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Morena Leite divide que vida de chef carrega a missão de alimentar com o coração

Atual sócia do Grupo Capim Santo e fundadora do Instituto Capim Santo considera que o glamour da sua profissão está na oportunidade de fazer o que se ama e estar com as pessoas que admira

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Qual é a sua missão profissional? Para Morena Leite, de 41 anos, a premiada chef Morena Leite, é alimentar com o coração. “Assim como o médico tem a missão de curar, o cozinheiro, sendo que todo chef é um cozinheiro, tem a missão de alimentar. É sobre isso para mim! Vem do coração!”, divide a própria em entrevista exclusiva à Rede Food Service.

 

Atualmente, Leite é sócia do Grupo Capim Santo (restaurante, buffet e eventos) e fundadora do Instituto Capim Santo, que foi criado para atuar na capacitação de pessoas em situação de risco e vulnerabilidade social utilizando a gastronomia como ferramenta para conectar pessoas e gerar mobilidade social. “O Instituto Capim Santo nasceu de uma necessidade de ter mão de obra capacitada em gastronomia em Trancoso, na Bahia. Quando cheguei na cidade para realizar um evento, tínhamos pessoas de outras regiões do Brasil e nenhuma da minha cidade natal. Então, decidi que tínhamos que fazer algo. Selecionamos as pessoas, entramos em contato com empresas para termos apoio no projeto e chamamos os conectores (professores) para formação da primeira turma. Neste mês de fevereiro de 2022, completamos 12 anos de história e fico muito feliz em anunciar que, em março, iremos retomar os nossos cursos de Gastronomia Social nas nossas unidades de São Paulo, São Sebastião, Rio de Janeiro, Trancoso e Itacaré para pessoas em vulnerabilidade. Como gosto de dizer, a gastronomia é uma ferramenta para conectar pessoas e gerar mobilidade social”, acrescenta a chef.

 

Quem é Morena Leite?

 

Leite é uma premiada chef de cozinha. Em 2026, ela recebeu o prêmio de Melhor Livro de Cozinha do Mundo no quesito Inovação na Suécia; em 2011, o de Melhor Chef de Comida Brasileira pela Revista Go Where; em 2014, o de Melhor Restaurante de Cozinha de Buffet pela Revista Comer & Beber da Veja São Paulo; e, em 2017, os de Melhor Restaurante Brasileiro pela Revista Comer & Beber da Veja Rio de Janeiro e Melhor Projeto Social em Gastronomia para a Chef Morena Leite e o Instituto Capim Santo pela Revista Prazeres da Mesa. Além disso, em 2018, a chef conquistou o 2 º lugar na categoria Restaurante Brasileiro pela Comer & Beber Rio de Janeiro, em 2019, o prêmio de Melhor Restaurante de Cozinha Brasileira pela Revista Go Where e, em 2020, o de El Espíritu de América Latina do Latin America´s 50 Best Restaurants.

 

Foto: Divulgação

 

Para Leite, o seu lado pessoal e profissional “são a mesma pessoa. Meus colegas de trabalho viram amigos, meus amigos são a minha família. Meu trabalho é um prazer e a minha família está comigo no meu trabalho. Está tudo integrado. Digo que, como chef, antes de treinar as mãos, precisamos nutrir o coração. Você pode ter o melhor tomate, a melhor carne do mundo, mas, se ela não for manipulada por pessoas felizes, em uma cozinha harmônica e alegre, ela perde a sua força. Minha culinária é cozinha saudável com técnica francesa e ingredientes brasileiros. O meu Instagram é Chef Morena Leite e, lá, compartilho toda a minha vida. E, inclusive, alguns especialistas até me criticam por isso”, conta.

 

A chef é casada e tem duas filhas “a Manu e a Julia. Não é uma tarefa muito fácil, mas tenho tudo organizado na minha agenda para ter os meus momentos com a minha família, que é meu alicerce da minha vida”, afirma.

 

Formação e experiências profissionais

 

Formada em Gastronomia e Pâtisserie pela Le Cordon Bleu em Paris, na França, Leite revela que o seu contato com o mundo do food service começou ainda quando era criança. “Eu passei a minha infância e adolescência entre panelas e aromas que saiam da cozinha da casa da minha mãe em Trancoso, na Bahia. Por meio da gastronomia, percebi que poderia conhecer pessoas e compartilhar conhecimento. Então, aos 18 anos, eu decidi morar em Cambridge, na Inglaterra, para estudar Antropologia. Mas, lá, morei com uma cambojiana budista e com uma russa judia e vi a relação que elas tinham com a comida, o cheiro de cada prato. Assim, eu decidi fazer Gastronomia na famosa escola da França. Por ser canceriana, sou muito emotiva e muito família. Eu gosto de brincar com os sentidos, explorar sabores e elaborar pratos tradicionais de modo distintos. Em 1999, inaugurei a primeira filial em São Paulo, na Vila Madalena, e, hoje, estamos dentro do Museu Casa Brasileira, no coração do Jardim Europa da capital paulista”, relata.

 

Foto: Divulgação

 

Sobre as suas experiências profissionais antes de se tornar uma empreendedora, a chef explica que “depois de formada na Le Cordon Bleu em Paris, na França, eu fui ao mundo atrás de pesquisa para uma atualização na cozinha, pensando de forma global para agir de forma local. Em Paris, assinei o Menu Brasileiro no Restaurante do Musée D´Hommee, fiz eventos nas embaixadas de Lisboa, em Portugal, Madrid, na Espanha, Roma, na Itália, e Paris, na França. Ainda na Le Cordon Bleu, eu administrei aulas de Culinária Brasileira nas unidades de Paris, Londres, Tóquio, Bangkok, Shangai e Sidney. Fui para Ásia e pesquisei a fundo a culinária oriental e seus ingredientes exóticos e, depois, fui para Europa, onde fiz pós-graduação em Nutrição em Londres”, resume.

 

Atual rotina

 

Hoje em dia, Leite considera que a sua rotina “é mais tomada pelas demandas das empresas. Como chef, eu ainda atuo mais como a criativa, criando as receitas e decidindo, junto com o time, o que vai para os cardápios. Os chefs dos restaurantes e do buffet é que lideram a execução no dia a dia. Em resumo, o food service é o meu mundo com os restaurantes, o buffet que faz eventos corporativos e sociais, os festivais de gastronomia que participo como curadora, a Pousada em Trancoso e, finalmente, o Instituto Capim Santo, que foi fundado para formar novos entrantes para esse mercado”, descreve.

 

Foto: Divulgação

 

Para a chef, o dia a dia da profissão que tanto ama “é de muito trabalho, sem horário para começar ou terminar. A gente trabalha para os outros se divertirem, além de se alimentarem. Assim, hoje, glamour para mim é ter a oportunidade de fazer o que se ama e estar com pessoas que admiramos. E, por isso, eu agradeço todos os dias”, diz.

 

Visão de mercado

 

Para Leite, o atual mercado food service exige um maior preparo dos profissionais da área, já que “o consumidor está ficando, cada vez mais, exigente e desenvolvendo paladar mais sofisticado e específico. Assim como em outros mercados, o profissional precisa de cada vez mais preparo. O lado bom é que a informação está mais disponível e mais democrática”, sinaliza.

 

Foto: Divulgação

 

A chef complementa que a alimentação hoje em dia já ganhou outro conceito, pois “não existe mais aquela necessidade de comer carne todos os dias. Você pode ter no seu cardápio semanal um dia sem carne e obter todos os nutrientes necessários para a sua rotina diária. Além disso, a alimentação está diretamente relacionada com a nossa cultura e os rituais de família e amigos”, aponta.

 

Vida de chef com a pandemia de Covid-19

 

Assim como a maioria dos chefs de cozinha, Leite também teve a sua vida profissional bastante afetada pela atual pandemia de Covid-19. No entanto, ela garante que tem sido um período importante para exercer ainda mais a função social da sua profissão. “A pandemia de Covid-19 não tem sido fácil, mas estamos conseguindo superar as dificuldades. O que me alegra em meio disso tudo que estamos vivendo desde 2020 foi ver um lado solidária das pessoas e como todos contribuíram com o Instituto Capim Santo. Com os restaurantes e eventos fechados, mas com estoques altos de comida nas cozinhas, começamos a fazer o Movimento Pare com a Fome, por meio do qual produzimos quentinhas em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia e nossas ONGs parceiras fazem a distribuição para a população em vulnerabilidade. Não iremos parar! Nesses quase dois anos, foram quase 200 mil refeições distribuídas com muita história e união de funcionários e voluntários. Essa corrente do bem tem sido uma avalanche de emoções e, para mim, ver essa união não tem preço”, ressalta.

 

Dica de chef

 

Por fim, generosamente, Leite deixa uma dica para quem sonha em se tornar uma premiada chef de cozinha como ela. “Cozinhe com amor e com intuição. A comida não é apenas o que fazemos, mas o porquê a fazemos e como fazemos”, finaliza.

 

E aí? Que história a da chef de Morena Leite, não é mesmo? Esperamos que ela te sirva de inspiração para também buscar uma vida de chef de verdade. Afinal, essa é uma das missões da Rede Food Service. Então, continue nos acompanhando!

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Uma resposta

  1. Quanta competência, humildade e simplicidade. Já a vi em programa de culinária na TV e não imaginava tamanha grandiosidade, parabéns e Deus continue abençoando sua trajetória!

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