Melhorar a Gastronomia do Brasil e aperfeiçoar cozinheiros e profissionais do ramo food service. Esse é o lema da Escola Laurent Suaudeau, criada em São Paulo, capital, no ano de 2000, por Laurent Suaudeau: o mais renomado chef de cozinha francesa atuante hoje em dia no Brasil.
Voltada para pessoas que trabalham como chefs de cozinha, gerentes de alimentos e bebidas, donos de restaurante, hoteleiros e que demais profissionais que desejam melhorar seu trabalho e/ou produto de uma forma geral, a instituição de ensino oferta cursos que possuem um sistema flexível de módulos com o objetivo de facilitar a participação desse público que, normalmente, não tem condições de se afastar do trabalho por um longo período de tempo devido à correria do dia a dia.
Normalmente, os cursos da Escola Laurent Suaudeau duram cinco dias e envolvem invariavelmente uma explicação teórica e uma aplicação prática. Tudo bem ‘mão na massa’, já que, para Laurent, “não existe ensinar a cozinha sem cozinhar para valer”, afirma. Por isso, boa parte das aulas na instituição, especialmente as de temas que envolvem a cozinha, é ministrada pessoalmente pelo chef, sempre com a ajuda de uma “pequena e afiada equipe”, garante. Além disso, em alguns módulos, alguns especialistas renomados são convidados por ele para comandar as formações.
Em mais de uma década de funcionamento, mais de 5 mil alunos já passaram pela Escola Laurent Suaudeau, que tem como complemento o Espaço Cultural Laurent, destinado a eventos e jantares sociais ou corporativos para pequenos grupos.
Quem é o chef Laurent?
Aos 63 anos de idade e 45 de profissão, o chef Laurent é natural de Cholet, na França, e se define como “uma pessoa abordável, amigo dos poucos que eu tenho, sincero, direto, que tenta ser justo e corresponder no meu trabalho o que se espera de mim. Também sou aquele que não engole fácil a arrogância e crítica de quem tem a caneta na mão e de gente sem educação. Já o chef Laurente é rigoroso, exigente comigo mesmo e meus colaboradores, mas comprometido com o meu métier”, partilha.
Laurente é dono de um currículo invejável, tendo iniciado seu contato com a Gastronomia muito cedo. “Comecei com 13 anos, quando fazia batatas fritas e frango assado na quitanda da minha tia avó. Depois disso, a partir de 15 anos, eu já tive a oportunidade de trabalhar com grandes chefs”, conta.
O chef possui formação técnica de dois anos em escola localizada em Guérande, uma cidade medieval localizada no departamento de Loire-Atlantique, na Bretanha, no Oeste da França. Curso o qual lhe abriu portas para a oportunidade de trabalhar em vários restaurantes antes de tornar-se também um grande empresário, professor e consultor, além de chef, como resume seu atual trabalho. “Já fiz parte de tantos restaurantes. Relembro, aqui, alguns que me marcaram, como Restaurante Belvédère, na minha cidade natal em Cholet, com o chef Yvon Garnier; Restaurante Le Lucullus, em Batz Sur Mer, com Jean Guérin; Restaurante Les Prés et Les Sources, em Eugenie Les Bains, com Michel Guérard; Restaurante Le Chapon Fin, em Bordeaux, com Jean Ramet; e Restaurante Paul Bocuse, em Collonges au Mont D’Or, com Paul Bocuse e Roger Jaloux”, relembra.
Maiores e melhores trabalhos de Laurent
Para o chef, os seus maiores e melhores trabalhos foram quando ele “foi chef do Restaurante Saint Honoré, do Hotel Méridien, em 1980, com apenas 23 anos e reconhecido como o melhor restaurante de rede Méridien do mundo e melhor restaurante do Brasil, além de mais jovem chef de cozinha do mundo na época. Depois, quando o restaurante Laurent, em São Paulo, foi aberto em 2005, tendo ganhado sete prêmios dos dez na época. Também cito, claro, a criação do Instituto Laurent para a formação de jovens de baixa renda em parceria com Nestlé Professional”, lista.
Laurent divide também que, em meio à uma carreira tão produtiva e cheia de momentos únicos, algumas situações lhe marcaram para toda a vida. “Em primeiro lugar, ver o príncipe Charles entrando de surpresa na cozinha enquanto eu estava agachado e ele bater nas minhas costas. Assim como, servir, em Brasília, a convite do Governo Brasileiro, o presidente Chirac em visita ao Brasil e a Família Imperial do Brasil em uma fazenda de Vassouras. Também me marcou quando o Paul Bocuse falou comigo na cozinha do Saint Honoré Paul Bocuse, no Rio de Janeiro, que eu assumiria a chefia do restaurante com apenas 23 anos e que eu o defenderia perante à direção do hotel e da cadeia Méridien”, ressalta.
Laurent também foi quem fundou a Associação Brasileira da Alta Gastronomia (ABAGA), tendo a presidido por quatro anos e feito, assim, o Brasil passar a integrar a EuroToques, organização rigorosa em relação a alimentos que, até então, tinha como associados somente o Japão, Estados Unidos e alguns países europeus.
O chef ainda foi presidente do Comitê Consultivo do Programa de Formação de Cozinheiros da Instituição SENAC, em um convênio com o The CulinaryInstituteofAmerica – Cia, de Nova York, por treze anos (1992 a 2005). E, em 1995, ele lançou o livro “O Sabor das Estações” – 1ª edição e, em 1997, a 2ª edição.
Também em 1997, Laurent foi condecorado pelo Governo Francês como Chevalier de L’Ordre Du Mérite Agricole. A medalha foi entregue pelo Cônsul Jean Levi, que mencionou, entre os méritos da missão de Laurent no Brasil, a difusão da cultura gastronômica francesa, o trabalho de verdadeiro artesão na criação de seus menus e a contribuição para elevar o nível da culinária no país. Alguns anos depois, em 2006, o governo francês o elevou a Oficial da mesma ordem. A medalha lhe foi entregue pelo Cônsul Jean Marc Gravier, concedendo ao chef os mesmos méritos citados acima. Porém, a lista de premiações e vários outros reconhecimentos dados a Laurent durante a sua brilhante carreira não para por aí e pode ser consultada na íntegra, clicando aqui. Te garantimos que vale a pena a consulta!
Dicas de ouro
Se você ficou inspirado com a história e atuação mão na massa do chef Laurent, temos uma ótima notícia! Pois, com exclusividade à Rede Food Service, ele fez questão de dar dicas para você leitor que pretende começar e/ou se aperfeiçoar na carreira de chef de cozinha. “O segredo para alcançar sucesso no atual mercado food service é trabalho e construção de credibilidade, com aquisição de competência via um belo aprendizado com quem sabe trabalhar e sempre respeitar as suas equipes. É preciso ficar atento à direção do mercado. Na carreira de chef, trabalha-se e muito. Então, não fique só pensando que cursar uma faculdade e/ou universidade sem praticar o que aprendeu durante os estudos vai resolver a sua vida para se tornar um belo cozinheiro. É preciso ralar mesmo, sentindo o sofrimento na pele”, aconselha.