Você sabia que, até 2026, 54% dos empregos formais do Brasil poderão ser ocupados por processos automatizados e programas de computador? E que essa porcentagem representa cerca de 30 milhões de vagas? Pois é! Essas são algumas das descobertas de um estudo realizado pelo Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB), que mostrou que tais máquinas movidas por tecnologia de inteligência artificial devem, ano a ano, ganhar ainda mais espaço. Além disso, desde o advento da atual pandemia de Covid-19 iniciada no começo do ano passado, muitas empresas precisassem aderir ao sistema de trabalho home office e soluções de robotização com o objetivo de minimizar, ao máximo, o contato entre humanos e, assim, evitar a rápida disseminação da doença.
No mercado food service, não foi e não vem sendo diferente. Afinal, é um setor de gente, em que o contato físico é bastante comum e, muitas vezes, faz toda a diferença para o sucesso de muitos estabelecimentos e serviços com foco em alimentação fora do lar. No entanto, o que esse processo de desenvolvimento tecnológico interfere no quesito gestão de pessoas? Como a presença da robotização no nicho de alimentação fora do lar pode ser vista? Uma atual e estratégica aliada ou apenas uma forma de diminuir a mão-de-obra e custos?
Para Ricardo Rossatto, Diretor de Vendas Nacional da RATIONAL Brasil, empresa alemã fabricante de fornos combinados para cozinhas profissionais, a tecnologia e a automação de processos no mercado food service veio para somar e ficar. “Eu estou neste mercado há mais de 20 anos e nunca vi uma operação com pessoas demais. Sempre há falta de mão-de-obra qualificada disponível ou para preencher as vagas. A tecnologia permite equipes mais enxutas em alguns departamentos, o que possibilita preencher as vagas onde sempre houve escassez”, argumenta.
Para Sergio Girão, Fundador-Presidente da Polibras Software, empresa pioneira em sistemas de mobilidade e automação de força de vendas para distribuidores, atacadistas e indústrias, o mercado de food service é composto por muitos estabelecimentos independentes, que demandam grande frequência por parte da equipe de vendas de distribuidores e indústrias de alimentos e bebidas. “É necessário que o vendedor tenha um roteiro de visitas muito bem definido, esteja bem treinado e possa ser acompanhado e ajudado pela equipe de supervisão ou coordenação de vendas o tempo todo. Desta forma o processo de automação, tanto da roteirização dos vendedores, como do acompanhamento de suas atividades, traz outra performance e qualidade para o trabalho desempenhado”, pontua.
Robotização no mercado food service
Atualmente, a RATIONAL Brasil possui duas soluções tecnológicas específicas para o mercado food service. “Oferecemos duas soluções para o mercado de food service, sendo que uma complementa a outra. São elas o iCombi Pro e o iVario Pro. Com essas tecnologias em uma operação, é possível produzir até 90% de qualquer cardápio”, enfatiza Rossatto.
O iCombi Pro é um forno combinado considerado o mais inteligente que existe no mercado, já que, em menos de 1 m², é capaz de preparar uma enorme variedade de pratos diferentes para vinte ou mais pessoas. “Com a inteligência de cocção do iCombi Pro você alcança seu objetivo sem precisar se comprometer. Um exemplo: às vezes, você precisa de 5, outras de 100 bifes prontos ao mesmo tempo, tudo sempre com a mesma qualidade. Para obter isso, o iCombi Pro compara continuamente a condição do alimento com o objetivo predeterminado, calcula o progresso da cocção e adapta a temperatura de forma inteligente. Os clientes chegaram mais cedo e os legumes grelhados ainda não estão prontos? Então, mude de carga única para carga mista. O iCombi Pro regula os parâmetros de cocção de forma que diferentes tipos de alimentos possam ser preparados ao mesmo tempo. Ou você mudou de ideia sobre o resultado desejado? Nesse caso, interfira no processo de cocção e altere o objetivo. O iCombi Pro ajusta a temperatura e o tempo da forma ideal. Você vai se impressionar com o resultado. Sempre com possibilidade de reprodução, independentemente de quem está operando o sistema de cocção”, diz o material de divulgação do equipamento.
Já o iVario Pro é um forno criado pela marca com o intuito de “substituir completamente todos os equipamentos de cocção convencionais. Porque ele é potente: sua tecnologia de aquecimento exclusiva combina potência com precisão. Porque ele possui assistentes de cocção inteligentes que pensam, aprendem e apoiam você. Até quatro vezes mais rápido, com consumo de energia até 40% menor e requer significativamente menos espaço em comparação aos equipamentos de cocção convencionais. Ou, simplificando: porque ele pode. Para alimentos de excelente qualidade sem despesas com o monitoramento e o controle”, detalha o anúncio publicitário dessa solução.
Na Polibras Software, uma das soluções de automação voltada ao nicho de alimentação fora do lar é chamada de PoliEquipes. “O PoliEquipes conta com uma estrutura de fluxo de ações que precisam ser executadas no ponto de venda para garantir melhor produtividade e rentabilidade. Então, o trabalho em cima do cliente de food service é fazer o vendedor executar as ações necessárias. Uma vez que eu usei a roteirização para esse acompanhamento, o pedido é consequência daquele trabalho que foi feito e, na maioria das vezes, o pedido chega por meio de um arquivo PDF que é enviado para o vendedor pelo WhatsApp ou pelo e-mail. E, aí, entra a segunda ferramenta da Polibras Software, que é o PoliPedidos PDF, um sistema que recebe um PDF e transforma em pedido, evitando erros e ganhando performance no atendimento e na entrega. O vendedor passa a ter o tempo dele destinado a fazer, o que, de fato, é importante fazer: a execução com excelência no ponto de vendas. Sem a execução no ponto de venda, não existe trabalho de sucesso, pois ele é altamente dependente dessa situação. Dessa forma, assim que colocamos essas ferramentas para rodar, o gestor de equipes passa a ter uma visão completa do que está acontecendo com sua equipe em campo (o que os vendedores estão fazendo). Ele consegue, inclusive, corrigir algumas ações, mexer nas agendas para atender outra necessidade que aconteça no decorrer do dia e/ou solicitar evidências, como fotos, localização, entre outros. Assim, ele garante o aumento da performance da equipe como um todo”, apresenta Girão.
Benefícios da adoção da robotização no food service
Em relação aos benefícios da adoção da robotização no food service, Rossatto afirma que há vários. “As cozinhas, no geral, se parecem muito umas com as outras, mesmo fora do Brasil. Eu entendo que cada setor de uma operação tem sua necessidade específica. Logo, o que é um benefício para um setor, pode não ser exatamente um benefício para outro. Dizendo isso, os principais benefícios da robotização que eu consigo ver para um bem comum, entre outros, são a padronização, agilidade, maior rentabilidade devido às inúmeras reduções de custo, sustentabilidade, higiene e segurança no trabalho. Eu não consigo pensar em qualquer malefício na implantação de tecnologia. Nas soluções da RATIONAL Brasil, a tecnologia vem com uma simplicidade de manuseio inigualável. O operador escolhe o que quer fazer, qual resultado deseja obter e a tecnologia se adapta para entregar exatamente o que foi desejado, independentemente de ser uma carga pequena ou uma carga completa. Dessa maneira, até uma equipe mais júnior poderá executar tarefas complexas que demandaria o conhecimento de uma equipe mais experiente, de maneira majestosa”, garante.
Girão, por sua vez, avalia que “a grande questão da tecnologia é trazer rentabilidade para a empresa. A gente sabe que food service é um segmento muito difícil. Muitos dos produtos são commodities e nós temos uma dificuldade muito grande em ter um diferencial. Por isso, a ideia é fazer essa diferença por meio do serviço, que pode ser melhorado por meio da tecnologia”, esclarece.
Robotização no food service x gestão de pessoas
Quando questionados sobre como o processo de robotização no nicho de alimentação fora do lar pode impactar o quesito de gestão de pessoas, os entrevistados também se mostram bastante otimistas.
De acordo com Rossatto, “com as ferramentas disponíveis em nossas tecnologias, como, por exemplo, o iProductionManager, é possível fazer todo o plano de produção de uma determinada operação, antecipando a organização de um turno, um dia, uma semana ou até mais tempo à frente com todo o mapa de produção. Essa ferramenta, em conjunto com o ConnectedCooking, por exemplo, permite que o gestor/operador possa executar suas tarefas de maneira automatizada, diminuindo erros, com ganhos operacionais incríveis. Tendo isso em andamento, a operação ganha muito em tempo laboral, energia e redução do uso de matéria-prima, além de facilitar a vida do operador, pois o mesmo não mais perderá tempo com temas complexos, como planejamento, e poderá, assim, ter mais tempo para cuidar do que é essencial. Tendo isso implantado, os profissionais se sentem mais confiantes, eliminam tarefas repetitivas e se sentem valorizados. O medo existe, porém, nossas tecnologias são feitas para pessoas. Logo, existe toda uma lógica pensada nesse profissional para uma facilidade de uso. Muito similar aos smartphones, a facilidade de uso é vista desde uma criança até uma pessoa com idade mais sênior. Inclusive, esse é o lema da filosofia da empresa: ‘Nós ofereceremos as pessoas que trabalham em cozinhas profissionais a melhor solução em transferência térmica para os alimentos”, ressalta.
Já Girão explica que “toda vez que um supervisor sai para a rota com um vendedor da sua equipe, aquele vendedor tem uma performance diferenciada, porque o supervisor é capaz de lembrar daquilo que ele não lembrou de fazer. Uma vez que ele tem ajuda de uma ferramenta tecnológica, ele é capaz de fazer isso para toda a equipe. Então, ele consegue estar do lado de cada um dos vendedores todos os dias da semana e isso faz uma diferença crucial para gestão da sua equipe em campo e para qualidade do serviço prestado. Nós temos observado que, em um dia em que o supervisor acompanha o seu vendedor, existe um incremento no rendimento do vendedor de cerca de 40%. Imagina multiplicar o rendimento de toda sua equipe em 40%? Isso faz uma diferença muito grande! E esse processo só é possível de realizar se tivermos robôs para criar processos automáticos e automações para algumas ações que são mais simples, porém, importantes de realizar no ponto de venda: lembretes, registros, check-ins, check-outs e informações adicionais que o vendedor não pode esquecer. A gente precisa garantir a execução de qualidade no ponto de venda. No momento que o vendedor está em campo, suas principais atividades precisam ser feitas da melhor forma possível. Do ponto de vista da gestão em si, nós podemos usar ferramentas de checagem para verificar qual foi o grau de execução, como foi essa execução, se foi dentro do tempo hábil, se existe perda de tempo operacional dentro das lojas, o tempo de deslocamento, entre outros. Tudo isso são controles que a gente pode colocar dentro das ferramentas da Polibras Software para ajudar a equipe de gestão a sinalizar aquelas correções que precisam ser feitas no decorrer do dia”, detalha.
E aí? Como anda o processo de robotização do seu negócio food service? Se ainda não começou essa nova demanda de mercado junto à sua equipe, nós da Rede Food Service te convidamos a continuar nos acompanhando para saber das novidades desse setor.