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NOVO ANO

por Jean Louis Belo Gallego, curador da editoria Gente da Rede Food Service

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Caro leitor, em um momento único do mundo, do Brasil e do Food Service, estou aqui pensando que mensagem gostaria de deixar para você, o que vejo pela frente como possibilidades, como oportunidades, como inspiração. E por falar em inspiração existe uma máxima do porque o tempo é dividido em ciclos diários, semanais, mensais e anuais, que é o nosso caso.

 

Além das questões óbvias ligadas a astronomia, ciclos solares, lunares, solstícios, existe o porquê metafisico dos 365 dias ou dos ciclos anuais, ao qual nossa vida é dividida. Falam que Deus no momento da criação do universo, de nosso planeta, resolveu criar estes ciclos anuais como uma oportunidade de renovação, afinal nossas vidas são nada mais nada menos que a passagem dos dias, dos meses e dos anos, mas o que vale por fim é a jornada e não a chegada. A chegada nada mais é que a consequência de nossa jornada e os ciclos anuais nos permitem, aprender, entender o que fizemos de maneira correta e o que temos que corrigir, buscando nossos objetivos de vida, a felicidade e a realização e se não tivéssemos esta quebra anual, seria muito mais cansativo, claro que tudo isto é psicológico, pois como falei acima o que vale mesmo é a jornada e se a mesma fosse sem a quebra anual, tudo seria muito desgastante.

 

Estamos chegando ao final do ano de 2020, um ano único, um ano desafiante, como um ano de guerra, com uma diferença única, onde a humanidade tem um inimigo comum, invisível, microscópico e não existem aliados, claro que independente de haver aliados ou não assim como em uma guerra, há dor e alegria e haverá vitoriosos, haverá aqueles que sairão ainda mais fortes. Mas assim como nos anos de guerra vemos grande transformação, neste ano, pudemos viver a história e participar de um momento de enorme transformação para nosso mundo, nosso país e para o Food Service.

 

Como falei acima o ciclo anual nos permite renovar nossos votos de fé, aprender com os problemas e ajustarmos nossa rota para que a jornada do próximo ano seja a mais próxima possível do que desejamos.

 

Para o Food Service o ano de 2020 está sendo um ano muito desafiante, o FS é totalmente dependente de emprego, da renda e do índice de confiança.

 

Por conta da pandemia muitos empregos no FS foram fechados definitivamente e o emprego é quase que um catalizador do FS, pois ele nos traz um efeito duplo que é aumento ou diminuição da renda e o maior gasto com o FS em virtude da falta de tempo durante o horário de almoço, a renda ainda tem um outro efeito benéfico ao FS que é o consumo do FS nos momentos de lazer.

 

Assim como a renda foi afetada pela queda do nível de emprego, ainda temos o índice de confiança, que está em baixa por conta de tudo que estamos vivendo, o qual faz com que o consumidor se retraia ainda mais.

 

Mas temos que lembrar que alimento ou alimentação se encontra na base da pirâmide de Maslow e alimentos sempre se fará necessário e assim como nas guerras sempre há vencedores ou áreas com maior desenvolvimento, no Food Service, na pandemia, tivemos por exemplo o crescimento e popularização  acelerada do Delivery.

 

A pandemia acelerou a migração para o home office e isso desacelerou o Food Service e levou o consumidor a ampliar os gastos com o varejo em detrimento do FS, mas também acelerou os meios digitais, fez o consumidor experimentar outros meios de pagamento e compra que não presencial, acelerando a compra pela internet e fortalecendo o delivery, o “grab & go” o drive-thru.

 

Qual é minha visão pós pandemia? Não tenho uma resposta única a esse questionamento, seria muito simplista e pouco profundo de minha parte, pois existem inúmeras particularidades entre os diversos tipos de FS que existe e que atuamos.

 

A minha visão pós pandemia coincide com o novo ciclo solar que se aproxima, pois é certo que esta guerra terminará em 2021, temos que olhar para trás, quantificar nosso resultado, nossos acertos e nos planejarmos para o próximo ciclo solar, escolhermos nosso campo de batalha, aonde iremos alocar nossos recursos e nossos esforços.

 

Será que é hora de pivotarmos nosso GTM? Será que é hora de iniciarmos novas alianças estratégicas? Muita coisa irá mudar e alguns dos operadores de Food Service que tinham um delivery inexpressivo pré pandemia, terão o delivery representando um percentual expressivo de seus negócios e com isso o tamanho do negócio pós pandemia, quando a venda presencial voltar poderá ser maior que no periodo pré pandemia.

 

As dark e cloud kitchens que já se aproximavam, já são uma realidade e uma alternativa principalmente para os grandes centros urbanos, mas temos que estar atentos, pois elas permitem com extrema agilidade o surgimento de novos negócios da noite para o dia. E elas poderão vir junto com novas marcas, as quais com uma gestão centralizada e otimizada, poderá trazer toda esta competitividade para a mesa de maneira a ocupar uma presença relevante do faturamento do FS. Grandes redes certamente deverão pivotar seus negócios e usar este ganho de escala para concentrar todo o atendimento via delivery através destas cozinhas invisíveis, mas com extrema eficiência operacional, produtiva e de custos.

 

Lembro ainda que os canais se misturam e que veremos ainda mais o varejo entrando no FS e o FS fazendo uso do varejo para se fortalecer, tudo isso são enormes oportunidades, algumas podem ser fáceis de serem capturadas, outras necessitarão de seu espírito empreendedor para transformá-las em sucesso.

 

Voltando ao novo ciclo, convido você leitor a olhar de uma maneira descontruída de paradigmas e pré-conceitos e enxergar os desafios como reais oportunidades e aproveitar a jornada dos próximos 365 dias de maneira única, afinal o resultado do ano de 2021, será o de nossa jornada construída ao longo do ano.

 

Vale lembrar que precisamos conhecer profundamente o negócio ao qual estamos inseridos e termos sempre a mão, rotas alternativas de atuação, a pandemia acelerou muito deste movimento, mas quanta dor poderia ter sido evitada ou pelo menos reduzida se já tivéssemos planos alternativos mapeados e desenhados, certamente muitas empresas não teriam fechado e outras estariam ainda mais forte, afinal em momentos de guerra sempre existem vencedores e perdedores e qual lado você estará quando uma nova crise surgir?

 

Tenham um excelente período de natal e ano novo com responsabilidade e que novos votos de saúde e fé se avizinhem em 2021 com muita realização e boas escolhas.

 

Sobre o autor

Natural de São Paulo, capital, Jean Louis iniciou sua carreira no Food Service, há mais de 30 anos, com uma fábrica de sobremesas especializadas para FS. Atuou de forma relevante em indústrias de alimentos e embalagens voltadas ao FS, hoje é Diretor Comercial Latam da ARYZTA (maior empresa de panificação congelada do mundo), conselheiro da ABIA (Associação Brasileira da Industria de Alimentos), Sponsor do comitê de Food Service. Foi o criador do congresso internacional de Food Service da associação e é formado em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa, Executive MBA na Fundação Dom Cabral e Pós MBA na https://www.kellogg.northwestern.edu/ Jean Louis sem dúvida é uma referência no setor e um apaixonado pelo Food Service.

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