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Inclusão de produtos orgânicos e vegetarianos nos cardápios é mais do que uma tendência

Novos hábitos alimentares dos brasileiros estimulam a adaptação por parte dos donos de restaurantes e a produção de produtos orgânicos e vegetarianos

Pesquisa realizada pela Organis, entidade que reúne mais de 60 empresas, produtores e fornecedores brasileiros que oferecem mais de 1.000 produtos cultivados ou fabricados em respeito aos princípios, valores e práticas orgânicas, diz que o consumo de produtos orgânicos cresceu muito no Brasil no período de apenas dois anos. Por meio do estudo, divulgado em 2019, a Organis descobriu que cerca de 19% de 1.027 pessoas entrevistadas em 12 capitais das cinco regiões brasileiras havia consumido produtos orgânicos nos 30 dias que antecederam o levantamento, contra 15% que responderam sim em pesquisa anterior, feita em 2017. Assim como, foi constatado que a compra de produtos orgânicos está bastante relacionada à vontade de consumir produtos frescos. O principal motivo que leva a maioria dos entrevistados (84%) a utilizar alimentos orgânicos é a saúde. O meio ambiente aparece em 9% das respostas e a maioria das pessoas ouvidas (36%) costuma se alimentar com produtos orgânicos cinco vezes por semana.

 

Já levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) no início de 2019 serviu de base para a descoberta de que, em apenas seis anos, os números de pessoas que se declaram vegetarianas quase dobrou no Brasil, sendo que 14% da população brasileira se declara vegetariana. No entanto, esse percentual subiu dois pontos nas regiões metropolitanas de Curitiba, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, a pesquisa, que foi encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) e contou com entrevistas em 142 municípios de todas as regiões do país, desvendou ainda que o interesse por produtos veganos entre os brasileiros também cresceu e que  mais da metade dos entrevistados afirmou que consumiria mais desses produtos sem ingredientes de origem animal se a identificação na embalagem fosse mais fácil e 60% falou que optaria por eles, caso tivessem o custo igual em relação ao que costumam comprar. Outro dado importante do mesmo estudo é que a população mais predisposta a adotar uma dieta vegetariana está acima dos 55 anos e com renda e escolaridade mais baixas do que o esperado.

 

 

Na prática

Em meio a esse cenário de expansão, a inclusão de produtos orgânicos e vegetarianos nos cardápios virou mais do que uma tendência no mercado nacional food service, mas sim uma verdadeira necessidade. Com isso, tais novos hábitos alimentares dos brasileiros vêm estimulando, cada dia mais, a adaptação por parte dos donos de restaurantes e outros negócios de alimentação alimentar. Prova disso é que o número de restaurantes de comida vegana ou vegetariana aumentou 475% em Campinas, interior de São Paulo, segundo levantamento realizado pela Associação Comercial e Industrial (Acic). Entre 2018 e 2019, os estabelecimentos voltados à essas modalidades de consumo saltaram de 8 para 38 só no município.

 

Conheça os 10 melhores restaurantes veganos e vegetarianos de Campinas, conforme seleção do Tripadivsor. O site também possui a mesma lista para as principais capitais, inclusive, com comentários de clientes que já estiveram nesses estabelecimentos.

 

Estímulo da produção

Com o aumento da demanda por produtos vegetarianos e veganos, naturalmente, a produção destes setores também foi bastante estimulada nos últimos anos. Paulo Unger Ibri, de 32 anos, é publicitário, fundador e CEO da 100 Foods. Em entrevista a reportagem da Rede Food Service, ele contou que, desde maio de 2018, trabalha com a “produção de produtos naturais, vegetarianos e veganos, sendo eles o Ketchup e Barbecue Zero Calorias, açúcar, sódio, sem conservantes e adoçado com stévia; a Mostarda Zero açúcar, sódio, sem conservantes e adoçado com stévia; a Maionese feita com óleo de avocado; Maioneses Veganas feitas de proteína de ervilha (sabor tradicional, alho e apimentada); e os Temperos 100% naturais Zero Sódio”, detalha.

Paulo Unger Ibri, fundador e CEO da 100 Foods
Paulo Unger Ibri, fundador e CEO da 100 Foods

Conforme Ibri, o que motivou a abertura da 100 Foods foi a nova rotina alimentar do brasileiro que, para ele, é uma rotina própria de preocupação com saúde, alimentação, exercícios, equilibro e meio ambiente”, classifica.

 

O empresário revela ainda que a aceitação dos clientes em relação aos produtos orgânicos ou vegetarianos “é ótima. A procura é grande e vem crescendo em ritmo exponencial a cada ano, pois o consumidor está, cada vez mais, seletivo e disposto a gastar um pouco mais para preservar a sua saúde. Produtos orgânicos e vegetarianos viraram uma tendência nos últimos tempos
pela preocupação das pessoas com a saúde e pelo o que a grande indústria de alimentos vem colocando em nossos alimentos ao longo dos anos, causando danos a nossa saúde e também ao que estamos provocando ao meio ambiente pelo excesso de consumo de produtos de origem animal. Essa tendência é extremamente positiva no Brasil e no mundo. Acredito que produtos saudáveis e plant-based vieram para ficar. As novas gerações estão, cada vez mais, preocupadas com o que consomem, em termos de qualidade, sustentabilidade e valor das marcas que vendem os produtos. As novas marcas, que produzem produtos de qualidade, tem valores claros e se preocupam com o que e como vendem. Com certeza, terão muito espaço no mercado agora e no futuro. Cerca de 29% dos consumidores brasileiros (dados do GFI) já tem desejo ou reduziram o consumo de alimentos de origem animal e mais da metade desse consumo é motivado por questões como a busca por uma melhoria de saúde. A 100 Foods está exatamente posicionada nesse espaço e tem muito a oferecer aos consumidores”,
garante.

 

Produtos vegetarianos x veganos

Apesar da procura por produtos vegetarianos e/ou veganos já ser mais do que uma tendência entre os brasileiros, ainda há uma certa confusão entre as suas peculiaridades. Porém, em suma, a principal diferença entre a dieta vegana e a vegetariana é que os veganos não consomem nada que tenha origem animal, seja em sua alimentação ou outros produtos, como artigos de limpeza, remédios, vestuário e itens de higiene pessoal, por exemplo. Já o vegetariano não come carne, peixe e aves, mas consome outros produtos de origem animal. Portanto, a principal motivação dos veganos e vegetarianos é ética. Porém, o vegetarianismo também pode ser motivado por questões de saúde e religião.

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