Você sabia que o Brasil comporta mais de 10 mil empresas ligadas ao setor de sorvetes e gelatos, com faturamento acima de R$ 13 bilhões por ano? Pois é! Além disso, entre esses negócios, 92% são micro e pequenas empresas, que geram 100 mil empregos diretos e 200 mil indiretos.
Esses dados foram divulgados durante o ano passado pela Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS) e corroboram com o fato de que, nos últimos anos, o segmento nacional de sorvete artesanal cresceu consideravelmente e contribuiu significativamente para melhorar o entendimento do consumidor com relação a o que é o chamado sorvete de qualidade. Assim, novas sorveterias, conceitos e produtos diferenciados surgem a todo momento e esse nicho vem se desenvolvendo juntamente com a sua profissionalização, mesmo em meio aos percalços decorrentes da atual pandemia de Covid-19.
Diante desse favorável cenário, surgem as seguintes indagações:
Como ficará o mercado de sorvetes neste ano de 2022?
Quais são as tendências e dicas de atuação?
Não faz ideia? Não tem problema, pois a Rede Food Service te adianta, com o objetivo de compartilhar quais são as perspectivas e conselhos de experientes especialistas nesse segmento para uma atuação com a popular iguaria alinhada para além do Verão 2021/2022. Afinal, se tem uma lição mão na massa aprendida em 2021 sobre o mercado nacional de sorvetes é que o produto é um alimento que pode e deve ser comercializado durante todo o ano, inclusive, no Inverno. “Sorvete pode o ano todo, é prazeroso, traz felicidade, bem-estar, pode proporcionar sorrisos verdadeiros, é um alimento que conecta, inspira, ajuda a superar momentos difíceis e precisa fazer parte do dia a dia de todo mundo”, afirma Eduardo Weisberg, de 64 anos, Presidente da Abis.
Como deve ser a performance do setor nacional de sorvetes neste ano de 2022?
Conforme Weisberg, da Abis, “a nossa expectativa é de crescimento, tanto no segmento de produtos, ou seja, no aumento da produção, como também na obtenção de um incremento das vendas junto ao consumidor final. Mas, tudo irá depender do momento econômico e político que iremos vivenciar mês a mês”, explica.
Já segundo Émmerson Serandin, de 40 anos, fundador e Presidente da Rede Ice Creamy, a maior rede de sorvete na pedra do Brasil, “a gente já vê números bem expressivos de crescimento, sendo na casa dos 50%, e as expectativas são que voltemos, o quanto antes, ao patamar antes do começo da pandemia de Covid-19. O ano de 2021 foi de recuperação. Com isso, acreditamos que 2022 será um ano de retomada durante o qual eu creio que o mercado de food service vai crescer bastante, seja em volume de clientes, como em ticket médio. Na Rede Ice Creamy, por exemplo, chegamos ao final de 2021 com 80 lojas. Mas, já temos a meta para 2022 de 100 lojas”, revela.
Tendências do setor nacional de sorvetes neste 2022
Aliada a um esperado futuro tão promissor para o setor nacional de sorvetes neste 2022, é importante que o profissional que atue ou pretende trabalhar nesta área fique bastante atento (a) às atuais tendências desse nicho.
Weisberg, da Abis, partilha que as tendências do mercado nacional de sorvetes para este ano estão atreladas com a produção e oferta de “produtos com baixos teores de gordura, açúcar, com apelo à saudabilidade. Mas, quero lembrar que o sorvete é um produto saudável, rico em cálcio, vitaminas, proteínas e que pode fazer parte do consumo no dia a dia do brasileiro como um item importante em sua alimentação. Um dos nossos motes na Abis, por exemplo, é que o sorvete também é alimento e é nutritivo”, garante.
Serandin, da Rede Ice Creamy, assinala que as tendências são “voltadas para uma experiência premium, na qual tem caído a quantidade de consumo e aumentado o valor médio de consumo. Isso explica o advento das gelaterias e das sorveterias premium, segmento no qual a gente se insere. Dentro disso, nós estamos apostando nos sabores de frutas, com o lançamento do Ice Fruit, com a base de iogurte”, ressalta.
No que investir no mercado nacional de sorvetes para ter sucesso em 2022?
Perspectivas devidamente compartilhadas, que tal conferir dicas sobre no que é mais indicado investir no mercado nacional de sorvetes para ter sucesso neste novo ano?
Weisberg, da Abis, diz que “o meu conselho é investir em conhecer melhor seu cliente, saber seus desejos e anseios. O mundo mudou e, consequentemente, o nosso cliente também mudou, alterando os seus hábitos e costumes. Infelizmente, o Verão 2021/2022 já está aí! Consequentemente, agora, recomendo ao novo empresário ou investidor pensar no negócio a médio prazo. Ele deve analisar o mercado que deseja atingir, estudá-lo, conhecer o seu cliente, conversar, se profissionalizar e, por último, se manter informado”, indica.
Serandin, da Rede Ice Creamy, acrescenta que, atualmente, “o nosso DNA é um DNA de inovação. Assim, estamos sempre trazendo novidades e lançamentos e é exatamente essa a nossa recomendação. No final do ano passado, por exemplo, lançamos três sabores exclusivos, que são o Chocotone, Banoffe (que é a torta de banana) e o Surpresa de Morango. Para este início do Verão 2021/2022, vamos lançar ainda o Ice Fruit, que são sorvetes à base de iogurte para trazer refrescância. Vamos ter sabores como Pink Lemonade, Maracujá, Amarena e Frutas Vermelhas. O lançamento do Ice Fruit está previsto para o dia 12 de fevereiro. Agora, para quem ainda está começando no ramo, a dica é essa pessoa sonhar grande e começar pequeno, ainda com a loja ou fazendo experimentos e vendendo em um delivery de entrega no formato de dark kitchen. Deve observar ainda a aceitação do público para esses sabores e investir em inovação, lançar sabores, lançar tendências, coisas que, até então, ninguém pensou. Eu avalio que o mercado de sorvetes no Brasil sempre foi forte e está crescendo cada vez mais, sobretudo, esse mercado premium. Dessa forma, entendo que vai valer a pena sim trabalhar nessa área este ano e, cada vez mais, você vai ter entrantes nesse mercado, uma vez que também a barreira de entrada dos negócios diminuiu muito. Antigamente para concorrer com uma rede grande, tinha que montar uma loja e, hoje, não! Atualmente, na cozinha da minha casa, eu posso me cadastrar em um delivery de entrega, começar a fazer testes, fazer balões de ensaio e experiências, fazer alguns produtos ali e começar a testar se as pessoas gostam disso e/ou se tem aderência e aceitação no mercado. Então, eu acredito sim que vale a pena atuar nesse ramo”, assegura.
Reflexos ainda presentes no mercado nacional de sorvetes devido à pandemia de Covid-19
Por fim, Weisberg, da Abis, e Serandin, da Rede Ice Creamy, destacam que para alcançar bons resultados no mercado nacional de sorvetes neste 2022 também é necessário que os atuantes nesse segmento fiquem atentos (as) aos reflexos ainda presentes no setor devido à pandemia de Covid-19. “Podemos dizer que, devido à pandemia de Covid-19 e todos os seus percalços, o mercado nacional de sorvetes tornou-se ainda mais importante ou não conforme a atuação de mercado das empresas. Por exemplo, as que comercializam seus produtos no varejo, no mercado que engloba o setor da panificação e grande varejo, a queda foi quase imperceptível. Mas, por outro lado, quem atua na área de food service teve uma queda abrupta no seu faturamento, o que trouxe um certo desequilíbrio nas finanças desse empresário”, sinaliza Weisberg, da Abis.
Serandin, da Rede Ice Creamy, por sua vez, reflete que “quem vive de exportação ou quem tem exportação no seu gap de negócios tem um outro canal de vendas. A Ice Creamy tem, hoje, um canal de revendas e distribuidora, um canal do franqueado e a exportação está nos planos futuros. Mas, para quem só tem o mercado nacional como atuação, mais do que nunca, tem que fortalecer esses laços. Então, mais importante do que pensar em exportação, nós pensamos muito nisso, é sim fortalecer a nossa presença nesse cenário nacional”, conclui.
E aí? Curtiu já ficar por dentro das tendências do setor nacional de sorvetes logo neste início de 2022? Esperamos que sim e, por isso, te indicamos que continue nos acompanhando, pois iremos permanecer te dando insights tão importantes como esses, incluindo o mercado de confeitaria e o de panificação, inclusive, já trabalhado. CLIQUE AQUI e saiba mais!
