Pesquisar
Close this search box.

Hambúrguer: o imperador do delivery

Em 10 anos, o consumo entre os brasileiros do famoso lanche cresceu 575%

Cão Veio tem cardápio elaborado pelo renomado chef Henrique Fogaça. Foto: Divulgação

 

Pesquisa de mercado realizada pela empresa Technomic Inc aponta que 95% dos consumidores ativos no mercado americano comem hambúrguer pelo menos uma vez no mês. Além disso, foi descoberto que metade dos entrevistados opta pelo hambúrguer simplesmente pelo desejo de degustar uma de suas comidas prediletas. Assim como, o estudo desvenda que 51% dos consumidores prefere hambúrgueres com carne que nunca tenha sido congelada e 64% avalia como importante a possibilidade de montar o seu lanche com os recheios e condimentos de sua preferência.

 

No Brasil, em 10 anos, mais precisamente entre 1994 e 2014, o consumo de hambúrguer cresceu 575%, conforme levantamento feito pelo Instituto Gastronômico das Américas (IGA).

 

Foto: @smashhouseosso

 

Frente a esse cenário de expansão, o hambúrguer, que se tornou popular em todo o mundo depois da Primeira Guerra Mundial, época em que foi muito divulgado em revistas de quadrinhos como algo bom e saudável para se comer, já é considerado o imperador do delivery brasileiro neste ano de 2020. Isso porque, de acordo com dados divulgados pela iFood, empresa brasileira de entrega de comida pela Internet líder no setor na América Latina, a comida mais vendida no aplicativo está enquadrada na categoria lanches rápidos, na qual os hambúrgueres gourmet e a batata frita que sempre o acompanham se encaixam perfeitamente.

 

Para se ter uma ideia do atual poder de comercialização dos hambúrgueres, tais pedidos de lanches rápidos pelo iFood representam aproximadamente 30% dos pedidos feitos por meio da plataforma em questão.

 

Crise que veio para somar

 

No mercado de hambúrgueres, a crise social e econômica decorrente da atual pandemia de Covid-19, digamos, que veio para somar. Ou seja, totalmente na contramão do que vem ocorrendo com grande parte de estabelecimentos food service que trabalha com outro tipo de produto e/ou receitas culinárias.

 

Prova disso é que, conforme o estudo “Consumer Insights”, da Kantar, os brasileiros aumentaram o consumo de sanduíches e diminuíram o tempo de preparo das refeições desde o começo do período de distanciamento social. Com isso, cresceu a busca por delivery, em especial as relacionadas ao consumo de hambúrgueres.

 

iFood, Uber Eats e Rappi contabilizam aumento de 47% nas buscas pelo lanche Foto: Getty Images

 

A pesquisa diz ainda que, no período de 16 de março a 10 abril, em comparação ao 17 de fevereiro a 15 de março, houve um crescimento de 34% no consumo de sanduíches no Brasil pelo fato de as refeições mais rápidas, com preparo de até 20 minutos, estarem sendo priorizadas dentro dos lares. Assim, o hambúrguer já é tido como o ‘queridinho dos quarenteners’ e aplicativos como o próprio iFood, Uber Eats e Rappi contabilizam um aumento de 47% nas buscas pelo lanche, com destaque para sua vertente artesanal.

 

Oportunidade de investimento

 

Cavalo arreado não passa duas vezes, como diz o ditado popular. E a história da hamburgueria Osso Smash House se encaixa perfeitamente nesse sentido, uma vez que o negócio surgiu pela boa oportunidade que a pandemia de Covid-19 trouxe para o mercado de hambúrguer.

 

Foto: @smashhouseosso

 

De acordo com Guilherme Mora, de 21 anos, estudante de Engenharia de produção e sócio de empreendimento, “a Osso Smash House seria aberta, primeiramente, em Portugal, país onde estudo. Eu e meu irmão, em conjunto com Renzo Garibaldi, temos essa ideia há alguns anos, pois somos consumidores assíduos de hambúrgueres e um dos nossos preferidos sempre foi o Five Guys, principal refeição quando chego nos EUA. Então, vimos que seria um ótimo negócio para colocar em Portugal. Mas, apesar de tudo já estar programado, veio a pandemia, o que me trouxe para o Brasil em uma temporada longa. Assim, aproveitando o fato de termos algumas cozinhas dos outros restaurantes do grupo fechadas, decidimos trazer para São Paulo a primeira loja da marca, primeiramente, como dark kitchen, operando exclusivamente no delivery. Porém, com uma loja física agora já ficando pronta”, conta.

 

O premiado chef Renzo Garibaldi, Sócio da Smash house Osso. Foto: @smashhouseosso

 

Na Osso Smash House, “o perfil de clientes é extremamente amplo, podendo ser definido como qualquer cliente que queira comer um ótimo lanche, simples e com bom preço. Somos especializados em smash burgers, lanches menores e que são ‘amassados’ direto na chapa. Nosso maior diferencial fica por conta da carne. Nossos hambúrgueres são maturados a seco, o dry-aged, inteligência que vem do Renzo e do restaurante do nosso pai, o Cór Gastronomia”, detalha Mora.

 

Hamburguers “dry-aged” amassados direto na chapa. Foto: @smashhouseosso

 

Para o empresário, o hambúrguer, “com certeza, é um dos produtos que reina no delivery, talvez dividindo um pouco de espaço com a pizza, isso porque são dois produtos que viajam muito bem. Claro que, sempre que comermos diretamente na loja, será melhor, mas esses dois produtos (hambúrgueres e pizza) se saem muito bem no delivery. O hamburguer é democrático por ser uma refeição completa, gostosa, não precisa custar caro e pode ter para todos os gostos e ideais. Por exemplo, na Osso Smash House, temos os tradicionais, de carne, e o veggie, para os vegetarianos”, diz.

 

Já sobre as atuais novidades do mercado de hambúrguer, Mora garante que está “nos diferentes molhos ou blends de carne. No meu caso, minha novidade fica por conta do clássico, come-se cheeseburger, que é pão, carne e queijo, ou então a variação com bacon, o cheesebacon. Posso ainda considerar como novidade e oportunidade o fato de ser dry-aged e custar a partir de R$ 14,90 (valor do nosso cheeseburger)”, explica.

 

Promissor mercado

 

Outro negócio food service que se transformou devido ao grande sucesso do hambúrguer entre os brasileiros e seu respectivo promissor mercado é a Cão Veio Franqueadora. A marca tem como um dos sócios Henrique Aranha Fogaça, o renomado chef Fogaça, que também é skatista, cantor e nacionalmente conhecido por ser um dos jurados da versão brasileira do show de talentos culinário MasterChef atualmente transmitido pela emissora Band.

 

Fernando Badaui e Henrique Fogaça, sócios do Cão Veio Foto: Divulgação

 

Marcel Akira, de 41 anos, também é sócio da Cão Véio Franqueadora e partilha que a marca surgiu “de uma ideia inicial do Marcos Kichimoto e Fernando Badaui, da banda CPM22. Os dois tinham essa ideia de ter um bar já há algum tempo. E, em uma das reuniões entre os dois, que foi feita no Sal Higienópolis, eles encontraram o Fogaça, que, prontamente, se interessou pelo projeto. A ideia inicial era ser um bar mais focado em cervejas e drinks, mas a entrada do Fogaça mudou esse panorama. Na época, ele ainda não estava no Masterchef, mas já era um chef conhecido em São Paulo”, ressalta.

 

Marcel Akira do Cão Veio Foto: Divulgação

 

De acordo com Akira, a “Cão Véio Franqueadora se destaca pela variedade de cervejas e drinks, que harmonizam com um cardápio elaborado pelo chef Henrique Fogaça. No início, grande parte de nossa clientela era formada pelas pessoas que se identificam com a nossa cultura. Música, tatuagens e todo esse lifestyle estão muito presentes na nossa identidade. Hoje, com o Fogaça na TV aberta, recebemos um público extremamente diversificado, famílias, crianças e até mesmo idosos são presenças constantes no nosso dia a dia. O Cão Véio foi inaugurado em 2013 e possui lojas em São Paulo, Curitiba, Brasília e Goiânia. Estamos trabalhando também em um novo modelo de lojas, com investimento menor e que atenda a demanda do mercado atual. A primeira nesse novo modelo deve abrir as portas em Brasília, mas ainda sem data definida”, revela.

 

Foto: Divulgação

 

Para o empresário, o hambúrguer é uma receita de tanto sucesso “porque é um prato simples, fácil e que todos podem fazer sua própria receita. Se você utilizar ingredientes frescos e de qualidade, o resultado final é sempre delicioso”, afirma. Em contrapartida, Akira alerta que, “hoje, o mercado de hamburguerias é um mercado um pouco saturado. Muitas hamburguerias abriram nos últimos anos. Uma grande parte também encerrou as atividades, principalmente, durante a pandemia. Mas, quem é bom se manteve aberto e, com certeza, se fortaleceu. A grande oportunidade hoje é, sem dúvida, o delivery, um mercado que disparou nos últimos meses, mas precisamos ficar atentos como vai se portar ao final da quarentena, pois é preciso ter cuidado”, orienta.

 

Origem

 

O hambúrguer, cujo nome vem da palavra em inglês hamburger, também é bastante conhecido pelas nomenclaturas hamburgo e hamburguesa em outros países. A origem desse lanche tão famoso, apesar de sempre ser associada aos Estados Unidos, não é exatamente americana. O hambúrguer chegou aos EUA por meio de imigrantes alemães naturais da cidade de Hamburgo. No entanto, em 1836, no restaurante Del Monico’s, em Nova York, também na terra do Tio Sam, o hambúrguer ganhou, pela primeira vez, estatuto de iguaria e passou, então, a constar no cardápio da maioria dos negócios food service americanos.

 

No Brasil, o hambúrguer se tornou popular depois que o jogador de tênis estadunidense-brasileiro Robert Falkenburg, campeão do torneio de Wimbledon em 1948 e 1949, abriu o Bob’s, a primeira lanchonete em estilo americano da cidade do Rio de Janeiro, em 1952. Na época, além de introduzir o lanche aos brasileiros, a lanchonete também foi a responsável pela apresentação do milk shake e o sundae.

 

Na revista digital da Rede Food Service é assim. Sempre trazemos informações estratégias do mercado food service como fonte de aprendizado e amadurecimento empresarial.

+ posts

Compartilhar:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Fique Atualizado!

Assine nossa newsletter

Veja também...