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Treine, Forrest! Treine!

por Rodrigo Malfitani, articulista da Rede Food Service

Foto: Getty Images

 

Em meu primeiros artigos escrito no Linkedin (“Competências Essenciais”), já há um ano, em fevereiro de 2020, ainda antes do mundo virar do avesso com a pandemia, falei sobre 3 competências essenciais para os que desejavam seguir carreira no Food Service, Gastronomia ou Alimentos & Bebidas.

 

A primeira delas, a Hospitalidade. Que é sobre amor incondicional. Gostar de ver o outro feliz e ser feliz com isso. O ato de gostar de receber e sorrir com a alma. Vem de dentro! A segunda delas, Atitude. Fundamental para sobreviver a esse mundo de VUCA, ou BANI (mais um nome “lindo e imponente” que surgiu para esse nosso velho mundo simplesmente, maluco!). Agir estritamente de acordo com aquilo que se diz, ser pró ativo buscar aprender. Walk The Talk! E, por fim, o compromisso ou quase uma devoção com a Excelência. Serviço e comida precisam ser bem feitos e feitos com carinho e cuidado. Não importa quão simples eles sejam. Gentileza e cordialidade custam muito pouco e enobrecem!

 

Ainda não vi profissionais de sucesso no segmento, que não tivessem essas 3 qualidades ou competências comportamentais, “tudo junto e misturado”.

 

Mas como exigir cada vez mais das pessoas num mundo tão desigual? Como exigir cada vez mais qualificação, performance e desempenho, num segmento em que a grande massa de trabalhadores tem pouco ou nenhum acesso à formação educacional de qualidade? Quando a grande maioria é privada do desenvolvimento sócio cultural que desejamos. Como fazer isso quando a informação, bem mais valioso no mundo hoje em dia, torna-se cada vez mais restrito a uma parcela cada vez menor da população.

 

Claro, há aqueles que, mesmo com enorme dificuldade e falta de acesso ao conhecimento técnico e cultural, conseguem prosperar. São barreiras e mais barreiras (muitas!). Mas não muros intransponíveis.

 

A grande maioria, ainda vive a luta num trabalho desgastante e sacrificante em troca de um salário baixo. Numa tênue e complicadíssima linha entre o pagar mais e penalizar a saúde financeira dos negócios ou, pagar menos e penalizar o cliente com uma equipe menos preparada. Como achar o equilíbrio? Dilema de Sofia…

 

Passa longe de mim e do objetivo desse artigo, me aprofundar ou discutir teorias políticas socioeconômicas. Foquemos no assunto principal: a necessidade do desenvolvimento das pessoas. Como desenvolver pessoas, para que atuem como um time de alta performance? Ainda vejo muitas empresas e negócios que consideram o treinamento, formação humana, capacitação e desenvolvimento da equipe como custos e não como investimentos!

 

“Mas e se treinar meus funcionários e eles saírem?”. Muito pior será se não treiná-los e eles ficarem!”

 

Os negócios precisam ser protagonistas da mudança que desejamos em nossa sociedade. Precisam cumprir o seu papel no desenvolvimento do ser humano. O estado não o fará. Ponto! Pelo menos aqui não. Aceitemos a nossa dura realidade. Esperançosos que somos, torcemos para que um dia mude. Mas creio que essa atual geração, quiçá a próxima, veja tal mudança.

 

Treinamento precisa ser levado a sério. Não tem dinheiro? Não precisa! Treinamento tem mais a ver com tempo do que com investimento. Dedicar tempo para pensar, planejar, fazer e acompanhar é como banho. Recomenda-se diariamente! Não tem tempo? Crie! É ele (o treinamento) que faz pulsar o seu negócio. Clientes amam ser atendidos por equipes treinadas.

 

Uma equipe não se forma apenas com bons jogadores. Um time vencedor não se faz apenas com bons profissionais. É preciso mais que isso. É preciso crenças comuns, entrosamento e tempo juntos. Mesmo num mundo onde tudo acontece para “ontem”. Pausa e respiração ainda são importantes!

 

É a consistência, não a intensidade, que fará com que um grupo de pessoas que estão juntas por mera casualidade do destino, se transformem numa equipe de verdade. Só a consistência é capaz de transformar o ordinário em extraordinário. Empresas e negócios que compreendem a importância disso, se tornam perenes, criam reputação! (O que é um ativo enorme quando falamos de um segmento tão competitivo, com negócios abrindo e fechando o tempo todos e novos conceitos surgindo)

 

Não dá para esperar performance e desempenho se sua equipe não é orientada ou treinada. Treinamento precisa ser um valor e fazer parte da cultura da empresa. Não importa se seu negócio é grande ou pequeno. Haja! Cuide da sua equipe para que ela cuide de seus clientes. Já passou o tempo em que bastava apenas distribuir o avental, caneta e comanda para um novo garçom para que ele soubesse o que fazer.

 

Em um de seus ótimos livros (Empresas feitas para vencer), Jim Collins diz que,“nenhuma empresa pode aumentar receita, de forma constante, mais rapidamente do que a sua capacidade de recrutar pessoas certas em número suficiente para implementar esse crescimento e ainda se tornar uma empresa excelente.”

 

Contratar as pessoas certas. Capacitá-las e treiná-las. Desenvolvê-las. Retê-las e engajá-las. Isso precisa ser um ciclo virtuoso. Sem treinamento não há sucessão. E sem sucessão não há expansão!

 

Por melhor que seja o seu business plan, por mais inovador que seja o seu conceito, por mais brilhante que seja o seu negócio, quando falamos do Food Service, o risco dos negócios está em grande parte, na capacidade de entrega da sua equipe. Na capacidade que ela tem de tangibilizar o conceito do seu negócio para o cliente. O sucesso do cliente é o objetivo final e, o treinamento da equipe, o meio.

 

#EMFRENTE!

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Rodrigo Malfitani
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Formado em Hotelaria pelo SENAC-SP, Pós Graduado em Marketing de Serviços e com MBA em Gestão Estratégica de Negócios. É especialista em Gestão de A&B e Pessoas, com mais de 20 anos de experiência no mercado e passagem por grandes grupos como CiaTC, Ritz, Leopolldo, GJP Hotels & Resorts, Quitanda e Grupo Frutaria. Foi professor da EGG (Escola de Gestão em Negócios da Gastronomia) e hoje atua como Consultor e Diretor de Hospitalidade da marca Tania Bulhões.

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