De acordo com dados da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), organismo de direito privado e utilidade pública que certifica, controla e protege os vinhos DOC e os vinhos Regional Alentejano, o Brasil ocupa o primeiro lugar das exportações. Já, em termos de volume, o Brasil lidera o ranking das exportações em uma lista de 75 países, sendo número um, seguido de Suíça, Angola, Estados Unidos e Polônia.

 

Em meio a esse cenário em que o Brasil, literalmente, estrela, a região do Alentejo, em Portugal, acaba de anunciar uma grande novidade ao setor, que é o lançamento de uma certificação inédita de produção sustentável por meio das Vinhos do Alentejo.

 

O que é o novo selo?

 

O novo selo é inédito e será atribuído aos produtores que cumpram com requisitos de gestão de solos, água e rega, diminuição de produção de resíduos ou monitorização da fertilização, entre muitos outros critérios para uma prática de produção sustentável e de benefício ambiental.

 

A certificação surgiu após cinco anos, desde a criação do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), pioneiro em Portugal e revolucionário do setor, que já conta com 422 membros associados, representando mais de 40% da área de vinha do Alentejo. Sendo válido ressaltar que, recentemente, o PSVA foi distinguido com o título de Embaixador Europeu de Inovação Rural pelo projeto LIAISON, uma Parceria Europeia de Inovação para a Produtividade Agrícola e Sustentabilidade lançada em 2012 pela Comissão Europeia, que promove os melhores projetos europeus ao nível da inovação na agricultura e silvicultura em áreas rurais.

 

Expectativas

 

De acordo com as expectativas da CVRA, o novo selo irá aumentar as vendas dos Vinhos do Alentejo na ordem dos 5 a 10%. Algo importante, já que a maioria dos consumidores leva em consideração na hora da compra se a marca em questão está relacionada às causas ambientais. Assim como, também é esperado que a inédita certificação facilite a implementação de planos de monitorização de água e luz que permitem uma redução de custos de cerca de 20% e de 30%, respetivamente.

 

Em entrevista à Rede Food Service, João Barroso, coordenador do PSVA,  partilhou que “as produções vitivinícolas mais sustentáveis do ponto de vista ambiental, através da redução do uso de pesticidas, do gasto de água e eletricidade ou da proteção da biodiversidade são, sem dúvida, produções mais viáveis economicamente, uma vez que tornam todo o processo, desde a uva até à garrafa mais eficaz e eficiente”.