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Foodtechs ditam o atual mercado food service brasileiro

Mapa Brasileiro de Foodtechs já conta com mais de 300 empresas mapeadas em apenas um ano depois de sua criação pela Builders Construtoria

Ana Carolina Bajarunas CEO da Builders Construtoria scaled e1592959406218
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Alimento + tecnologia. Essa é junção de palavras que, em português, traduz o termo em inglês foodtech, que, basicamente, define o modelo de startup que usa a tecnologia para repensar a cadeia alimentar e, assim, ofertar novos produtos e serviços de forma mais inteligente.

Atualmente, as foodtechs, literalmente, ditam o mercado food service brasileiro, que, em um curto espaço de tempo, passou a contar com mais de 300 empresas neste novo formato. “Nós lançamos o primeiro Mapa Brasileiro de Foodtechs, que começou com 53 empresas e, apenas um ano depois, já tinha mais de 300 mapeadas. O mapa, hoje, é global e tem mais de 1.700 empresas identificadas dentro do setor de AgFood. A organização por mapas, comunidades como a que construímos com o FoodTech Movement e hubs especializados têm ajudado nesta organização do mercado brasileiro”, afirma Ana Carolina Bajarunas, CEO da Builders Construtoria, organização criada em 2017 com o propósito de auxiliar, na prática, a construção da inovação no mercado de alimentos e bebidas por meio de consultoria especializada.

Fazenda do Futuro, pioneira na produção de carnes “plant based”

Segundo Bajarunas, as foodtechs não são mais uma tendência de mercado e sim uma realidade. “Talvez, tenha sido tendência há uns 10 anos atrás. Agora, com todos os desafios que temos de aumento de produção de alimentos nos próximos anos, diminuição de perdas e desperdícios, garantia de entrega de produtos mais saudáveis, transparência na cadeia alimentar e novos nichos de consumo surgindo o tempo todo, é quase impossível pensar em chegar a bons resultados sem usar a tecnologia, crescimento acelerado e focado em resolver problemas reais que temos no mundo. As startups somam ao trazer agilidade. É possível colocar novos produtos no mercado em questão de meses, quando não semanas. Produtos focados em necessidades reais das pessoas, uma vez que a maioria surge para resolver um problema pessoal ou de impacto global e essa capacidade de aprender rápido, usando os learnings para avançar ainda mais, faz com que esse tipo de empresa tenha uma flexibilidade maior que grandes corporações, trazendo mais vantagens competitivas”, ressalta.

Movimento global

A CEO da Builders Construtoria revela também que “no mundo todo, o mercado de alimentos e bebidas está crescendo e as foodtechs são também responsáveis por puxar esse crescimento. 

A previsão global de transformação digital no setor é de 4 bilhões de dólares até 2022. Exemplos que comprovam essa acelerada expansão são as doodtechs de meat substitutes, como Impossible Burguer, que levantou 500 milhões de dólares no ápice da crise pandêmica, totalizando, só nela, 1,3 bilhões de dólares de investimentos.

Além de outras que bateram recordes de venda durante a crise, chegando a aumentar até 250% de vendas em uma semana. Ou seja, esse movimento do crescimento das foodtechs parece ser mais forte que até mesmo esta crise.

É um mercado global avaliado em 5 trilhões de dólares e isso atrai investidores, grandes companhias e empreendedores que sabem o que precisa ser feito e querem construir essa evolução”, explica.

 

Foodtechs em alta

Como em todo tipo de mercado, o universo das foodtechs também já é caracterizado por certos destaques.

Victor Santos, Co-Fundador e CEO da Liv Up

Para Bajarunas, da Builders Construtoria, “existem diversos nomes em alta em seus mais variados nichos de atuação, mas, para efeito de exemplos, é impossível fugir das precursoras do movimento plant-based, como Impossible Foods e Beyond Burguer. Outras que estão reinventando a forma de consumo de proteína animal como Aleph Farms e Memphis Meats. E por aí há uma enormidade de exemplos das mais disruptivas como Solar Foods, Rilbite. E a lista não para nunca! No Brasil, os destaques são a Fazenda Futuro, CyberCook, N.Ovo, Liv.Up, e Not.Co. que, apesar de ser chilena, está muito bem instalada no país”, avalia.

Victor Santos, Co-Fundador e CEO da Liv Up, foodtech brasileira que produz, comercializa e entrega mais de 250 mil refeições e alimentos saudáveis por mês em mais de quarenta cidades espalhadas pelo país, por sua vez, analisa que “o mercado de foodtechs é enorme e complexo para que possamos fazer uma lista assim. Depende muito de que área de atuação dentro do setor alimentício estamos falando e que tipo de tecnologia. O setor de alimentos, por exemplo, é muito grande e complexo, algumas foodtechs estão se especializando em desenvolver produtos com novos ingredientes e outras focando a em auxiliar empresas tradicionais a fazer a migração para uma economia cada vez mais digital. Na Liv Up, estamos focados um usar tecnologia para construir a marca de alimentos da nossa geração, somando produtos de qualidade, práticos para todos os momentos do dia e ainda com uma cadeia sustentável tanto em termos de negócio, quanto em termos ambientais.”, pontua.

Na prática

Para Santos, da Liv Up, “a principal missão de uma foodtech é trazer inovação e tecnologia para o setor alimentício e auxiliar no desenvolvimento do mercado de forma escalável. Na Liv Up, por exemplo, buscamos reconectar as pessoas com comida natural usando tecnologia tanto no processo produtivo, quanto na experiência de compra e recebimento do cliente (app, entrega, etc)”, esclarece.

Marcos Leta, fundador da Fazenda Futuro (foto: Helen Salomão)

Na prática, a Liv Up surgiu de uma insatisfação de Santos e de um dos seus sócios, Henrique Castellani, em relação às alternativas que eles tinham para alimentação fora de casa no horário de almoço. “Quando procurávamos alimentos saudáveis, práticos e com preços acessíveis, tínhamos muita dificuldade de encontrar. E, assim, percebemos que havia uma oportunidade promissora no mercado. Então, resolvemos mergulhar nessa ideia e começamos a pesquisar sobre o mercado e sobre tecnologias até que conhecemos a técnica de ultracongelamento com a qual trabalhamos e que é um dos nossos diferenciais hoje”, relembra.

Também de acordo com Santos, “no início de 2020, recebemos uma importante rodada de investimento de fundo no valor de 90 milhões de reais que nos permitiu a aquisição da VYA para consolidar o projeto e escalar o canal de vendas corporativo, chamado Liv Up Station. Depois disso, em março deste ano, inauguramos nossa terceira unidade de negócio na cidade de São Paulo com o modelo de cloud kitchen para a submarca Liv Up Salad Stories. O serviço de delivery especializado em saladas para consumo imediato já conta com cinco unidades em funcionamento nas principais regiões de São Paulo e a meta é terminar o ano com dez. Em quatro anos de empresa, crescemos de oito para mais de 500 funcionários. Hoje, contamos com uma área produtiva de mais de 8.000 metros quadrados e já atendemos 40 cidades em todo o Brasil, chegando a uma média de crescimento de faturamento de cerca de duas ano contra ano”, comemora.

Pioneirismo premiado

Outra foodtech brasileira de grande sucesso é a Fazenda Futuro, que é a pioneira no país a desenvolver e produzir carne à base de plantas com o mesmo gosto, textura e suculência da carne animal.

Apenas um ano após o lançamento da Fazenda do Futuro, a startup entrou na lista de empresas mais inovadoras de 2020, conforme a revista Fast Company. Denominada de World Changing Ideas, a lista é uma das principais premiações que homenageia produtos, conceitos, empresas, políticas e projetos que buscam inovação para o bem da sociedade e do planeta.Segundo Marcos Leta, fundador da Fazenda Futuro, a foodtech é a primeira empresa brasileira a receber o prêmio e única, este ano, voltada à produção de carne de plantas. “Em meio ao atual cenário em que estamos vivendo, ver a nossa empresa com tão pouco tempo no mercado se tornando tão relevante no mundo só nos dá força para querer chegar ainda mais longe. Para nós, produzir carne à base de plantas nunca foi somente sobre conquistar espaço nos supermercados e restaurantes, mas levar o nosso propósito de que é possível inovar em uma categoria obsoleta, sem sustentabilidade e que tem, há milhares de anos, causado tanto impacto negativo ao nosso planeta”, celebra.

A Fazenda Futuro foi fundada em 2019, com foco em revolucionar a indústria alimentícia sem causar impacto negativo ao meio ambiente. Sendo que, seu mais novo produto é a Linguiça do Futuro. “A receita é um blend de proteína de ervilha, soja e de grão de bico e beterraba para a cor rosada. Seus grandes diferenciais estão, principalmente, em sabor e textura. Para imitar a crocância, a transformamos algas marinhas em revestimento para a carne, alcançando, assim, também o formato clássico”, detalha Leta.

Quer saber mais sobre o andamento do mercado food service brasileiro? Então, continue acompanhando a Rede Food Service. Aqui, sempre há novidades e exemplos práticos para te inspirar.

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