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Canudos plásticos: como anda as adaptações no mercado food service frente à sua proibição

Diversas empresas brasileiras já oferecem diferentes opções de canudos recicláveis

Canudo Bio scaled 1
Canudo Bio scaled 1

 

Um estudo publicado pela American Association for the Advancement of Science (Associação Americana para o Avanço da Ciência) em 2017, indica que aproximadamente 8,3 bilhões de canudos plásticos sejam despejados nas praias e mares ao redor do mundo a cada ano. Somente nos Estados Unidos, a estimativa é de que sejam utilizados cerca de 500 milhões de canudos por dia.

 

No Brasil, o canudo é um dos lixos plástico mais comum nas praias brasileiras e conforme estudo feito em 2018 pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) no Rio de Janeiro, ele representa mais de 3% de todo o plástico encontrado nas praias da cidade.

 

Em média, o canudo na mão de uma pessoa dura 4 minutos, e pode levar até 200 anos para se decompor na natureza. Além de ferir e matar animais, o plástico do canudo se decompõe em partículas menores, liberando produtos químicos no solo, no ar e na água, o que resulta em prejuízos a médio e longo prazo também às plantas e às pessoas.

 

Um mundo com menos canudos

 

Como forma de tentar amenizar parte dos impactos ambientais causados pelo descarte incorreto e o uso excessivo de itens que utilizem plástico em sua composição, autoridades de todo o mundo já proibiram o uso dos canudos plásticos em diversos países, estados e cidades como Grã-Bretanha, Escócia, Taiwan e Costa Rica, Califórnia, Havaí, Nova York, Seattle, Miami, Vancouver e Paris, Havaí, Califórnia. No Brasil, a cidade pioneira na “guerra contra o canudo plástico” foi o Rio de Janeiro, e apesar de recente, a iniciativa foi seguida e tem sido eficaz em diversos estados e capitais do país.

 

  • Fortaleza: aprovado pela Câmara Municipal da capital em setembro de 2019.
  • Rio de Janeiro: a capital carioca foi a primeira cidade do país a proibir o uso nos comércios em julho de 2018. O valor da multa para caso de infração é de R$ 3 mil.
  • São Paulo: a prefeitura paulistana proibiu a utilização desses canudos em estabelecimentos comerciais em junho de 2019. Logo depois, foi aprovada uma lei estadual que aplica multas para casos de descumprimento em todo o Estado. O valor arrecadado é destinado a programas ambientais.
  • Brasília: em todo o Distrito Federal, a utilização de canudos biodegradáveis é exigida desde fevereiro de 2019. A multa por descumprimento varia entre R$ 1 mil e R$ 6 mil, de acordo com o porte do local.
  • São Luís: desde abril de 2019 é obrigatório o uso de canudos biodegradáveis em todo o Estado do Maranhão.
  • Teresina: na capital do Piauí, a lei que obriga a disponibilização de canudos biodegradáveis foi sancionada em junho de 2019, com penalizações no valor de R$ 100 a R$ 5 mil.
  • Porto Velho: é proibido o uso de canudos plásticos por estabelecimentos autorizados ou licenciados pela Prefeitura desde agosto de 2018.
  • Vitória: desde dezembro de 2018, não é permitida a comercialização e o fornecimento do produto de plástico.
  • Goiânia: a capital de Goiás sancionou a lei sobre o tema em junho de 2019. As multas por descumprimento da proibição são de R$ 2 mil. A cada nova autuação, o valor pode dobrar, podendo chegar a R$ 10 mil.
  • Porto Alegre: em janeiro de 2019, a capital do Rio Grande do Sul proibiu a distribuição e a venda de canudos plásticos flexíveis. Os estabelecimentos têm até um ano desde a publicação da lei para se adequarem.

 

Outras cidades de regiões metropolitanas das suas respectivas capitais e do interior também estão aderindo à proibição dos canudos de plástico.

 

 

Fornecedores

 

Uma das dificuldades de operadores e proprietários de negócios de alimentação, tem sido encontrar fornecedores e produtos que atendam as novas normas, com custos viáveis e qualidade adequada ao consumo de diferentes tipos de bebidas.

 

Diversas empresas brasileiras, cientes da necessidade de se adaptarem às leis de banimento do canudo plástico tradicional, já oferecem opções diferentes de produtos, utilizando matérias primas alternativas, ou soluções de plástico biodegradável ou compostável.

 

Seguem algumas alternativas de fornecedores que tem sido utilizados por parte dos estabelecimentos do mercado:

 

  • Canudos Mantiqueira: Produz canudos de papel em diferentes formatos, com opções de personalização e personalização de embalagem. www.canudosmantiqueira.com.br;
  • Canubio: Produz canudos de papel de qualidade Premium, em diferentes formatos, com opções diversas para diferentes tipos de produtos. www.canubio.com.br;
  • Elite Canudos: Produz canudos de papel em diferentes formatos com opções para diferentes tipos de bebidas. www.elitecanudos.com.br;
  • Soubio: Produz canudos biodegradáveis de papel e diversos outros tipos de utensílios e embalagens, todos biodegradáveis. www.soubiobrasil.com.br;
  • Strawplast: Produz diferentes tipos de canudos, com materiais biodegradáveis ou compostáveis como determina a legislação. www.strawplast.com.br;
  • Tudobiodegradável: Produz canudos e outros itens de utilidade para o estabelecimento produzidos com plástico biodegradável. www.tudobiodegradavel.com.br

 

 

 

O novos canudos no mercado

 

Para saber como anda a aceitação e consumo dos novos conceitos de canudos descartáveis, falamos com a Strawplast, empresa Catarinense que é uma das pioneiras na produção de itens descartáveis de qualidade certificada no Brasil. A Strawplast possui um portfólio muito variado de produtos, como canudos, talheres, copos, taças, pratos, potes com tampa, copinhos e taças para docinhos, pazinhas e mexedores e atua tanto no mercado nacional como internacional.

 

Sobre as iniciativas da empresa para atender a nova realidade de mercado e as novas tendências de consumo do produto canudo, Fernanda Tenfen, Head Marketing da companhia que atende todo o Brasil e exporta para alguns países da América do Sul, informa que, atualmente, a Strawplast possui em seu portfólio quatro linhas de canudos com matérias-primas diferentes. “Linha Tradicional: Os canudos de plástico tradicionais são fabricados em Polipropileno (PP) e são totalmente recicláveis. Nessa linha, possuímos 14 modelos de canudos, todos com funções específicas. Temos os modelos básicos para beber águas, refrigerantes e os modelos de diâmetro maior para sucos, vitaminas, milk-shakes e açaí. Linha Bio: Os canudos da linha Bio também são feitos de plástico (Polipropileno PP). Porém, recebem no processo de fabricação o aditivo oxi-biodegradável P-Life, que acelera o processo de biodegradação do plástico, fazendo o mesmo se decompor em menos tempo que o canudo tradicional. Todos os modelos da linha tradicional estão disponíveis nessa linha. O preço é em média 25% mais caro que o tradicional. Linha Canudoca: O Canudoca é nossa linha de canudos compostáveis. Sua matéria-prima é de fonte renovável (com base em mandioca, milho e óleos vegetais) e seu destino final é a compostagem industrial, processo no qual leva uma média de 180 dias para se transformar em adubo,” detalha.

 

 

A Strawplast é a pioneira na fabricação nacional desse último produto citado. O preço dele é, em média, três vezes mais caro que a linha tradicional, conforme dito por Fernanda. A marca ainda conta com a Linha Papel que fabrica o canudo de papel, outra alternativa para estabelecimentos que adotaram esse modelo/conceito. “Temos apenas o modelo básico em linha. O preço é, em média, quatro vezes e meio mais caro que a linha tradicional”, complementa.

 

A empresa consegue atender diferentes perfis de estabelecimento do food service, desde o empreendedor com sua barraquinha na praça/praia até o restaurante mais sofisticado. “Em nosso portfólio, temos várias linhas e modelos, possibilitando ao dono do food service escolher a opção que mais se adequa ao seu negócio. Nos lugares que possuem proibições legais, a opção de maior giro é o Canudo Bio (plástico biodegradável), seguido do Papel”, esclarece a Head.

 

Fernanda Tenfen, Head de Marketing da Strawplast – Foto: Divulgação

 

Fernanda conta como tem sido a receptividade dos revendedores e dos clientes finais na aquisição e utilização desses tipos de canudos, em especial, nos Estados da federação que já proibiram o uso e a venda de canudos tradicionais. “Os canudos versões alternativas tipo Bio (plástico biodegradável) tem forte apelo comercial. Tanto os revendedores apoiaram as mudanças, quanto os clientes buscaram os produtos, impactados fortemente pelos noticiários e leis que surgiram. Os clientes e consumidores que mais aderiram à linha Bio foram os atingidos por estados/municípios com legislação específica de proibição. Nas demais regiões que não possuem uma legislação vigente, percebemos que alguns clientes do food service, com um apelo mais ecológico, adotam as linhas Bio e/ou compostável. O fator preço também influencia na escolha do produto, sendo que depende muito do ambiente de consumo a escolha da versão do produto,” explica.

 

Com relação á opção compostável, Fernanda comenta, “O canudo compostável é uma aposta inovadora, que tem um forte apelo ambiental, mas sofre pelo custo mais alto e pouca adesão dos clientes, que ainda não estão dispostos a pagar mais caro pelo produto.”

 

A executiva esclarece que houve uma parcial migração dos canudos tradicionais de plástico para os canudos de papel, mas ainda uma parcela pequena se comparado com o todo. “Vem caindo, muito possivelmente, por dois fatores: custo e experiência de consumo (o canudo de papel não traz a melhor experiência – amolece rápido). Os canudos de plástico ainda mantém sua aceitação, pois eles são recicláveis. Então, se tivermos uma destinação correta, ele entrará em uma econômica circular e, sendo reciclado, poderá ser utilizado em outras finalidades.”

 

 

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