 

Dicas práticas e jurídicas de como escolher o melhor formato de entrega delivery

 

Por fim, pedimos a todos os entrevistados que partilhassem dicas práticas e jurídicas de como escolher o melhor formato de entrega delivery para quem ainda está começando nesse segmento.

 

Franco, da Alphacode, aconselha que “inicie pelo formato por meio de parceiros, mas também invista em criar a sua própria frota para completar e atender clientes de maneira especial”, resume.

 

Brandão, da Trilha Empório Natural e Ektus Produtos Saudáveis, indica que “inicialmente, esteja em todas as plataformas possíveis. É preciso aumentar a visibilidade para ser conhecido pelos clientes. As plataformas contribuem para o giro da mercadoria, melhorando o poder de compra junto aos fornecedores e isso gera um impacto significativo no lucro do negócio. Muitos lojistas acabam deixando de lado essa possibilidade de realizar o delivery, principalmente, por causa dos altos custos. Porém, precisamos lembrar que é uma das formas de encontrar o cliente e expandir as possibilidades de compras futuras mais lucrativas”, enfatiza.

 

João Bibar, Head da Pede Pronto – Foto: Divulgação

 

Bibar, da Pede Pronto, ressalta que “sabemos que o mercado de food service vem passando por uma intensa transformação e influenciando os modelos de negócio do segmento. Cada vez mais, as pessoas estão adotando novos comportamentos de consumo em relação à alimentação. Com a pandemia de Covid-19, o delivery ganhou novo status e se tornou parte estratégica de boa parte dos estabelecimentos. Assim, cada vez mais, é preciso estabelecer formatos e ações para atrair novos clientes, entender os custos envolvidos e como comunicar isso ao consumidor. São variáveis complexas de mercado e que precisam de um estudo de viabilidade. Hoje, o Pede Pronto tem um projeto piloto de entregas próprias no interior de São Paulo para entender mais o mercado e traçar perspectivas de ampliação”, exemplifica.

 

D’Agostino, da Halipar, aconselha “avaliar os custos de cada modelo, bem como o histórico da prestação de serviços da empresa a ser contratada, além de fazer um bom mapeamento da área de cobertura do delivery”, elenca.

 

Asquini, advogado, orienta que o que o empresário food service deve levar mais em questão em termos jurídicos na hora de escolher o seu formato de entrega delivery “são todos os riscos já elencados, em especial a possibilidade de responsabilização por acidentes, o custo maior de uma contratação direta e o risco de se ter de pagar valores a mais em juízo, caso um colaborador de empresa terceirizada ou vinculado a plataforma entre na Justiça. Tudo isso deve ser avaliado conjuntamente. Não há uma questão específica decisiva. Além do mais, a questão do risco jurídico depende também de fatores particulares a cada modelo de negócio, para cada região ou para cada tipo de estabelecimento. Se há uma demanda fixa e constante, por exemplo, é mais recomendável a contratação direta ou terceirizada. Se a demanda maior for apenas algo sazonal, é preferível a contratação pelo modelo ‘full service’, pois o próprio fato da demanda pelos serviços de entrega ser algo mais esporádico, ocasional, reduz o risco da empresa sofrer condenações na Justiça do Trabalho”, explica.

 

Martins, também advogada, aponta que “no momento de decidir pelo formato de entrega delivery, é importante que o empresário analise qual é a sua necessidade principal e qual é a sua capacidade financeira para a contratação desses serviços. Juridicamente, qualquer formato é plenamente viável, cada qual com suas vantagens e desvantagens próprias e seus riscos inerentes, os quais igualmente dependerão da estrutura, interesses e relações reais a serem mantidas com os contratados. O ponto decisivo para o empresário deve ser a apuração do menor risco para aquele momento de sua operação. Uma boa orientação é o empresário se atentar à dinâmica que a sua estrutura precisa, respondendo a algumas perguntas: Há capacidade logística para atendimento do volume de pedidos atuais? Existe uma gestão ordenada e organizada dos processos, desde a captação até a entrega? Há interesse na orientação e capacitação pessoais aos motoqueiros? Há a intenção de fidelizar o motoqueiro como exclusivo? Há a pretensão de realizar o alinhamento pessoal do perfil do motoqueiro com os valores da empresa? Tem disponibilidade de recursos financeiros para contratar uma empresa especializada? De acordo com as respostas a esses questionamentos, já se torna possível definir o formato inicial que, potencialmente, gere menor risco jurídico ao empresário, permitindo-lhe conquistar resultados de excelência com segurança pela escolha da melhor opção”, finaliza.

 

E aí? Já consegue responder qual é o melhor formato de entrega delivery para o seu negócio food service? Esperamos que sim! Pois, aqui na Rede Food Service, te informar cada dia mais e melhor é o que nos move! Por isso, continue nos acompanhando!

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