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Não Podemos Esquecer o Ingrediente Principal Da Receita: O Carinho Nas Experiências Gastronômicas

por Cláudio Pastor, articulista da Rede Food Service

Foto: Getty Images

 

Segundo Fredrich Nietzsche, “não há fatos eternos, assim como não há verdades absolutas”. Num período tão desafiador como este, onde encontramos poucas verdades e certezas, minha concordância sobre o que disse o filósofo prussiano é total.

 

Quando falamos de food service então, a incerteza é o prato principal do menu.

 

Enquanto alguns segmentos do setor têm sua futura existência questionada, outros colhem resultados surpreendentemente bons.

 

Falar sobre as causas deste momento tão complicado é algo repetitivo e nada inovador.

 

Falar sobre as tendências deste cenário, também seria algo fácil de se encontrar no Google, nas mídias especializadas mas, igualmente incerto.

 

Nunca vi tantas informações, ideias, soluções, teorias (algumas da conspiração), sugestões e previsões nem tão heterogêneas e pouco surpreendentes.

 

Novos conceitos e formas de trabalho são debatidas, mas a certeza de seus resultados se parece muito com a discussão sobre a eficácia ou possíveis efeitos colaterais da vacina para o COVID19.

 

Tanto se fala em dark kitchens, delivery, take aways e aplicativos que a frieza do isolamento contido nestes conceitos, nos mastiga e traz um sentimento enorme de nostalgia. Uma nostal gia que toca, não apenas o convívio social, mas a qualidade do serviço, da comida e da experiência gastronômica. Gigantes do food service como a Campbell Soup’s vêm colhendo bons resultados devido à busca dos consumidores por sabores que remetem experiências familiares e lembranças de tempos melhores.

 

Estudos mostram que esta busca, fará com que as comfort foods sejam a principal tendência para o futuro a curto prazo.

 

O conceito de comfort food é claro, porém, cada pessoa tem uma história e as experiências “comfort” são inúmeras. Como consumidor, vejo aqui algo que pode trazer luz aos estabelecimentos gastronômicos, mesmo num cenário sombrio.

 

Em sua maioria, as empresas do setor possuem clientes que colecionaram momentos incríveis antes da pandemia. Seus clientes ainda anseiam pelos sabores de seus produtos e necessitam de maneiras criativas para consumi-los.

 

Nem sempre o delivery é a melhor opção para levar estas lembranças às mesas. Quem for mais criativo na forma de fazer o produto chegar até seu consumidor, conservando a experiência, poderá ter mais chances de sucesso.

 

Novamente, não vejo receitas prontas para que isso ocorra, mas vejo ingredientes que farão diferença. Entre estes ingredientes, para mim o mais importante, o carinho na qualidade da experiência. Qualidade em si, é mandatório, mas é espetacular quando recebemos em nossa casa um prato que consegue traduzir a expectativa de vivenciar novamente, momentos de entretenimento gastronômico antes disfrutados.

 

Tenho visto formas fáceis e “suculentas” de despertar minha fome nas mídias sociais mas, tenho visto poucas opções e quase todas sem graça de trazerem a vontade de reviver minhas experiências, de maneira mais ativa. Fácil? Nunca foi e muito menos agora, mas é possível. De acordo com uma pesquisa realizada pela The Harris Poll nos Estados Unidos, e encomendada pela General Mills Foodservice, os consumidores têm alterado seu perfil de consumo, focando mais doces, principalmente para ter uma sensação de conforto (42%) ou induzir a felicidade (41%). Mais de um quarto (27%) disse que é porque eles estão dando a si mesmos permissão para se entregar agora. A pesquisa apontou também que a força das marcas pode dar lugar ao preço do produto, mas nunca à qualidade da experiência. O retorno ao convívio familiar, mesmo que forçadamente, o estresse causado pela crise e pela constante ameaça à nossa saúde, nos traz a sensação de ter direito ao conforto. E convenhamos, isso pode ser um prato cheio de oportunidades para o food service.

 

Sobre o Autor:

Cláudio Pastor é Diretor Geral da RATIONAL Brasil, empresa alemã líder mundial em tecnologia de cocção. Em 2009, Cláudio fundou a subsidiária brasileira no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Seus amplos conhecimentos sobre o mercado de foodservice se devem a experiência em diferentes áreas da empresa. Antes de assumir seu cargo atual, Cláudio trabalhou como Diretor de Marketing LATAM e Vice Presidente de Grandes Contas LATAM, assumindo a diretoria geral da RATIONAL Brasil em 2018.

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