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Rotina hibernante

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Apesar da palavra não ser das mais comuns, provavelmente em algum momento da sua vida você teve contato ou ouviu algo sobre “hibernação”.

Hibernação, de acordo com o dicionário é uma condição de inatividade parcial ou de redução metabólica extrema que ocorre em certos animais nos períodos de inverno. 

O urso é o hibernante mais famoso e provável responsável pela disseminação deste substantivo que dificilmente teria aplicabilidade se não fosse ele.

Você deve estar pensando o que a hibernação teria haver com o Food Service… e nada teria realmente se não fosse a sua provável rotina de trabalho e o fato de você ser um profissional da área.

Quando classifico a rotina como “hibernante” me refiro àquela que o coloca em condição de inatividade parcial, ou seja, trabalhando para os fins e não para os meios. Para as metas e não para o que as constrói. Para os produtos e não para as pessoas que os consomem. Para seus pares ou superiores e não para o resultado. Por obrigação e não por satisfação. 

Se na maioria das vezes as oportunidades nascem de novas ou de não percebidas necessidades, como percebê-las com uma rotina que o distancia constantemente de onde elas realmente estão?

Há quanto tempo não entra na cozinha de um dos seus clientes para conversar com quem usa o seu produto? Qual foi a última vez que conversou com o garçom que vende e serve o que você produz ou distribui?  Quantas vezes por ano você usa o que você vende? Quantos clientes você atendeu no balcão nos últimos 12 meses? Quantas vezes conversou com o entregador do seu produto este ano? Quantos aplicativos de compra de alimentos ou de delivery utilizou nas últimas 4 semanas? Quantas vezes por mês consome em estabelecimentos que não sejam de shoppings ou de polos gastronômicos de bairros nobres? Qual foi a ultima vez que comeu um “PF raiz”? Quantas vezes por ano faz compras no atacarejo?

Importante saber que o intervalo de tempo entre a última vez que realizou uma das atividades acima e o dia de hoje é o tempo que você está hibernando.

Não adianta buscar informação, atualização ou soluções no Linked In, em veículos especializados ou em conteúdo do You Tube, se os autores forem profissionais do Food Service com hábitos e rotinas “hibernantes”.

Da mesma forma não funcionará bem restringir os contatos e experiências diárias aos executivos, tomadores de decisão e outros profissionais com nível de gestão que exerçam atividades com pretensões estratégicas, porque provavelmente estará recebendo informação de outra pessoa com o mesmo tipo de rotina e desafios que os seus.

Nosso negócio acontece no chão da fábrica como dizem na indústria. No Food Service o cara importante e que sabe realmente o que acontece é quem opera. Na cozinha é quem cozinha. Na área comercial é quem vende e quem compra.

É de impressionar a quantidade de decisões e direcionamentos que ocorrem nas empresas com base na percepção de pessoas que não vivem o negócio ou que viveram um dia, mas estão “hibernando” há um bom tempo. 

Para quem você prefere pedir informação sobre um endereço no trânsito? Para o taxista ou para a pessoa conduzindo o carro com os filhos que saíram da escola?

Como sair deste ciclo vicioso e não ser mais um “hibernante”? Basta acordar.

rfs zani
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